Presente

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 — Eu trouxe a carta. Ela diz aqui, que ela sabe como é se apaixonar incondicionalmente por uma pessoa. Vou te confessar que eu nunca pensei que ia dizer essas palavras e outras palavras também. Mas... — Ele deu risada.

  — As pessoas mudam Rafa. Você mudou. Você era um troglodita sem capacidade de sentir alguma coisa por uma pessoa de fora. 

  — Porque eu sabia que eu ia sair machucado. 

  — Um machucado em Londres. — Tentei brincar. Pelo menos ele riu um pouco.

  — Mas então... Ela me deixou um colar. Ele é de ouro branco, cheio de diamantes e um pingente em forma de coração feito de rubi. Ela ganhou do meu vô e ela quer que eu dê isso pra garota que eu me apaixonei. 

  — Não.. Não Rafa, eu não vou aceitar. 

  — Você tem que aceitar. Se não a vovó Bennett vai puxar seu pé durante a noite.

  — Rafael, esse colar é mais caro que o meu... Que o meu sei lá. Eu não posso aceitar. Eu gosto de você mas não do mesmo jeito que você gosta de mim. Você tem que esperar..

  — Não. Não posso. Ela disse que não é qualquer paixão. É a primeira pessoa pela qual eu me apaixonei. Tenho que dar isso a primeira pessoa. Você. E eu sei que você merece. Você é incrível. Você é maravilhosa entende? E esse colar é digno de uma garota como você. — Ele tirou um porta joia do bolso e abriu. É lindo. — Não é fluorescente mas brilha no escuro. — Eu dei risada e olhei pra ele. 

  — Não importa o valor do colar, foi você quem deu. Isso que realmente importa. — Eu disse pegando a mão dele. — Coloca pra mim? — Pedi e levantei ficando de costas levantando meu cabelo.

  — Pronto. — Ele falou fechando e arrumando. Eu me virei e soltei meu cabelo. — ficou lindo em você. 

  — Obrigada. É meio pesado. 

  — Também acho.

  — Porque ela deixou esse colar pra você? Ela tinha outros filhos, não? Outros netos.

  — Minha vó viveu comigo muito tempo, Tori. Comigo. Com o meu primo. Ela tinha que deixar pra um homem. O meu primo é todo melancólico, apaixonado e meigo. Eca. Eu não. Eu sempre dizia que o dia em que eu me apaixonasse por alguma pessoa podiam me internar. Então ela disse pra mim que quando eu achasse alguém seria pra sempre. Porque não sou o tipo de cara que pula de galho em galho. — Ele explicou e eu me sentia cada vez pior mas cada vez melhor por ver que minha relação com o Rafa esta voltando a ser como sempre foi.

  — Uau.  Troglodita sente. — Falei e ele deu risada.

  — Para de me chamar assim. Eu não sou mais um troglodita. Eu vou na academia duas vezes por semana. Só pra conservar esse lindo corpinho esculpido pelos anjos.  

— Vai a merda. — Disse dando risada. — Idiota. 

— Meu deus Tori se você não me chamar de idiota não é você. 

— Desculpa. — Falei e ele ficou me olhando. 

— Eu sou egoísta, Tori. Mas eu não posso ser egoísta com você. Não com você.   

— Como assim? 

— Você é incrível, merece estar com quem você gosta. Então eu vou deixar você ser feliz com ele. Se é isso que você quer. Eu te amo e quero que você seja feliz. Mesmo que não seja comigo. Mas eu não quero ser seu amigo. Não quero. Você estava feliz até hoje então eu cheguei e você já esta confusa e se eu te conheço vai chorar uma hora ou outra. Essa seria sua vida comigo nela. — Eu juro que eu não entendi nada que ele disse. Nem o porque de ele dizer isso. 

— O que isso quer dizer?

— Que eu vou voltar pra Londres segunda e vou parar de ligar pra Bianca e fazer dela minha detetive particular. Vou tentar não me importar. — Ele falou. — Mas vamos fingir que eu não te disse isso agora e vamos curtir sua festa. Vamos. — Ele estava com voz de quem queria chorar então pegou minha mão e me arrastou pra festa. Ficamos dançando loucamente então nos cansamos. Fui me sentar na mesa do Rafa. O Carlos não esta ali. 

  — Quem diria, seu pai dança. — Falei sentando e bebendo refrigerante.

  — Quem diria. Posso te pedir uma coisa?

  — Depende.

  — Me ajuda a pegar uma bebida ? 

  — Toma. Refrigerante. — Ele falou irônico.

  — Não sua besta, bebida com álcool.

  — Se sua mãe soubesse que eu te ajudei a beber tequila ela me mataria.

  — Ela não vai notar. Vamos. — Peguei a mão dele e fui ate a cozinha. O Rafa foi ate o freezer e pegou uma garrafa de tequila e um copo. 

  — Be happy. — Ele falou e eu dei risada bebendo um copo.

  — Obrigada. — Acabo de descobrir que eu sou completamente fraca pra bebida. Tomei cerca de três copos e já fiquei boba.

*Rafael*

Depois de três ou quatro doses de tequila a Tori começou a falar o que não devia. Ela largou o copo no balcão e me olhou. Ergui a sobrancelha.

  — Já bebeu de mais não acha?

  — Lembra quando você me beijou na minha casa? — Ela falou chegando perto. Eu cruzei meus braços na frente do corpo e suspirei. — Eu amei. — Ela colocou o dedo no meu peito e foi descendo ate abrir cerca de três botões. 

  — Chega né. Você esta bêbada. Não sabe o que esta falando. — Falei mesmo querendo acreditar que aquilo é verdade.

  — Você fica muito mais gostoso quando esta bravinho sabia? — Dei uma risada irônica. 

  — Melhor você ir pra casa.

  — Se minha mãe me vir assim ela vai perguntar quem foi que me deu bebida. E eu não posso mentir bêbada... Bonitão.— Ela falou e riu. Eu deixei ela ali e fui falar com a mãe dela.

  — Dona Jen, eu vou levar a Tori embora. Ela esta com dor de cabeça e muito sono. — Eu falei 

  — Eu vou com vocês. — Ela falou

  — Não! Fica aqui e explique pra todos que ela foi embora. Eu peço pro meu pai. Obrigada pelo smoking senhora, e parabéns pela festa, está linda. — Me despedi dela.

  — Não conta pra ninguém, mas entre você e a Barbie, foi pra você que eu comprei o smoking. — Ela falou no meu ouvido e eu dei risada. Chamei meu pai e ele veio comigo. 

  — Vai ser processado por pedofilia. — Falei e ele riu. Chegamos perto da Tori e ela esta com a garrafa na boca bebendo. — Vamos Tori. — Eu a coloquei nos ombros e a bunda dela ficou na minha cara. Saímos pelos fundos e eu coloquei ela no banco de trás e entrei no carro. Fomos pra casa dela e ela acabou dormindo no banco de trás. Eu acordei ela. Ajudei ela a subir pro quarto. 

  — Me ajuda. — Ela pediu enrolado. Eu virei ela e abri o zíper...

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora