Nossos celulares continuavam em nossos bolsos. Consegui tira-lo de lá e ver que estava sem sinal. Nem sequer um resquício de sinal.
- Olha seu celular. Está com sinal?
- Não. Ele não tocou desde que entramos na van. - Então interliguei os pontos. Tem alguns aparelhos específicos que fazem uma interferência nos sinais. De celular ou rastreadores. Dentro da van e do perímetro da casa o rastreador não funcionaria. Precisava dar um jeito nisso.
- Ei! Alguém aí? - Gritei.
- O que você está fazendo? Está louca? - Clara sussurrou.
- O que você quer. - O homem apareceu.
- Eu preciso fazer xixi. No banheiro. Como uma dama. - Falei me referindo as cordas. Enfiei o celular no bolso novamente enquanto ele ia buscar uma faca para cortar as cordas. Quando voltou percebi a arma em sua cintura quando ele se abaixou com a faca em mãos. Seria um golpe muito perigoso. E quantos deles haveria naquela casa? Preferi não correr o risco. Então olhei em sua cara.
É um dos tais assassinos. Entendi tudo. Quando perceberam que aquilo era uma armadilha decidiu fugir levando nós duas. Iria precisar de mais de um para conseguir pegar nós duas em lugares diferentes sem que ninguém notasse. Então chuto que tenham duas pessoas ou três. Soltas as cordas ele me levou até o banheiro. Tem uma janela de porte pequeno. Não consigo passar por ela mas posso jogar algo por ela. Assim que entrei procurei pelo papel higiênico e algo que sirva de amaciador para meu celular. Enrolei ele em algodão, um pedaço de pano de chão que tinha ali e muito papel higiênico. Abri a janela e joguei com toda força para o mais longe possível orando para que o sinal funcionasse e eles nos encontrassem. Sai do banheiro e ele estava me esperando. Voltamos para o tal quarto e o outro homem estava com dois pratos nas mãos. Me amarraram de novo e então recusei a comida.
- Não vou comer.
- É melhor se alimentar, docinho. - Ele disse. - Sabemos que acabou de sair se uma bela cirurgia no fígado. Precisa se cuidar. - Cada molécula do meu corpo dizia para eu ficar com medo. Eles sabem mais do que aparentam. Mas continuei forte.
- O que querem com a gente? - Perguntei.
- Ah, seus amigos mataram meus amigos.
- Querem vingança?
- Não. Queremos dinheiro. E pelo que saiba vocês são bem ricas. E acho que seus namoradinhos fariam qualquer coisa para salva-las. - Ele disse e o outro saiu dali.
- Dinheiro pra que?
- Fugir. Para bem longe. - Ele fantasiou algo.
- Desista. Nunca vou te dar dinheiro para fugir. Eu prefiro morrer. - Blefei. Ele tirou a arma das costas e apontou pra mim. - Faça isso e será caçado para sempre. Em outra cidade ou em outro país eles vão te achar. Você que sabe. Atira. - E sabia que ele também estava blefando.
- Não me subestime, garota.
- Não me subestime também. Vai, atira! - Ele olhou para mim e colocou a arma de volta na cintura. Depois que ele saiu respirei fundo.
- Você está maluca! E se ele tivesse atirado! - Clara gritou.
- Eu sabia que ele não iria atirar. - Falei. - Joguei o celular longe da casa então provavelmente os meninos vão nos achar. - Sussurrei. Ela sorriu apesar do medo aparente em seu olhar.
*Rafael*
Assim que terminamos a missão nos demos conta que dois dos caras haviam passado por nós. Eu não havia visto Clara e Tori desde o início da missão e espero que elas tenham pego os dois que faltavam.
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Dreaming out loud
AdventureTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...