Doente

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  — Rafa.. — Falei com voz de quem quer chorar.

  — O que foi?

  — Amanhã a gente — Espirrei — conversa. A professora chegou. — Desliguei e fiquei ali no escuro dai as meninas chegaram me procurando junto com o Fer.

  — Ai amiga. Eu sinto muito. — A Bianca falou me abraçando. — Ele é um idiota. — elas falaram juntas e o Rafa esta me ligando no facetime.

  — Fala com ele, e não digam o que aconteceu. Fala que eu to gripada só isso. — Eles conversaram e eu fiquei quieta ali atras pra ninguém notar. Passei todas as aulas fugindo do Caio. As meninas eram tipo cão de guarda. No fim das aulas eu sai correndo de lá e cheguei em casa acho que em cinco minutos. Entrei e fui direto pro meu quarto. Ai eu chorei enquanto espirrava. Meu nariz escorria e eu sentia dor no corpo. Chamei minha mãe depois de parar de chorar. — Mãe vê se eu estou com febre.   — Ela colocou a mão na minha testa e no meu pescoço. Estou com febre. Ela me deu uns antibióticos e acho que estarei bem até amanhã.

  De manhã acordei péssima. Dor no corpo e até dor de cabeça. Mas mesmo assim fui me arrumar. Meu tio me levou até o terminal e eu peguei o ônibus pro shopping. Cheguei lá e entrei. Era a primeira a chegar depois da Bia. Coloquei minhas coisas no armário e peguei minha caixinha de lenços. Fui pro balcão e fiquei debruçada um tempo. Dai fui pra esteira e comecei devagar quase andando. Parei a esteira e fiquei olhando pra frente esperando o espirro vir. Ele veio e eu tive que sentar, não aguentava mais ficar em pé. Ouvi a porta da academia abrir e a voz do Carlos e do Rafa. Fiquei imóvel quase dormindo de novo.

  — Qual é Tori. Meu pai te deu uma folga pra você descansar. — Rafa brincou e eu levantei minha cabeça. Ele me viu com olheiras, olhos vermelhos nariz vermelho. — Tudo bem?

  — Não. Eu to gribada.

  — Pensei que estava só me dando um fora ontem.

  — Também. — Falei estendendo a mão pra ele me ajudar. Levantei e abracei ele. Ai eu comecei a chorar.

  — O que foi? Sei que esta com saudades mas não é pra tanto. — Ele viu que eu não ri então me apertou e me levou pro vestiário. Eu me sentei e ele do meu lado. — O que aconteceu?

  — Ontem eu e o Caio nos beijamos. — Falei e ele assentiu meio sem palavras.

  — Só isso?

  — Era uma aposta. — Eu falei e ele ficou de boca aberta pensando que eu estava brincando.

  — Me fala que não é sério Tori.

  — É sério. — Falei e ele me abraçou.

*Rafael*

  Eu senti tanta raiva dentro de mim aquela hora que não consegui deixar ela chorando ali sem fazer alguma coisa pra animar ela.

  — Agora me diz. Eu beijo bem melhor né? — Falei enquanto abraçava ela de lado bem forte.

  — Idiota.

  — Vou considerar isso como um sim.

  — O que esta acontecendo? — Meu pai entrou no vestiário e viu ela chorando me abraçando.

  — Pai, eu sei que você deu folga pra ela ontem mas ela ta gripada. E deprimida. — Eu falei

  — Vamos, eu te levo pra sua casa e no caminho compro um antibiótico.

  — Vamos. — Falei levantando com ela.

  — Tori vai pro carro ta, a gente se encontra lá. — Ele disse e ela foi.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora