Então fui embora. Estava todo mundo na sala mexendo em celular ou notebook.— Existe vida social fora da internet amigos. — Disse sentando no braço do sofá. Me joguei no sofá e minha cabeça caiu certinha nas pernas do Rafael. Ele deu uma gemida por conta da dor.
— Ai. — Ele disse e eu ri.
— Desculpa.
— Como foi com as crianças? — Ele perguntou me olhando.
— Foi legal. Elas estão tão lindas.
— Parece que tem um casal querendo adotar eles. — Eu me levantei rápido e olhri pra ele.
— Como assim? — Perguntei.
— O casal parece ser legal.
— Parecer ser legal não adianta. Eu vou investigar esses dois. As crianças já tiveram emoções de mais para a idade deles. — Voltei a me deitar.
— Você vai ser a mãe mais coruja do mundo. Aquelas super protetoras sabe? — Ele disse sorrindo olhando para mim.
— Fico depressiva em pensar um filho de vocês. — Bianca falou.
— Quem disse que eu vou ter um filho com esse ser? Iludida. — Eu falei e ele assentiu meio para baixo.
— Vocês tem certeza que não são namorados? — Andrew perguntou de novo.
— Não somos namorados Andrew.
— Mas então o que foi aquele beijo hoje cedo na minha frente? — Ele perguntou e a Bianca olhou para gente
— Vocês se beijaram?
— Ele me beijou. — Esclareci.
— Mas você gostou. — Cala boca Rafael.
— Ninguém perguntou. — Falei. Ficamos quietos então me levantei e subi em silêncio.
Enfim, ao decorrer do dia tentei o menos possível falar com alguém. Mas o Max sempre acaba aparecendo.
— E aí. — Ele falou entrando no meu quarto.
— E aí.
— Ficou o dia inteiro dentro deste quarto. Vamos lá fora tomar um ar fresco. — Ele falou e eu me levantei. Fomos para o lado de fora de casa. Nos sentamos na grama bem aparada do jardim. — Você e o Rafa... Eu tenho quase certeza que vocês dois se pegaram ontem a noite.
— Eu odeio você.
— Eu conheço vocês. Os dois são meus amigos. O Rafael dormiu no seu quarto e saiu muito feliz de lá.
— Você precisa de uma namorada. — Bianca falou sentando do outro lado dele.
— Concordo. Qual seu tipo?
— Loiras. — Ele respondeu.
— A Bianca é loira por que não tem crush por ela?
— Porque ela é chata. — Ele falou olhando para frente. Eu dei risada e ela o bateu.
— Loiras baixas? Altas? — Bianca perguntou.
— Se eu gostar não importa como ela seja. — Max falou com toda a meiguice que alguém poderia ter.
— Conheço uma loira de olhos bem mel. Muito bonita. Mas agora você não vai poder conhecer ela. — Bianca falou e eu também fiquei curiosa e meio confusa.
— Por acaso o nome dela é Clara? — Perguntei.
— Talvez. — Ela falou e eu dei risada. — Mas então. O que aconteceu ontem quando eu e a Sara saímos de lá?
— A gente deitou e ele acabou me beijando de novo. Mas eu não queria.
— Se não quisesse tinha tirado ele de lá a força.
— Ele é mais forte não sei se notou.
— Ele não ia te jogar a força na cama e te agarrar.
— É... Mas eu falei para ele que isso não vai mais acontecer.
— Mas você gosta dele. — Bianca falou se deitando na grama.
— Quem disse? — Perguntei.
— Esta grudado na sua testa. — Max também se deitou.
— Então me diz como tira porque eu não gosto dele. — Falei e Max me puxou para me deitar ao lado deles. A gente estava quieto vendo o céu parecíamos hippies. Então a gente ouviu uma voz, de homem, cantando bem. Muito bem. É aquela música do Ne yo. Let me love you. — Quem esta cantando isso? — Perguntei me sentando. Eles se sentaram também e a gente ficou em pé. E ficamos ouvindo...
— How can you understand something do you never had? Oh baby if you can let me can help out with all of that ...— A gente estava dentro de casa e a voz ia ficando mais próxima.
— Não é Jus. Não é o Max. — Bianca falou — Será que o Andie ou o Jer cantam? — Ela se perguntou. Subimos as escadas e mais alta a voz ficava...
— Girl don't be afraid, girl let me help you.. Girl let me love you and i will love you until you learn to love yourself... — Estamos agora no corredor dos quartos. Passamos pelo meu, depois pelo da Bianca, então a voz ficou muito mais perto.
— Não é possível. — Falamos juntos quando paramos na frente do quarto dele. Eu abri a porta e vi ele com fones de ouvido em pé com calça sem camisa arrumando o cabelo. Ele olhou pra gente uma vez e continuou cantando então olhou de novo e parou. — O que... Como você sabe? Alguém me belisca. — Falei e a Bianca vidrada me beliscou. — Era uma metáfora sua anta.
— Invasão de privacidade. — Disse ele tirando os fones do ouvido e o celular do bolso. Então colocou uma camisa.
— Deixa de ser invasão quando a casa inteira escuta você. — Falei — Cantando.
— Tava alto? — Perguntou ele meio surpreso.
— Muito.
— Por que essa música? — Bianca perguntou e ele me olhou meio tímido mas quem ficou vermelha foi eu. — Ah, devia ter cantado para ela então não para casa inteira Rafael. — Ela falou e ele riu.
— Ela me odeia esqueceu? — Ele falou olhando pro chão e se sentando novamente. Bianca e Max se sentaram do lado dele e fizeram ele me olhar. Então apertaram o maxilar dele mexendo a boca.
— Agora fala comigo.. — Max mandou. — Girl..
— Girl...— Let me..
— Let me — Ele fala um pouco "enrolado" por conta do Max estar assassinando o maxilar dele.
— Love you.
— Girl let me love you. — Disse ele rindo. Eu fiz sinal negativo com a cabeça.
— Desculpe. — Minha voz saiu como a de uma criança prestes a chorar. Ele ficou me olhando então sai do seu quarto e fui para o meu. Entrei e me joguei na cama. Eu não chorei porque eu estava com ele na cabeça cantando. Me virei com a cabeça para cima e fiquei quieta até a Bi entrar ali.
— Desculpe? — Ela perguntou sentando do meu lado. — É o melhor que pode dizer? Desculpe?
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Dreaming out loud
AventureTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...