Flor da idade

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  Após o jantar todos fomos pra sala. Mas ficamos apertados.

  — Vamos lá pra fora de novo? — Max perguntou e a gente concordou. Nos sentamos em uma roda e ficamos conversando. Então ouvimos barulho de carro entrar na garagem. Ficamos quietos. — Quem sera que é?

  — Turma? Filha? É o Chris. Nunca vi ele. Nem nenhum dos diretores.

*Tori*

A Bianca levantou e entrou lá. O Chris a achou no caminho.

  — Oi pai. — É legal ver ela o chamando de pai. Então apareceu o Ryan e o Carlos.

  — Vejo dois rostinhos diferentes. — Ryan falou e devagar o Rafa se distanciou de mim. Eu me levantei e fui até ele. — Tudo bem? — Ele me abraçou de leve e demorado.

  — Tudo ótimo. Essas são minhas amigas. A Clara e a Brenda. — Falei me virando pra elas. As duas se levantaram e ficaram em posição. Eu dei risada. Ainda não me acostumei com isso.

  — Ah, prazer. Descansar. — Ele se aproximou da roda. Os três não estavam com uniforme da CIA.

  — Você está bonito. — Falei rindo.

  — E você esta muito sem roupa. Está frio aqui fora. Por que não entram? — Ele perguntou.

— Digamos que os sofás estão pequenos para nós. Elas vão poder ficar com a gente né Ryan? — Ele ergueu uma sobrancelha e olhou pro Chris. Eu e a Bianca imploramos.

  — Carlos quebra essa. — Brenda disse se aproximando dele com a Clara.

  — Acho que eles sabem se virar. — Carlos falou e elas o abraçaram.

  — E ai pai.— Rafa falou como se estivesse no tédio.

  — Isso é jeito de falar com o seu pai. — Carlos subiu no pescoço do Rafa e o derrubou no chão. Os dois começaram a lutar. Eu dei risada.

  — Ele fazia isso comigo antes. — Ryan disse pra mim. — Ele não aguenta e acaba rindo. — Dito e feito. Ele começou a rir e o Rafa "ganhou". — Perder pro seu filho Carlos, você esta ficando velho.

  — Eu que estou crescendo. — Rafael falou se levantando e se limpando. — Boa noite Ryan. — Ele disse e os dois se cumprimentaram. — Bom vamos entrar está mesmo frio aqui fora. — Todos entraram e eu fui ficando pra trás com o Rafa. — Espera. — Ele me puxou pro canto e ficou na minha frente.

  — Que foi?

  — Que tal a gente contar pra ele agora? Sobre a gente.

  — Você está louco? Não!

  — Por que?

  — Rafael a gente não combinou de começar direito? De novo? Vamos esperar então a gente fala pra ele quando... — Eu parei e fiquei olhando pra ele.

  — Quando eu te pedir em namoro. — Foi uma afirmação. Eu sorri meio envergonhada.

  — É. — Disse rindo e ele passou o meu cabelo. Ele beijou meu rosto e foi primeiro pra sala. Eu dei uma "comemoração estérica" e entrei. Eles estavam acendendo a lareira e se sentando em volta dela. Eu fiquei no braço da poltrona onde o Rafael estava sentado.

  — O que vocês fazem quando ficam no tédio? — Ryan perguntou sentando no chão. 

— Bom se depender de mim... Nada. — Max falou e a gente riu.

  — Na nossa época o Ryan dava uma de cantor. — Chris falou rindo. O Ryan chutou ele.

  — Só acredito vendo. — Falei. — Pega meu violão. — Falei pro Rafa. Ele passou por mim passando a mão na minha barriga. Estava gelada então fiquei arrepiada. Me sentei na poltrona no lugar dele e o Ryan estava me olhando estranho. Estava todo mundo conversando e ele me olhando — O que foi? — Gesticulei com a boca.

  — O que foi aquilo? — Ele perguntou do mesmo modo.

  — Nada. Relaxa. — Falei mas por dentro meu coração estava acelerado. Então o Rafa desceu e ficou sentado no chão nas minhas pernas.

  — Passa esse violão pra cá. — Ryan disse e o Rafa passou. —  Amadores. — Ele falou e a gente riu. Ele se arrumou e começou a tocar alguma coisa parecida com He Is We.

  — Não não. Para. Você não conhece He is we. Não é possível. — Falei e ele riu

— Então já que conhece canta comigo dona encrenca. — Ele começou a tocar All About Us . Eu comecei a cantar e na hora que tem uma batida o Rafa começou a bater as mãos e os outros também. Então começou a parte do homem. Ele começou a cantar e eu fiquei literalmente vidrada nele. E na voz dele. Era tão serena e ao mesmo tempo tão "forte" que eu fiquei impressionada. A gente cantou junto e depois disso as meninas e os meninos bateram palma.

— Não é atoa que vocês são pai e filha por que olha... — Brenda disse e eu dei risada.

  — Mais alguém quer? — Ryan perguntou.

  — Eu canto mas não toco. Se importa? — Rafa disse e ele fez sinal negativo com a cabeça.

— Espera. Quem esta perdido agora sou eu. — Carlos disse e a gente riu.

  — A gente também. — Clara e Brenda.

  — Ele canta super bem. Da até uma envejinha. — Falei passando a mão no cabelo dele. Depois de ficarmos cantando a noite inteira eu estava extremamente cansada. Eu acabei dormindo na poltrona.

*Rafael*

Quando eu cantei o meu pai ficou literalmente boquiaberto porque... Bom eu nunca cantei perto dele nem longe dele. Eu canto quando me empolgo. E quando acho que não tem ninguém ouvindo. Enfim, quando todo mundo pediu pra eu, Ryan, Tori e Jus cantarmos uma música até que a Tori acabou dormindo ali na poltrona. Eu ia pegar ela pra levar pro quarto.

  — Deixa que eu me encarrego dessa missão. — Ryan disse atrás de mim. Eu me distanciei e ele a pegou com tanta facilidade e delicadeza. Preciso aprender a ser menos rude. Concordo. Eu fui atrás dele até o corredor. — Qual o quarto? — Perguntou ele baixinho. Eu abri a porta dela e ele entrou, a colocou na cama, a cobriu e depois deu um beijo na testa dela. Foi até que fofo. Nunca pensei achar isso fofo deus o que há comigo?

  — Valeu. — Falei quando ele saiu.

  — Ahn, cuida dela por mim. Não deixa ela ficar se esforçando de mais. Queria poder ficar aqui com ela mas como não posso ponho essa responsabilidade em cima dos seus ombros. — Ele falou parando na minha frente. — Dos seus grandes, fortes e musculosos ombros. — Dei risada com ele.

  — O.k. Pode confiar.

  — Espero poder mesmo. — A gente desceu e os meninos todos com as meninas dormindo ao lado. — Sejam cavalheiros. — Ryan disse. O Jus ia pegar a Bianca mas o Chris o empurrou.

  — Minha filha, sai. — Eu dei risada baixinho.

— Ai pai, me carrega no colo até meu quarto. — Falei pro meu pai.

  — Você já passou dessa fase meu querido. Quando você tinha quarenta quilos eu te levava agora não dá. — Ele disse sentando na poltrona quando levaram as meninas pra cima. Foi até engraçado ver todos eles com uma garota nos braços. — Está na nossa hora Backer. — Um apelido inusitado me fez ficar perdido. O Ryan chegou perto do meu pai e o levantou.

  — Ben a gente esta ficando velho meu amigo. — O Ryan disse.

  — Temos trinta e oito estamos na flor da idade ainda meu caro Backer. — Meu pai disse o abraçando de canto.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora