Dreaming out loud

A Festa

Às sete da manha naquele sábado minha mãe me acordou e acordou as meninas aos gritos.

  — É hoje meninas vamos. 

  — Onde? — Perguntei.

  — Ao salão. Todas as outras sete garotas vão pra lá lembra? — Ela disse e eu levantei. 

  Entramos no carro dela e fomos pro salão. As dez meninas vão usar um vestido roxo. A minha primeira troca de roupa é prata. E o vestido da dança é um lilas bem claro, quase branco. Mas bonito. É mais ou menos assim. Então fiquei ali esperando pra ser arrumada já que eram dez meninas e duas pessoas para arrumar a gente. Então as seis horas minha maquiagem estava pronta e só faltava o cabelo. Às sete estamos todas prontas. Estava tentando ligar pro Caio mas ele não atende de jeito nenhum. Estou preocupada porque ele vai dançar comigo. 

  — Vamos? — Minha mãe disse. Ela esta arrumada já. Ela levou primeiro as meninas e depois veio pegar eu e a Bi. Ao chegarmos lá estava tudo vazio ainda. Então eu pude perceber o quão grande e bonito é esse lugar. É como uma casa antiga. Antiga, grande mas maravilhosa. Então os convidados começaram a chegar. Eu não consegui dar conta de todo mundo então alguns passaram despercebidos. Percebi isso quando o Carlos veio ate mim e disse que já estava na mesa dele e só veio me cumprimentar. Meu coração ficou acelerado porque provavelmente o Rafa veio afinal o Carlos não disse o contrário. Então chegou os últimos convidadas de acordo com a lista que uma moça estava segurando. Então ela fechou os portões da casa. A pista esta vazia e todos os garçons estão servindo as mesas enquanto alguns convidados deixam os presentes na mesa de presentes ou me deixam um recado. Naquele momento no caderno de recados como eu chamo, tem um garoto. Moreno, alto, cabelo arrumado e bebendo um drink sem álcool. Eu ia cumprimentar mas minha mãe me puxou e foi me levando de mesa em mesa fazendo eu falar com todos. Estão todos arrumados, com paletó ou smoking. Depois de uma hora falando com todo mundo e fazendo piadas sem graça com todos eu ainda não consegui falar com o Carlos. Quando ia falar com ele minha mãe disse que era a hora da dança com o "príncipe", particularmente falando acho esse nome ridículo mas minha mãe quis assim. Mas tinha que me trocar. Então quando eu estava pronta as meninas me olharam e sorriram. Uma mulher chamou nome por nome das meninas e seus companheiros. E por último...

  — E agora, nossa aniversariante... — Eu estava quase descendo as escadas quando não vi ninguém ali, pra ser mais especifica, não vi o Caio. Então o "carinha do recado apareceu" — E seu acompanhante. — Ele estava me esperando com a mão estendida. Eu consegui ver como ele esta bonito. E de gravata borboleta. Quando eu peguei a mão dele me senti bem. 

  — Cadê o Caio?

  — Eu não sei. — Ele falou enquanto me conduzia ate a pista. Ele parou na minha frente e nos cumprimentamos. Ele não tirou os olhos dos meus então me puxou pra dança. — Se ele não apareceu é porque alguma coisa seria aconteceu Tori. Acho que ele não te deixaria na mão agora.

  — Pela primeira vez você esta defendendo o Caio. Londres mexeu com a sua cabeça.

  — É seu aniversario, não quero causar brigas. 

  — Obrigada por vir.

  — Eu tinha que vir. Sua mãe comprou esse smoking pra mim. Ela fez questão. 

  — Minha mãe?

  — É. Você esta linda. — Ele falou e eu dei um sorriso

  — Você também está arrumadinho. — Falei e ele riu. Aquela risada no meu ouvido ofuscou toda música, todo barulho de câmeras e os passos das pessoas andando por lá. Ele olhou nos meus olhos e por ele estar todo de preto os olhos dele parecem bem mais azuis, quase brancos. Ficamos assim ate a música ficar mais calma. Ele colocou as mãos no meu rosto e se aproximou. Ele beijou a minha testa demoradamente e me abraçou o mais forte que pôde.