18. Chá de... Camomila

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Roz tinha mais conhecimento do que eu esperava, quando ela tocou no amuleto de Destin fiquei preparado para a pegar no ar, afinal todos que presenciei foram arremessados longe.

Destin estava encantado com os movimentos de Roz e sei que isso não vai acabar bem, quero a manter o mais longe possível do sobrenatural e ela demonstrando interesse na magia vai fazer com que Destin se empolgue demais.

— Roz, eu nunca me senti tão bem.

— O que você fez? — pergunto apertando o seu corpo contra o meu e vejo ela sorrir.

— Pelo que li, esses amuletos não são limpos como lavamos os objetos e sim com energia, enquanto passava a mão fui desejando, paz, amor, felicidade, tranquilidade...

— Por que fez isso? — Destin estava completamente desarmado e era isso que eu mais temia.

— Simples, gente feliz não enche o saco — por essa eu não esperava e começo a gargalhar.

— Chata — ela mostra a ponta da língua para ele, que devolve.

— Desde quando ficaram amigos? — não consigo evitar a curiosidade e o ciúme também.

— Não somos, ainda — ela se solta indo até a porta — Vou fazer um chá.

— Quer ajuda? — Destin falou mais rápido do que eu consegui pensar, só não sei se foi pela curiosidade em Roz ou para correr mesmo de mim.

— De forma alguma, seus chás são alucinógenos demais, vou fazer um de camomila mesmo.

Assim que ela fechou a porta, Destin quase pulou em cima de mim, ele estava empolgado demais com o que Roz fez e me alertou mais uma vez a contar a verdade logo para ela.

Ele começou a me explicar que ela não conseguiu o limpar ao sol, pois sua magia está ligada a lua e por isso nos damos muito bem, ele falou muitas outras coisas também, mas não consegui prestar atenção, o único pensamento era se ela não iria correr quando descobrir.

Não queria admitir para Destin, mas ele estava certo, eu deveria contar para ela minha natureza, se ela me amar de verdade não vai correr, mas meu estomago revira quando me pergunto se ela realmente me ama.

— Ela precisa de ajuda — me levanto indo até a porta por ter escutado o seu resmungo na cozinha, Destin tenta me parar, mas não conseguiu.

— Obrigada, já ia chamar mesmo por você — ela me entrega uma caneca com chá enquanto segura as duas, saindo da cozinha.

— Por que está sendo legal com ele? — retiro as canecas da sua mão a prensando contra o balcão.

— Já que vou ter que conviver com ele por ser seu amigo, não quero que o clima fique estranho, sem contar que precisa saber onde ele mora — não consigo segurar o rosnado pelo ciúme e ergo sua perna a obrigando abraçar meu pescoço.

— Por que Roz?

— Para acertar a cabeça dele, quando me assustar — seu olhar estava preso nos meus lábios e enquanto a sua respiração acelerava.

A beijo sem querer me controlar e assim que ela corresponde a puxo ainda mais contra o meu corpo, seu toque era um misto de calma e excitação que transbordava pelo meu corpo.

— Achei que o chá ia ser de ervas e não chá de...

— CALA A BOCA DESTIN — interrompo o beijo e a fala de Destin antes que ele venha falando mais besteiras.

— Nem é lua cheia ainda imagina...

— O que tem a lua cheia? — Roz me pergunta e agora percebo que ainda estou com o seu corpo colado ao meu, a ergo colocando sentada no balcão enquanto ela empurra a caneca para o lado de Destin.

— Então, sempre na...

— Coisa de gente velha, no caso ele — interrompo olhando para Roz, pois se me virar para Destin eu vou matar ele.

— Você tem a mesma idade que a minha e me chama de velho, a propósito seu chá está uma delícia — ao sentir a malícia em sua fala me viro já rosnando para ele que começa a gargalhar — Já estou indo — ele pisca para Roz deixando a caneca em cima do balcão, quando vou me mexer Roz toca no meu cabelo e sinto toda a raiva simplesmente sumir.

— Lykos o que tem a lua cheia?

— Nada de importante, apenas saímos para acampar ou algo assim, para não nos sentirmos muito sozinhos.

— Interessante.

— Não vou te deixar sozinha, lembra daquela senhora? — ela confirma com a cabeça — Ela vai ficar aqui, mas me diga se já se decidiu sobre o curso.

— Vou fazer literatura, mas algumas aulas são presenciais, então...

— Eu te levo e busco sem problemas — ela abre a boca para contestar, mas toco com o dedo seus lábios a fazendo calar — Não importa, eu vou te levar e te buscar, minha agenda é flexível e será um prazer acompanhar você.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora