we r back

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  Depois de passar alguns dias por lá estávamos ficando entediados. Melanie foi embora para o grupo dela e ficamos por lá por mais dois dias. Então eu já estava enlouquecendo.

  — Chega. Eu quero ir embora. — Falei enquanto estávamos quietos na sala. — Eu amo esse lugar mas não da mais.

  — Então, vamos. Também não aguento mais. Estou com saudades do meu pai, do trabalho. — A Bianca disse se levantando. Subimos para o segundo andar da casa. Comecei a arrumar minhas malas e o Rafael, com aquele jeito único, começou a arrumar as dele. Sou muito ágil então assim que terminei as minhas fui fazer as deles.

  — Deixa isso com a profissional aqui. — Falei o afastando. Rapidamente arrumei tudo em seu devido lugar e as fechei.

  — Obrigada. — Ele pegou o celular e discou um numero. — Comandante? Será que poderia vir nos buscar? — Esperou alguns segundos e assentiu. — O.k. Estamos te esperando. Tchau-tchau. — Então desligou e jogou o celular na cama desabotoando a camiseta. Fiquei esperando uma informação dele mas ele simplesmente deu as costas pra mim indo pro banheiro tomar banho. Peguei o celular dele, coisa que nunca faço, e desbloquei. Era uma foto minha no papel de parede. Não havia nada de mais. Então me levantei e fiquei pensando. Eu não fiz nada pra ele. Abri a porta do banheiro e ele esta de toalha arrumando o cabelo em frente ao espelho. Ele me olhou de canto e vi um canto de seu lábio se erguer em um meio sorriso.

  — Quer alguma coisa?

  — Te fiz algo?

  — Não, por que? — Ele pronunciava suas palavras com cautela.

  — Então por que esta me tratando desse jeito indiferente desde ontem?

  — Estou?

  — Sim, está! — Falei cruzando os braços em frente do peito. Tentando parecer um pouco mais autoritária.

  — Você fica incrivelmente linda brava, sabia?

  Ele se aproximou de mim encostando a porta atrás de mim. Incrível como meu coração fica completamente acelerado com ele próximo à mim. Ele me colocou na parede e eu olhei pra sua boca. Parecia mais rosada que o normal. Mais apetitosa que o normal.

  — Não estou bravo meu anjo. Fiquei magoado. Você disse que eu não era romântico. — Senti seu hálito refrescante em meu rosto. — Eu me jogo aos seus pés, eu me rastejo, eu me coloco na frente de uma bala, mato alguém do meu sangue pra te ver viva... Eu te falo que te amo a quase três anos e só ouvi a resposta há semanas. — O.k. Ele está certo.

  — Desculpa. Não quis te deixar triste.

  Ele me deixou colada ao seu corpo. E então me beijou. Minhas mãos passaram por suas costas definidas e nuas e não pude perder a oportunidade de deixar minha marca. O arranhei e ele gemeu junto com um riso.

  — Eu te amo. — Falei na pausa.

  — Eu te amo mais. — E me beijou. De novo. Então o celular dele tocou. Estávamos quase lá, no ponto alto de uma reconciliação. Ele saiu e atendeu. Eu me recompus. — O.k. comandante. Nos vemos logo. — Ele desligou e me olhou. — Mexeu no meu celular. — Não foi uma pergunta.

  — Não.

  — Você mexeu no meu celular, amor. — Ele se aproximou colocando as mãos na minha cintura. Minhas bochechas arderam de constrangimento. — Não precisa ficar envergonhada, meu anjo. — Ele passou os dedos no meu rosto e eu apenas assenti.

  — Desculpa. Melhor... Ir se... Arrumar. Sabe? — Falei enquanto ele deixava sua boca a poucos centímetros da minha.

  — Bom saber que ainda te deixo nervosa.

  — Sempre vai deixar. — Ele se distanciou e foi se trocar. Coloquei meu casaco e desci com minhas malas. Chegando lá estava só eu na sala. Como sempre. Então dei um grito pra eles. Logo todos desceram e fomos ao caminho do aeroporto. O jatinho já estava esperando por nós. Nos sentamos e ficamos conversando fazendo um escândalo ali dentro.

  Assim que pousamos em Atlanta eu disse que estava desesperada por um remédio pra cólica. É uma dor insuportável. Mas passa depois de um tempo. Não deixei transparecer que estava doendo tanto assim, se não o Rafael iria me levar para um hospital por coisa boba. Eu fui para o meu apartamento e tomei um remédio. Qualquer tipo de antibiótico me deixa dopada, durmo na hora.

  Depois de horas, não sei quantas, acordei. O Rafael estava ali me olhando.

 — Que susto. — Realmente estava assustada.

 — Calma, cheguei faz um tempo. Não imaginava que estava tão cansada. A cozinheira disse que você está dormindo há horas.

 — Que horas são?

 — Já é de noite. Ia te levar pra jantar mas ficou tarde. Melhor comermos por aqui. — Ele estava falando baixinho como se eu estivesse doente.

 — O.k. Vamos. — Descemos e nos sentamos à mesa. Comi bem pouco e já estava cheia. O que não é de costume. Fomos pra sala assim que ele terminou.

 — Comeu pouco.

 — Estou sem fome.

 — Queria ficar mais um pouco mas tenho que ir. Estamos sendo altamente supervisionados. — Ele riu e eu o acompanhei. Por pouco tempo pois senti uma pontada muito forte no abdômen fazendo-me parar e me curvar. — Amor, tudo bem?

  — Aham, é só uma cólica qualquer. — Falei com maior sacrifício.

  — Quer que eu te leve no médico?

  — Não. Isso é normal. Eu tomo um remédio e passa.

  — Você tomou quando chegou e ficou dopada, e mesmo assim não resolveu seu problema.

  — Eu sei me cuidar, relaxe. — Ele assentiu e me beijou. Então foi embora. Subi pro meu quarto e entrei no banho bem quente para ver se ajuda, nada. Me troquei, penteei meu cabelo e deixei uma pílula do remédio junto a um copo de água ao lado da minha cama. Peguei meu celular e fiquei falando com o Rafael por um tempo para ver se a dor passava, nada.

  "Está se sentindo melhor?"

  " Sim, era só uma cólica mesmo. Já estou bem melhor, não precisa se preocupar." Menti. Deixei o celular ali e fui pegar um copo de bourbon para ver se me faz melhorar. Bebi e eu esqueci um pouco da dor. Então dormi logo em seguida. Mas no meio da madrugada as dores vieram me atormentar. Era tanta dor que chegava a me dar ânsia, muita.

  Então me levantei e fui ao banheiro resolver esse problema. Passei a noite lá, vomitei uma ou duas vezes. Então decidi tomar o remédio. Pelo menos eu dormia e não sentia nada.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora