Cupido de verdade

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  Ele respirou fundo e trancou a porta.

  — Por que trancou?

  — Pra ninguém nos atrapalhar. Eu só quero que você me escute.

  — Podia ter falado com menos grosseria.

  — Você não ia me escutar. Só assim. — Ele falou mais calmo. — Desculpa ter gritado mas eu preciso te explicar. — Ele arrumou o cabelo e respirou fundo.— Senta. — Eu sentei e ele na minha frente. — Primeiro quero explicar a Janice. Eu queria descobrir alguma coisa porque sabia que ela escondia muita coisa. Mas ela só iria me contar se eu desse mole pra ela. Precisava que ela acreditasse que eu ao menos gostava dela. Mas quando pensei que ia saber de alguma coisa o Braga a chamou. Aquele foi o beijo mais asquerosos de todos os tempos. — Ele pareceu convincente.

  — Acredito. Mesmo. E o de hoje?

  — Aquela garota é a Candace. Quando eu estava em Londres eu pegava algumas garotas sabe? Elas davam mole e eu me distraía. Então a Candace era minha colega de classe. A gente era amigo mas aí um dia ela tentou me beijar. Eu não gostava dela e a gente era amigo então eu disse que não. Eu não queria que a nossa amizade acabasse e não queria iludir ela. Porque eu não sentia a mesma coisa que ela sentia por mim. Mas então ela me mandou uma mensagem esses dias perguntando se eu podia conversar com ela. Eu disse que sim. Então ela me falou que se mudou esses dias porque os pais dela morreram. Então ela veio morar com a tia aqui em Atlanta. Mas ela não tinha ninguém pra desabafar sabe? Então eu me ofereci. Sei como é perder uma mãe. Mas quando ela chegou e eu a abracei ela pediu um beijo. Só um beijo. Eu a beijei mas foi sem sentimento nenhum. Não foi o seu. — Ele disse passando a mão no meu rosto. — Ela queria que a gente saísse hoje pra ela se distrair mas eu mandei mensagem falando que você ia sair do hospital e depois que você tinha sumido. Ela ficou super preocupada porque apesar de ela gostar de mim eu sempre deixei claro que gostava de você e ela não fica com ciúmes nem nada. Se quiser ver as mensagens... — Ele pegou o celular e ofereceu a mim.

  — Não precisa. — Falei abaixando o celular. — Devia ter me falado da Candace. Foi ela que mandou mensagem ontem a noite?

  — Foi. Ah claro você ia reagir super bem ao saber que estou falando com uma amiga que gosta de mim e quer me beijar. — Ele falou se sentando do meu lado olhando pra frente. Eu estava do mesmo jeito.

  — Ela não tem culpa. Você é bem pegável. — Falei e ele riu.

  — O que isso significa?

  — Que você é pegável.

  — Isso quer dizer que você acredita em mim?

  — Enquanto ninguém provar o contrário eu acredito. — Falei e ficamos em silêncio.

  — Eu quero recomeçar com você Tori. Não quero que a gente fique se pegando pelos cantos. Eu quero fazer certo. Te chamar pra sair, em um cinema. Depois te levar pra um restaurante legal e dar um passeio com você por ai. E assim por diante. Depois eu te peço em namoro e a gente conversa com seu pai. Não quero nada escondido. Agora ele não tem por que desconfiar de mim entende? Ele sabe que eu nunca iria pro outro lado. Já dei provas disso. Então. O que me diz? — Ele falou como se tivesse pensado em tudo.

  — Isso pareceu ser planejado. — Falei.

  — Sem você eu fiquei no tédio então precisva pensar em alguma coisa. Pensava em nós dois juntos. — Ele disse e senti que ele me olhou. Eu olhei pra ele de volta. — Eu te amo. — Depois disso me deu um beijo e um abraço de leve.

— Já que vamos recomeçar sai do meu quarto e seja educado. Me chame pra sair. — Falei levantando. Ele ficou em pé na minha frente e me acompanhou até a porta. Eu a abri para que ele pudesse sair.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora