76. Por que agora?

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Destin me tirou dos braços da Roz para me propor que a transforme? Já tivemos essa conversa antes e jurava que ele tinha me entendido que ela não vai ser submissa e isso a faria sentir muitas dores.

— Antes que venha me jogar todas as verdades na minha cara como já fez antes — Destin já começa a se defender e isso apenas entregava para Roz que já havíamos conversado sobre o assunto.

— Então andam conversando sobre a minha vida sem a minha presença? — ela ainda tomava o leite, mas não nos olhava — Me deixa ver — ela toma o livro da minha mão e consigo ver que algumas letras ficaram douradas.

— O que já aprontaram?

Destin não me respondeu, mas também não baixou o olhar, deixando bem claro que seja o que for que tenha feito, ele não se arrependia. Cortamos o nosso olhar quando Roz deixa a caneca e sai correndo para o banheiro para vomitar.

Corro atrás ela segurando o seu cabelo, mas por ela não ter quase nada no estômago ela não vomitou muito, ao sair do banheiro Destin estava completamente sem cor.

— Ela te encontrou? Me responde Roz? Me diz que você não aceitou? — Destin já chorava balançando os ombros de Roz até que eu a puxo para trás do meu corpo.

— Do que está falando?

— Nix — olho imediatamente para Roz que não estava entendendo nada.

— Quem é Nix? — ela estava falando a verdade, ela não fazia ideia de quem seja, mas Destin não estava convencido, mas depois de olhar para mim ele se calou.

Destin voltou a fazer o seu discurso de que após o ritual Roz irá ficar mais forte e difícil de matar, sem contar que por ela ser transformada após ser marcada isso impediria de muitos seres de a reivindicar.

Ali estava Destin com a solução para que Roz não seja reivindicada, não posso negar que fiquei balançado com a ideia, essa poderia, sim, ser a solução de não perder Roz para aquela criatura.

Mas após esse ritual Roz iria se transformar e a dor que ela iria sentir seria enorme, minha mente automaticamente já pensou que acasalar com ela transformada também seria uma delícia.

— Eu ficaria igual a Lykos? — Roz pelo jeito estava na mesma linha de pensamento, pois ela tomou frente e perguntou primeiro.

— Infelizmente não, pois junto como sangue de Lykos eu vou acrescentar o meu.

— Destin.

Ele apenas sorria, não era segredo para ninguém que Destin não sedia o seu sangue para ninguém independente de quem fosse e essa foi um dos motivos de ele ser expulso de seu coven.

Seu sangue era sagrado e fonte de grande poder, ele sabia muito bem o que poderia acontecer se alguém tomasse o seu sangue, não somente o humano teria acesso ao sangue e sim todas as próximas gerações nasceriam cada vez mais forte.

— Por que estão se olhando dessa forma? — Roz toca no meu braço, mas seu olhar estava fixo em Destin.

— O sangue de Destin é poderoso demais, por isso ele não cede para ninguém, mas...

— Já disse, vocês são minha família e faço tudo pela minha família.

— Não somente isso, Roz, ele interferia completamente nas próximas gerações de quem tomar os eu sangue.

— Isso se eu autorizar, pois do contrário ele é puro veneno.

— Para de enrolar e conta logo — Roz estava preocupada e Destin a abraçou forte.

— Seus filhos e todos que sejam gerados por seus filhos serão portadores de um grande poder, as gerações vão aprimorando e ficando mais fortes.

— Então meus filhos seriam mais fortes que você?

— Mais fortes que nós três juntos e a próxima geração mais forte ainda.

— O problema é que eles...

— Vão ser caçados — Roz completa a minha frase me interrompendo e volta a se sentar na mesa para comer.

— Por que agora? — Destin engole em seco com a minha pergunta.

— Vocês são muito fofos juntos, sem contar que você, meu caro amigo, deixou de ser um velho ranzinza — Roz não se aguentou e começou a gargalhar.

Ela não passou mal depois e se alimentou bem, na verdade, até mais do que tem costume. Não era somente eu que estava analisando Roz, Destin nem disfarçava os olhares em sua direção.

Roz ainda perguntou se doeria esse ritual, mas a próxima pergunta me fez perder o ar, ela queria saber se esse ritual aumentaria o tempo de vida dela comigo. Essa era a única preocupação dela e isso pode ser uma porta aberta para pessoas com péssimas intenções.

Destin respondia com a mais pura verdade sem esconder nenhum detalhe, apenas que ela seria submissa a mim e quando revelei esse pequeno detalhe ela começou a gargalhar enquanto negava com a cabeça.

Isso gerou várias piadas entre os dois e sinceramente não interferi, pois o clima foi ficando leve e alegre. Novamente aquela sensação de família me abraçou, Roz sentiu, pois se acomodou sorrindo.

Sabia que aquele sorriso iria me convencer se qualquer coisa, mas ainda mantinha a minha decisão de não transformar Roz, pelo menos não ainda. Não fazia ideia que essa decisão poderia me custar a quase morte de Roz mais para frente.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora