Desculpas aceitas.

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 Carlos nos redirecionou para a sala. Então comemos. Estava todo mundo faminto. Apesar de Ryan estar irritado comigo ainda assim comeu feito um leão. 

  - Isso vai contra as minhas regras mas um dia só não faz mal. - Carlos disse em relação a sua rigorosa e chata dieta. 

  - Hum, precisamos conversar. Nós quatro. - Ryan disse para o Carlos que estava prestes a colocar mais uma fatia de pizza na boca. 

  - Quatro? - Carlos perguntou. 

  - Sim. Eu você e nossos filhos. - Ryan levantou impulsionando com os punhos fechados sobre sua cocha. Nos levantamos e o Rafael nos levou ao que parece um escritório. Fechamos a porta e então esperamos o que Ryan tinha a dizer. 

  - Estamos aqui. - Falei.

  - Você sabe o que acabou de passar na sua vida Tori? - Ele falou com o tom sério. - Você teve câncer no fígado! E você, Rafael, não sei se notou, mas, doou metade do seu fígado, um órgão no seu corpo pra ela. Vocês dois não foram lá para curar um queimado na mão, a vida de vocês estava correndo perigo. Ainda não entenderam essa parte? Eu não estava prendendo vocês, e não eu não sou doido, mas se me preocupar com o bem estar e com a saúde de vocês for ser doido, o.k., então eu sou. - Ele falou olhando nos meus olhos e o peso das minhas palavras caiu na minha alma como chumbo. Então Ryan deixou a sala e Carlos suspirou. 

  - Quase sempre concordamos mas dessa vez ele está com completa razão. - Carlos falou olhando para o vazio. - Devia se desculpar. Você por ter fugido e levado ela. - Falou para o Rafael. - E você por ter chamado ele de doido e por ter seguido seu super inteligente namorado. - Ele saiu e eu me sentei curvando colocando as mãos na cabeça suspirando.

  - Ei, não fica assim. Depois que todos forem embora a gente fala com ele. - Rafael passou a mão no meu pescoço. Respirei fundo e me levantei. Voltei pra sala e eles estavam todos conversando menos o Ryan. Estava com as mãos juntas na frente da boca. Notei que tinha arranhado o antebraço. Me sentei novamente no sofá e fiquei quieta ouvindo o que todos estavam dizendo. Então começaram a pensar em ir embora para que o Rafael pudesse descansar. Então o Ryan ameaçou se levantar quando toquei sua perna o fazendo parar. Sua expressão era séria, não divertida e extrovertida como sempre que estava conosco.

  - Nós precisamos conversar. - Ele se sentou novamente e me olhou.

  - Sou todo ouvidos.

  - Eu sei o quanto se preocupa comigo e com o Rafa também, e não sabe o quanto aprecio seu esforço para se aproximar de mim e sempre querer me deixar a salvo e protegida. Sério. Mas eu estou bem e vou me cuidar. E eu sei o que eu passei, só não estou acreditando ainda. Mas sei da seriedade do caso. Então pode confiar em mim pra me cuidar a partir de agora. - Falei segurando sua mão e sorrindo.

  - É, me desculpe por ter.. fugido e trazido ela comigo. - Rafael falou e ele assentiu com a cabeça. 

  - Desculpas aceitas. Agora vamos, vou te levar para sua casa. - Ele levantou e eu o abracei forte. 

  - Desculpa, mesmo. - Falei baixinho. 

  - Claro que desculpo filha, eu amo você. - Seu tom era bem mais amigável agora. 

  - Então, vamos indo. Tchau Rafa, eu te amo. - Eu o beijei de leve e rápido, quando o soltei vi seu leve sorriso acompanhado de um olhar confortante com os olhos cerrados. 

  - Eu também te amo. - Ele me relembrou. Abracei o Carlos e sai com o Ryan.

  - Além de fugirem ainda saem com minha Ferrari. Tantos carros e logo a Ferrari. - Ele falou quando chegamos no estacionamento. - Vou passar buscar sua mãe depois de te deixar em casa. Ela quer saber mais desse drama das enfermeiras.

- Nossa. - Falei entrando no carro. Quando ele entrou perguntou:

 - O que?

  - Nunca pensei que ia me dar melhor com você do que com minha mãe.

  - Deixa ela ouvir isso. - Ele me olhou e saiu com o carro a toda velocidade. Chegamos a meu prédio em poucos minutos. Me despedi dele e subi para meu amado apartamento. Entrei no meu quarto procurando uma roupa e indo diretamente para minha hidromassagem. Passei a mão no meu ferimento e não sinto nada. Acabei pegando no sono na banheira e tive um sonho. Era apenas eu com uma grande garrafa de bourbon. Apenas sentada segurando um copo com um pouco de bebida e olhando pra ela. Mas não bebendo. Acordei do breve cochilo e terminei o banho por aí . Coloquei meu pijama e adormeci. 

 Na manhã seguinte acordei acordei com meu celular tocando. Scooter. 

  - Bom dia Agente Scooter. - Para ele estar ligando à uma hora dessas com certeza é missão.

  - Agente Tori, tem como vir para a central por favor. Estarão todos na sala de reunião. - Fiquei meio assustada. Geralmente as missões são dadas em casa. Me vesti com uma calça jeans escura, camiseta preta e uma jaqueta jeans com uma bota de cano baixo no pé. Peguei minha BMW e fui até a central. Entrei e a maioria está aqui incluindo o Rafael no meio. O beijei e perguntei:

  - O que houve?

  - Missão. Mas ele prefere dá-las aqui de agora em diante, quando não forem de extrema urgência. - Ele disse e eu me sentei ao lado dele. Conversávamos até os ultimos chegarem: Brenda e Andie. Então todos nos sentamos em volta da mesa enquanto o Scooter tomava liderança. Ryan, Carlos e Christian entraram na sala e sorriram pra nós. Eles se sentaram também e então Scooter ligou o projetor passando algumas fotos.

  - Esses são os caras pelos quais vocês vão à procura. - Ele começou.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora