Uma Semana Depois.

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Depois de uma semana dormindo as meia noite e meia pra fazer as tarefas e ficar por dentro da meteria e acordando as seis pra ir pra academia eu estou acabada. Com todas as letras e fonemas.

É segunda feira e eu estou fazendo musculação, tentando.

Rafael.

Cheguei segunda feira na academia umas nove horas e vi a Tori na área da musculação mas parece que ela está fazendo uma pausa.

— Vai lá da uma ajuda porque ela parece bem parada — Meu pai falou e eu fui até ela. Cheguei rindo mas ela não notou.

— Tá bem paradinha. — Eu falei e ela não disse nada, ela ta de cabeça abaixada. Eu toquei no ombro dela e ela "caiu" em cima de mim. — Tori? — Ela esta apagada. Peguei ela no colo e levei ela ate o vestiário. Coloquei ela deitada no banco ali do lado. Ela não acordou. Então eu sentei de pernas abertas na barriga dela só pra irritar.

— Rafa eu estou quebrada. — Ela disse de olhos fechados com as mãos na minha perna.

— É mas meu pai não vai gostar de te ver dormindo em expediente. — Eu falei levantando ela pelos braços. Ela esta mole.

— Só mais quinze minutos. — Ela pediu e abriu as pernas. Sentei na frente dela e a mesma caiu no meu peito.

— Por que esta tão cansada?

— Eu durmo todo dia meia noite e meia ou uma da madrugada e acordo seis horas. Não tenho um tempinho pra nada — Ela disse meio "fraca".

— Olha pra mim — Falei passando o dedo na bochecha dela. Ela me olhou com aqueles olhos verdes cansados. Ela ia dormir de novo e eu fiquei olhando pra ela. — Abre os olhos Tori.

— Rafa eu tô... — Eu beijei ela. No começo foi meio confuso. Mas depois a gente entrou em sincronia. Eu soltei ela e ficamos respirando afobadamente na frente um do outro. Eu não larguei o rosto dela. Ai ela tirou minhas mãos dali. Ela levantou e foi ate a pia. — Rafa eu, a gente não... — Ela não sabia o que falar. Eu larguei minha mochila e fui pra perto dela. Fiquei atrás dela enquanto ela respirava.

— Vai dizer que não foi bom.

— Não posso reclamar foi o primeiro.

— Você é BV ? — Perguntei e ela virou pra mim.

— Não sou mais. — Ela disse e eu cheguei mais perto. — Rafael, a gente é amigo, muito amigo. Passamos quase dois meses juntos todos os dias. Você implicou comigo todos esses dias. Por que me beijou hoje?

— Atração, sei lá Tori. Eu sou homem você é uma garota linda e eu senti vontade de te beijar.

— Não quero estragar a amizade que a gente tem.

— Não vai. — Eu falei e comecei a beijar ela de novo. Eu estava amando tudo aquilo. Mas ela parou e colocou a mão no meu peito.

— É melhor a gente esquecer disso pode ser? — Ela disse me afastando.

— Por que? Você quer ficar numa boa com o playboy loirinho?

— Eu GOSTO do Caio, Rafa. Eu gosto dele a muito tempo!

— Então você não gosta de mim é isso?

— Eu gosto de você Rafa. Mas eu gosto de você de um jeito diferente de como eu gosto dele. Entende?

— Entendo. Só tem umas coisinhas básicas Tori, eu gosto da pessoa que você é. Ele gosta da pessoa gostosa que você se transformou. Eu notei você há dois meses ele não sabia que você existia há uma semana. São essas as diferenças. — Falei e sai de lá batendo a porta. Fui pra esteira e comecei a correr que nem um condenado. Na verdade queria sair dali correndo mas não dá. Eu vi ela saindo dali com a bolsa dela e ir falar com o meu pai. Ouvi metade da conversa.

— Eu e o Rafa nos desentendemos vou dar um tempo pra ele pensar no que disse. — Ela disse e eu parei a esteira e fiquei ali parado. — E eu estou morta. Não vou ser útil aqui Carlos, desculpa.

— Eu te levo embora. Faço questão. — Os dois saíram e eu peguei minhas luvas e fui pro fundo da academia onde tem um saco de areia. Estava com raiva desse cara, dela, de mim e de todo mundo. Inclusive meu pai que esta do lado dela. Tudo bem que estou errado mas eu sou filho dele.

Tori

Cheguei em casa e deitei. Fiquei vinte minutos pensando no que ele disse. Eu não quero acreditar que tudo aquilo é a verdade. Não quero e não consigo. Eu gosto de mais do Caio pra deixar isso influenciar minha cabeça. Mas o Rafael mexe muito comigo pra deixar aquele beijo e o que ele disse passar em branco. Minha cabeça esta processando a mil por hora então desliguei tudo e dormi. Acordei as quatro horas disposta então peguei meu celular. Dez chamadas perdidas do Rafa. Ignorei aquilo e fiquei no insta de bobeira ai ele ligou de novo. Eu respirei fundo porque por incrível que pareça meu coração bateu mais forte que o normal.

— Até que enfim.

— Estava dormindo.

— Desde as dez da manhã? Uau.

— É. O que foi? Consciência pesada?

— Por ter te beijado? Não. Vou dormir feito um anjo hoje.

— Idiota.

— Sei que gostou.

— Já disse que não tenho outras experiências então qualquer coisa é bom no começo.

— Ai.

— Só isso? Tenho mais o que fazer.

— Tipo? Ficar no insta esperando dar  o horário de tomar banho? — Odeio o fato de ele me conhecer tão bem.— Queria pedir desculpa pelo o que eu disse. Foi coisa do momento. Ficou tudo misturado naquela hora e saiu coisa que não devia ter saído.

— Mas você acha mesmo aquilo? — Perguntei e ele respirou.

— Acho. Me desculpa mas quando se trata de você não consigo não ser sincero. Mas como você gosta dele espero que isso não seja verdade se não alguém vai sair machucado. E eu aposto que não vai ser eu.

— Se alguém sair machucado. Alguém sai da academia e alguém fica sem amiga. — Falei e desliguei. fui na cozinha e preparei um lanche. Depois fui começar a me arrumar. Cheguei na escola atrasada ainda mesmo me arrumando cedo. Ao chegar o Caio veio pra perto de mim e me deu um abraço. Nos não saímos sábado nem domingo mas ficamos conversando no facetime por um tempo. Um bom tempo. A gente trocou umas palavras mas eu entrei na sala. Tivemos as duas primeiras aulas e fomos pro intervalo. O Caio parece carrapato. Ele grudou e não quer mais sair. Eu ein. Não que eu não goste mas preciso pensar sobre tudo.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora