Vem comigo

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  * Rafael *

Quando saí do quarto da Tori fiquei ali fora pensando por que ela não quer nem olhar na minha cara. Um bom tempo até a Bianca sair e me puxar pro quarto dela e fechar a porta.

  — Que papo é esse de catar a Janice? — Ela perguntou e eu me sentei meio sem palavras.

  — Como você...

  — Ela viu. Sua anta! — Ela falou se sentando do meu lado.

  — Bi, eu juro por tudo que é mais sagrado que o beijo foi profissional. Eu fiz aquilo pra ver se descobria alguma coisa.

 — Ela descobriu muita coisa sem catar ninguém Rafael. Você precisa pelo menos ter descoberto alguma coisa beijando ela.

 — Nada. Quando pensei em perguntar alguma coisa o Braga apareceu.— Eu falei e ela quieta do meu lado.

 — Ela não vai acreditar em você.

 — Mas é verdade Bi!

 — Eu acredito! Mas é com ela que você estava ficando não comigo. E olha, se fosse o Justin eu não perdoaria. Por que nem namorado a gente é. E vocês sempre tem alguma coisa no meio. Dá esse tempo pra ela. Amanhã vai ter que ser muito persuasivo. — Ela disse e eu a abracei.

 — Obrigada.

 — Eu não acho que você esta certo mas não vou te dar gelo por causa disso. — Ela disse e eu dei uma risada meio que falsa mas okay. Levantei e fui pro meu quarto.

  Eu não devia ter beijado aquela vaca. Merda.

  Entrei no meu quarto e me joguei na minha cama. Eu estava cansado, bravo, estressado e triste então dormi com tudo isso acumulado.

  Ás seis e cinquenta do outro dia acordei e estava quase esquecendo do que aconteceu no dia de ontem mas ao me sentar queria apenas me deitar de novo e não dar as caras. Mas estava com fome. Essas horas não tem ninguém acordado. Então fui ao banheiro, me troquei mas decidi ficar sem camisa por motivos de frescura/preguiça. Sai do meu quarto e desci até a cozinha. Lá eu peguei pão e coloquei na torradeira. Peguei uma caneca e coloquei café. Assim que as torradas ficaram prontas peguei margarina e me sentei no balcão. Quando ia comer uma eu vi a Tori entrando na cozinha com cara de sono. Ela ia se virar.

 — Não. Espera. A gente precisa conversar.

 — Não, não precisamos. — Ela falou graciosamente.

 — Mas eu acho que te devo uma explicação.

 — Mas é essa a questão. Você não me deve nada. Por que não eramos nada. Nós eramos livres antes e mais livres ainda agora. Se você beijou ela, sem problemas. O.k.?

 — Não. Nada o.k.

 — Rafael, não vamos complicar essas coisas. Você sabe mais do que ninguém que essa seria a nossa vida juntos. Mesmo você me amando como diz, você sempre acaba me magoando e eu sempre acabo chorando. Você estava certo quando me disse isso. E não é isso que eu quero pra mim. — Os olhos dela estavam inchados e meio borrados, vermelhos.

 — Você tem certeza que é isso que você quer?

 — Você tinha certeza do que estava dizendo há uns anos? Tinha certeza que eu não ia ver aquilo ontem? — Ela falou e deu um sorriso sem mostrar os dentes nem a verdade. Ela veio até mim e pegou um copo e água. Quando ela terminou de beber ia sair mas eu peguei a mão dela e fiquei quieto. — A gente tem uma missão daqui a pouco... Tenho que ir me preparar e tirar essa minha cara de defunto daqui. — Falou ela me olhando.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora