33. Estágio nada agradável

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Por pouco não perco o controle completamente ali na sala, meu lobo estava a querendo marcar de todas as formas e só não fez, pois consegui assumir o controle novamente.

Nem quando marquei Esec ele ficou tão possessivo assim e agora entendi também que os ciúmes que tanto sinto é influência dele, não que eu também não sinta, mas juntando os dois ciumentos as coisas ficam mais complexas.

Roz estava desconfiada, mas não me perguntou nada ou até mesmo tocou no assunto do que aconteceu na sala. Mesmo sendo tão discreta com esse assunto, consegui perceber seus olhos sempre atentos em meus movimentos.

A noite ela voltou a dormir no seu quarto, mas quando entrei para a cobrir vejo ela lendo os diversos livros de magias de Destin, não sei o que ele tem na cabeça de a deixar ler aquilo.

Para fazer tudo aquilo que estava naqueles livros ela precisa de sangue... Sinto o meu corpo se arrepiar inteiro, apenas com a possibilidade de ela entrar para este mundo, na verdade, eu já a coloquei quando me apaixonei por ela, mas a quero protegida de todas as outras criaturas que assim que souberem dela vão cobrar uma posição minha.

Como ela estava ficando cada vez mais obcecada pelos livros, dou a ideia de ela fazer estágio do seu curso na escola da cidade, mas me arrependi assim que chegamos na escola.

Aquele moleque que sempre dá em cima dela, também trabalha naquela escola. Vou com tudo em cima dele quando ele a toca na cintura a conduzindo para dentro, mas sou segurado por Destin que me mandava ficar quieto.

— A ideia foi sua, muito inocente da sua parte, achar que ela não iria encontrar ninguém aqui.

— Calado — entro no carro apertando com força o volante e logo Destin se materializa ao meu lado — Por que a deixou ler seus livros?

— Ela é curiosa e gosta de magia.

— O que está tramando?

— Nada, mas e você já contou?

— Não, e o pior é que meu lobo quer a marcar de qualquer forma.

— Antes que isso aconteça deve contar toda a verdade a ela.

— Eu sei.

Ficamos ali dentro em completo silêncio, cada um perdido em seus pensamentos e quando ela chega Destin se evapora quase que na frente dela me fazendo o xingar dentro do carro.

— Por que Destin foi embora?

— Eu questionei o motivo dele dar os seus livros para você ler.

— Haaa, então você descobriu — ela ficou sem jeito e por um momento acredito que esses livros são apenas a ponta do iceberg.

— Uma leitura peculiar, não sabia que gostava desse tipo.

— Eu amo, na verdade, os que tem no seu escritório são bem antigos e tenho medo de mexer — sinto o meu corpo gelar, pois o que mais tem ali e manual de todas as criaturas.

— Sei que será cuidadosa — se ela descobrir sozinha, talvez ela não fique tão brava e não fuja, pois convivei comigo e não precisa ter medo.

— Lykos — a mão de Roz me traz de volta para a realidade — O que tanto pensa?

— Em várias coisas, mas me conta como foi o estágio?

Ela começou a me contar como foi com as crianças e sua empolgação me fez sorrir junto, acabo tocando no assunto do rapaz a tocando, mas ao escutar ele gargalhando fico confuso sobre o motivo.

— Você acredita que não sei nem o nome dele?

— Por quê?

— Não me interessa, na verdade, ele não me interessa — ela olhava firme para frente e por uma fração de segundo tenho quase certeza que vi Esec passar por nós.

Roz pelo jeito também percebeu, pois ficou tensa na mesma hora, igual quando ela disse que viu a criatura quando chegou na minha casa, para evitar qualquer contratempo peço que ela só ande comigo.

Escuto a voz de Destin ecoar na minha mente me chamando de possessivo, mas apenas nego com a cabeça, Roz concordou sem problemas, mas me lembrou que às vezes eu preciso me ausentar e imediatamente aviso que Destin vem com ela, já que ele é um desocupado.

Ainda consigo escutar ele resmungar e depois sair da minha mente de vez, me fazendo sorrir. Isso não passou desapercebido por Roz, que segurava a risada como se estivesse escutado Destin também.

Já em casa pergunto quando precisamos ir novamente e ela me explica que o estágio é apenas uma vez por semana por não ser obrigatório, mas de acordo com os anos eles aumentam os dias.

Fiquei mais tranquilo, pois ela não iria ficar muito próxima daquele humano atrevido, assim não preciso dar um corretivo nele, desde que ele se mantenha longe do que é meu.

— Não preciso nem ler pensamentos para saber que está xingando o menino.

— Agora ele é menino?

— Criatura então?

— Melhor — ela começa a rir enquanto me abraça me olhando fundo nos meus olhos.

— Não tem motivo de ter ciúmes dele, nem de Destin ou de qualquer um.

— Roz, eu preciso... — minha voz some no final, assim como a minha coragem de contar tudo para ela.

— Precisa?

— Tomar um banho, você vem comigo? — não era o que ela esperava e isso ficou claro quando o seu sorriso oscilou, mas mesmo assim ela confirmou me puxando para irmos para o meu quarto.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora