29. Primeiras informações

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Ele não mentiu quando disse que iria me ensinar, ele não focou em momento algum a junção de ervas, mas me apresentou sempre os prós e contras de cada uma que eu ia tocando.

Para isso minha mente foi gravando por completos essas informações e para meu espanto ela começou a fazer junções de quais eu poderia misturar ou não e até mesmo como potencializar alguma erva ou inutilizar algum efeito colateral dela.

Destin foi se empolgando ao escutar as minhas perguntas e quando percebemos já tinha se passado horas, o seu olhar mudou assim que a conversa foi ficando mais espaçada.

— Eu sei que o que vi foi real, só não consigo lembrar de todas as espécies que já li quando estava na loja — Destin nem respirava me olhando atentamente.

— Como pode ter tanta certeza?

— Não sei só a tenho, o que você é Destin?

— Achei que já tinha descoberto.

— Não lembro a diferença entre bruxo, mago ou feiticeiro — ele abra a boca, mas assim que ergo a minha mão ele a fecha — Não me importa para mim é tudo magia.

— Sou um mago que com o passar do tempo consegui me desenvolver e ser os três.

— Quantos anos?

— Trezentos e quarenta — o olho no mesmo momento.

— Está dormindo no formol? Me passa o nome desse creme milagroso — ele começa a gargalhar e agora sim todo o clima pesado se foi.

— Idiota.

— Besta.

— Que isso?

— Você começou — mostro a língua para ele que me devolve fazendo careta — Vai me contar o que ele é?

— Não posso, mas já mandei ele te contar há muito tempo.

— Vai me ajudar a descobrir?

— Talvez — empurro a sua cadeira com o pé e ele só não cai por conta da magia.

— Caramba, isso é muito legal.

— Não posso te ensinar isso, apenas que tenha o meu sangue correndo no seu corpo.

— Tai uma coisa que não quero experimentar ta cedo — ele me olha confuso — Tudo bem, eu perdoo esse raciocínio lento, a idade tem seu preço.

— Para de ser idiota e me explica.

— Sangue, não quero tomar sangue — começo a gargalhar com a careta de horror dele.

— Pois saiba que meu sangue é o mais puro — ergo a sobrancelha deixando em evidência minha desconfiança — Veneno, meu sangue é um veneno mortal para todos do sobrenatural.

— Agora eu acredito, venenoso.

— Palhaça.

— Pelo menos posso dormir tranquila, pois não são vampiros.

— Como pode ter certeza?

— Estou viva ainda e você fez uma carta muito feia quando falei sobre beber sangue.

— Não tem medo?

— Mesmo que fossem não teria, vai me contar agora?

— Eu quero, mas não posso é um segredo dele.

— Mas pode me dar dicas e antes que negue isso não é uma pergunta, então aceita que dói menos.

— Tenho alguns livros que podem ser produtivos nessa sua curiosidade.

— Sabia que não iria me decepcionar — dou uns tapinhas no seu ombro enquanto ele nega com a cabeça.

— Não tem mais dúvidas?

— Nada que você possa me responder, a idade de vocês é próxima, isso quer dizer que ele é mais velho que você, não é vampiro, vocês fugiram na lua cheia, ele escuta muito bem — Destin se engasga com o chá me indicando que estou no caminho certo.

— Mesmo observando tudo isso...

— Não tenho medo, medo eu tive quando me expulsaram do meu apartamento sendo acusada de algo que não fiz sem ter para onde ir, medo eu senti quando meus pais morreram e descobri que precisava me virar sozinha, medo eu senti... — Destin me abraça apertado e paro de falar na mesma hora.

Não precisava de palavras neste momento, o sentimento era tão intenso que era quase que palpável. Agora eu sei que tenho um amigo que posso contar para o que fosse.

O mesmo que começou implicando comigo é o mesmo que está me ensinando tudo o que sempre quis aprender e tive curiosidade, até mesmo se precisar de proteção eu sei que vou ter com ele.

— Destin, se algum dia eu vier precisar de ajuda, você...

— Te ajudaria sem pensar duas vezes.

— Mesmo que para isso tenha que ir contra Lykos?

— Pelo que já conheci de você, Lykos não vai ser contra, nada e se acontecer ainda vou sim vou ficar do seu lado — ele toca a ponta do meu nariz me fazendo sorrir.

— Cadê a minha lição de casa?

— Apressada.

— Já escureceu Destin.

— Você por algum acaso aceitaria ir comigo...

— Quero — nem preciso esperar ele terminar de falar, tudo que envolve magia eu aceito, ou quase, mas espero que seja algo bem legal.

Ele começa a gargalhar pela minha empolgação e me deixa livre para escolher qualquer livro da sua estante, mas ela estava encantada e eu conseguia apenas retirar alguns livros, mas nada deles falavam sobre outras criaturas, apenas sobre a magia e sua manipulação.

Porém, estou contente com as primeiras informações que tive, sem contar o acesso a novos aprendizados que Destin está me passando. Mas o ápice foi ser transportada pela magia de Destin, pode ter certeza que se ele estiver junto vou fazer ele me levar.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora