Conta Mais

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  Ele estava tomando uma caneca de café. Eu tirei os óculos e guardei na bolsa.

  — Me diz, quem comprou todas essas roupas.
  — Agentes tem tédio e algum dinheiro parado na conta bancaria. Um belo dinheiro sobrando.

  — Parabéns pelo bom gosto. Vamos? — Ele pegou a chave, carteira e a arma de "segurança" e fomos pro carro. Coloquei meu óculos de novo. — Ryan... Como conheceu minha mãe?

  — Há uns anos a gente, eu e o Chris, tiramos umas férias. Eram pra ser dois meses mas estendemos pra mais tempo. Enfim, a gente chegou no Brasil no início de novembro. A gente decidiu ir pro "centro" do Brasil. São Paulo. Assim que chegamos queríamos nos divertir. Fomos em uma balada e logo de cara vi uma loira, olhos lindamente claros, corpo lindo... Eu como sou péssimo de flerte eu só sentei no bar umas cinco cadeiras de distância dela e paguei uma bebida pra ela. Quando ela recebeu a bebida ficou olhando pra ela tentando entender enquanto eu ia ate ela. Então eu me aproximei, a gente conversou, dançamos e eu peguei o número dela. Como todo cara normal. Já o Chris foi beijando lá mesmo a mãe da Bi. No outro dia eu liguei pra Jen e a gente marcou de ir em uma lanchonete por lá. Eu não ia a uma daquelas faziam anos.

  — Se vocês quatro começaram um "caso" no mesmo tempo por que eu sou mais nova?

  — Eu beijei sua mãe depois de uma semana. E o Chris não era mais... Você sabe. Quando conheceu a mãe da Bi. Eu era. E a sua mãe também. Então o Chris já foi querendo isso com ela depois do primeiro mês. Eu conheci os pais dela, arrumei um encontro super romântico e rolou naturalmente depois disso.

  — Ah.
  — Você é né? — Ele falou meio com medo, nervoso sei lá. Eu dei risada.
  — É. — Falei e chegamos em casa. Eu respirei fundo.
  — Lembra: dá gelo em todo mundo. Assim que entrar vai direto pro seu quarto e deixa todos eles de lado. — Ele falou me olhando. Eu assenti. Ele deu um beijo na minha testa e eu sai do carro. Tirei minha touca e arrumei meu cabelo. — Você está linda. — Ryan gritou e saiu de lá correndo e bosinando. Entrei em casa e estavam todos tomando café. Eu parei na sala e tirei os óculos. Eles me olharam e o Scooter sorriu.

  — Onde estava? — Ele sabia mas aquilo era uma deixa pra fazer ciume em alguém...

  — Com um amigo. — Falei piscando. Ele riu. E eu subi pro meu quarto. Coloquei minha bolsa na cama trancando a porta. Coloquei meus fones e fiquei ouvido música enquanto mexia nas redes sociais e tal. Ouvi alguém bater na porta meio que desesperadamente. Eu continuei parada. Então recebi uma mensagem do Rafael.
  "Abre a porta". Ele pediu. Eu só visualizei. "Scooter quer falar com a gente sobre a missão de ontem. Desce". Então tirei os fones, desliguei a música e abri a porta. Desci e me sentei do lado do Scooter. Ele estava com os papeis que dei pro Ryan ontem. Peguei os papéis.

— O caso de ontem não era nada de mais. Só foi meio dramático. O homem era louco,o irmão o internou, então ele fugiu, pegou a arma do segurança e matou o irmão e se matou por culpa fim do caso. Scooter você vai pra central?

  — Vou. Quer carona?

  — Cadê o seu carro.

  — Deixei na casa do meu amigo. — Menti em partes.

  — Vamos então. — Scooter levantou — Até mais agentes.

  — Até mais scooter. — Bianca falou levantando e ficando de frente comigo. Eu me virei e ouvi ela reclamar do cabelo na cara dela. Só lamento. O Scooter veio atrás de mim dando risada.

  — Você é uma boa vingadora.

  — Pode me chamar de viuva negra. — Disse entrando no carro. Fomos pra central. Peguei meu carro e fui até o conselho tutelar para ver as crianças. Passei a tarde com elas e quando era cinco horas eu fui de volta pra casa. Entrei e não tinha ninguém na sala. Me sentei no sofá e eles apareceram pro jantar mas pararam de falar quando me viram. Fui até a mesa e me sentei no lugar de sempre pegando uma taça e servindo um pouco de vinho. Todos se sentaram e o Scooter chegou. Ele viu todos nós quietos.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora