Devia ter ido

16 1 0
                                    

Fomos pra fora e entramos todos na van. O Scooter na frente, Jus, Sara, Bi e Max no primeiro banco e logo atrás eu com o Rafa. Eu estava quieta e ele também. Então ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Eu olhei aquilo e continuei calada. Ele me abraçou de lado e beijou minha cabeça. 

  — Pensa na parte boa, você vai poder se despedir de mim normalmente e que amanha ou depois a gente vai estar de volta. 

  — Como assim amanhã ou depois?

  — Tori, são dezessete horas de viagem. Vamos da America pra Ásia. — Ele falou e eu fiquei quieta. 

  — O.k. — Eu disse e ele me esmagou. 

  — Aproveita esse momento sozinha, pula nos sofás, com música bem alta bebendo bourbon. 

  — Onde tem bourbon meu querido?

  — Tem uma adega na casa. Você ainda não teve a oportunidade de ver. Só procurar e vai achar. — Ele cochichou.

  — Você já bebeu alguma coisa?

  — Não. Mas separei uma garrafa e deixei no meu quarto. Mas nem deu tempo de beber. O Scooter não gosta muito que a gente beba. — Ele disse e eu assenti.

  — Hoje é dia que eu bebi e não recebo sermão de ninguém. — Falei e chegamos no aeroporto. Como é jatinho não precisamos esperar por nada. Então eu parei perto do portão de embarque e ainda estava de mãos dadas com o Rafa. Ele virou pra mim e colocou as mãos em volta do meu rosto. 

  — Quando eu voltar vou dizer aquelas três palavrinhas pra você ate elas perderem o sentido estamos combinados assim? — Ele falou e eu concordei. Ele me deu um de seus melhores beijos depois um abraço forte.

  — Cuidado. — Falei e me despedi dos outros. Eles foram pro jatinho e eu entrei na van de novo sozinha e quando cheguei em casa fui a procura da adega. É realmente enorme e tem de tudo. Peguei uma garrafa de bourbon, uma de vinho e uma de champanhe. Ia decidir qual ia tomar. Ainda são onze horas. Então com meu almoço vou tomar meu vinho. Depois esperei a digestão e bebi bourbon pro resto da tarde ate ficar meio bêbada. Talvez um pouco mais do que meio. Mas enfim, de noite eu achei melhor ir tomar um banho pra poder jantar e dormir. Plano deu errado. Eu tomei banho, jantei sobriamente depois bebi minha garrafa de champanhe ouvindo algum tipo de hip hop sei lá. Quando eram uma da manhã eu fui deitar. Eu apaguei literalmente. Mas três horas depois meu celular tocou e eu fui atender. 

  — Que — Falei com minha voz extremamente estranha de sono/ressaca.

  — Pelo jeito você achou a adega. — Era a voz do rafa. Eu dei um sorriso e me levantei. Fiquei sentada e tentei não falar com voz de quem esta com ressaca.

  — Oi. Vocês chegaram agora? De madrugada?

  — Aqui são meio dia. — Ele disse e eu fiquei quieta.

  — Eu bebi vinho, bourbon e champanhe se é isso que quer saber.

  — Por isso essa voz de quem esta bêbada. Pega leve o.k.?

  — Ryan? É você? — Falei irônica.

  — Besta. A gente esta chegando no hotel. Vamos dormir até umas quatro da tarde daí vamos entrar em ação. 

  — Não devia ter me contado isso.

  — Por que?

  — Fico ansiosa.

  — Eu também pensei que ia ficar nervoso com minha primeira missão mas quando eu soube que uma pessoa importante pra mim estava em perigo tudo que eu senti era adrenalina e vontade de me vingar sabe? No fim a ansiedade desaparece. — Ele disse e eu concordei. 

  — Talvez eu faça uma surpresa pra vocês. — Falei e ele bocejou.

  — Vou dormir anjo, depois a gente se fala o.k.? — Ele falou, foi tao fofo quando ele me chamou de anjo que eu tive que dar um sorriso. Desliguei o celular e dormi. 

  Às nove do outro dia acordei, tomei uma caneca de café extra forte. Eu estava nervosa,ansiosa e talvez com um pressentimento ruim. Mas sei que tudo isso é porque queria estar lá. 

  Quando o relógio deu dez horas imaginei que eles já tinham resolvido o problema e salvo o refém. A Bianca me ligou e ela estava com voz de quem tinha chorado. 

  — O que aconteceu?

  — O Rafa se feriu, melhor vir pra cá. — Ela disse 

  — Ele ta vivo? — Perguntei estressada preocupada não sei.

  — Obvio tori, ele só esta com uma bala na cintura. Ele esta bem... Na medida do possível. 

  — Ótimo porque quando eu chegar ai eu vou matar ele por ter feito minha pessoa ter uma parada cardíaca. — Desliguei o celular e já estava no meu quarto com uma mala na mão. Peguei algumas roupas pra mim e umas pro Rafa. Quando terminei liguei pro Ryan. — Já sabe o que aconteceu com o Rafael, um jatinho ni aeroporto de Atlanta agora. — Falei e desliguei. Eu devia ter ido pra Rússia com eles. Assim pelo menos não teria que fazer ele esperar dezessete horas pra apanhar de mim. O.k., ele não tem culpa mas fazer eu ficar aflita desse jeito. Corri o naus rápido que pude com meu carro ate chegar lá. Entrei no jatinho e logo decolaram. Depois de longas dezessete horas impaciente naquele lugar chegamos em Moscou. O Scooter estava ali pra me pegar. Entrei no carro do lado dele — Eu falei que era pra você me deixar vir com eles.

  — Sinto muito. Eu errei. 

  — Que bom que assume. — Falei e logo chegamos no hospital. Eu entrei correndo lá e vi os quatro sentados conversando.

  — Cadê aquele idiota!

  — Esta dormindo. Não pode acordar ele.

  — Não vou acordar, mas ele esta dormindo há dezessete horas?

  — Não Tori, ele acordou,comeu,nós conversamos um pouco mas ele só queria falar com você. — A Bi disse e eu olhei pra ele. Pelo vidro, ele parece estar bem, mas esta cheio de agulhas e pálido.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora