88. Medo e vozes

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Roz dormia tranquilamente contra o meu peito enquanto os meus dedos mexiam de forma leve no seu cabelo, acabou que o sexo que começou no quarto terminou na cozinha com o meu alfa e depois voltamos para o quarto.

Ela se encolhia em alguns momentos como se estivesse com medo de algo ou alguém, quando finalmente seus olhos se abriram estavam repletos de lágrimas, algo me diz que isso vai longe ainda.

— Se abre comigo, pois consigo sentir o você agora.

— Estou escutando vozes, não posso ter ficado louca, posso?

— Explica Roz.

— Estou sentindo o me corpo estranho, também, é como se faltasse alguma coisa.

— Filhos, é isso que ele está procurando — ela me olha espantada e isso me fez sorrir — Antes de você se transformar já estava se transformando em uma peeira.

— Por que uma peneira? — não consigo e acabo rindo baixo e o tapa vem com tudo deixando o meu peito ardido.

— Cuidado com essa mão agora, pois tem mais força do que imagina. Sobre a peeira é uma fada dos lobos, elas sempre estão nos orientando e nos acalmando.

— Então eu já era um ser sobrenatural?

— Sim e não, sim, pois é uma fada e não, pois não muda muita coisa, isso apenas explica.

— O quê?

— Como conseguimos transar em meia transformação é um exemplo.

— Achei que ia caber não — não tinha como conversar e forma séria com a Roz, mas, ao mesmo tempo, essa espontaneidade toda me deixava mais apaixonado por ela.

— O que as vozes falam?

— Me mandam correr para os seus braços enquanto outras me gritam avisando que é perigoso...

— Não fica assim — ela tinha se encolhido contra o meu corpo — Isso é devido aos dois sangues que correm em você, seu lado bruxo pede para correr para longe, afinal te transformei sem um ritual ou permissão, já o seu lado lobo manda vim para mim por ser seu alfa, seu companheiro, seu amor...

— Convencido — ela se senta novamente e percebo que ela não está nada bem.

— Elas vão parar, só aguardar para ver qual lado seu irá ser o mais forte, bruxo ou lobo.

Com muito custo a convenço para descer para comer alguma coisa, mas ela acabou reclamando que não estava legal, mando mensagem para Destin avisando para ele o que Roz me relatou e quando subo o olhar ela estava saindo pela porta da cozinha.

— ROZ NÃO...

Sou lançado para dentro com tudo enquanto Roz é atingida na cabeça e caindo nos braços de Esec, ela sorria maleficamente e quando cheirou a Roz sua careta de nojo me fez rosnar.

— Não vai conseguir se mexer por um tempo seu lobo inútil, eu avisei que teria a minha vingança.

— Você nem amava ele, Esec, você não ama ninguém, deixa a Roz em paz — precisava segurar ela mais um pouco, pelo menos até Destin chegar.

— Mentira, eu amo ver você sofrer — ela joga o corpo da Roz para o mesmo lobo que me apontou onde ela estava e logo a sua voz preencheu minha cabeça.

"Não demora, vou fazer de tudo para a deixar segura e viva" — confirmo com a cabeça de forma sutil o que passou batido por Esec.

— Sabe onde me encontrar.

O grito de Destin me fez olhar para a porta e ele estava no chão sendo eletrocutado, o choque só cessou quando Esec estava longe. Vou andando com dificuldade até Destin que havia desmaiado.

Era poucas coisas que derrubavam Destin, mas ele estava fragilizado ainda pela quantidade de magia que Roz sugou dele, para repor levaria um tempo ou então ele sugaria de volta, o que não faria de forma alguma.

Vou para fora, mas não tem nada para onde seguir, nem cheiro, nem rastro, simplesmente nada. Aquela cadela se juntou com outros seres sobrenaturais, isso era um fato, mas por quê? O que eles estão ganhando com isso?

Me assusto com o toque de Destin no meu ombro e agora percebo que estou há algum tempo parado olhando para fora, não queria me virar para Destin, pois estava segurando o choro há algum tempo.

— Vamos achar ela.

— Você sabe que não é bem isso que vai acontecer.

— Lykos, me deixe lembrar que Esec não tem esse poder todo.

— Mas quem está ajudando ela sim — Destin sabia muito bem de quem eu estava falando e pelo seu olhar o pânico também estava tomando o corpo dele — Ele irá finalmente me matar, mas antes vai executar a Roz na minha frente, isso na melhor das hipóteses.

Destin negava com a cabeça enquanto andava de um lado para o outro, mas ele sabia muito melhor que eu, a morte de Roz seria a última coisa que ele faria e era isso que mais me machucava.

Me levanto me transformando e pronto para correr, quando Destin me para me lembrando que não tinha como conseguir fazer isso de cabeça quente, mas a cada minuto que estou aqui parado ela está sofrendo e mesmo que eu morra no final, mas a Roz vai sobreviver.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora