O Flerte

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*Tori*

Quando acordei no dia seguinte vi que tinha tudo para ser um bom dia. Então fui até o mesmo píer e me sentei. Fiquei vendo as crianças, o oceano e como tudo está maravilhoso. Peguei minha câmera e tirei algumas fotos. Quando fui olhar como ficaram alguém apareceu atrás de mim me assustando.

- Fotógrafa. - Josh.

- Josh. - Será que ele sentiu o desgosto no meu tom de voz? Espero que sim.

- Bom dia. - Ele se sentou ao meu lado e eu me arrependi de ter saído de shorts. 

- Quer alguma coisa?

- Suas tintas vão chegar amanhã. 

- Você disse que em uma semana chegaria. Que rápido.

- Conheço o fornecedor. - Ele disse e eu dei um sorriso falso. - Acho que ainda não sei seu nome.

- Nem precisa. 

- Mas você sabe o meu. Gosto de trocar informações.

- Tem várias pessoas na praia doidinhas pra trocar informações com você. - Fui um pouco irônica nas informações.

- Não estou interessada nelas.

- Nem eu em você, Josh. Desculpa. - Falei e ele concordou.

- Ainda. 

- Você não faz meu tipo. - Loiro, olho claro, alto, belo físico, Caio. Eca.

- Qual o seu tipo?

- Seu oposto. - Falei e ele riu.

- Sempre tem uma resposta rápida assim?

- Quase sempre. - Respondi e levantei. - Amanhã venho buscar a tinta. 

- Estou empolgado pra isso. - Ele me encarou e eu revirei os olhos. 

- Quanto te devo?

- Nada.

- Duzentos? Sem problemas. - Joguei duas notas de cem pra ele e me virei. Saí de lá e fui para um lugar da praia meio deserto onde tem mais rochas do que areia. Respirei fundo e meu pai me ligou.

- Oi!

- Oi, Ryan. - Falei rindo com sua animação.

- O casamento foi adiantado.

- Pra quando?

- Dia 30 de Agosto.

- No aniversário dela? Que clássico. - Dei risada.

- Elas já mandaram fazer o vestido e perguntaram se você não engordou. 

- Fala sério. Nem cozinhar direito eu sei. - Falei e ele riu alto. - Sabe o que acabou de me acontecer?

- O que? - Perguntou recuperando o fôlego.

- Um cara veio flertar comigo. Eca.

- E que tem?

- Ele parecia um Caio americano. - Ele riu de leve.

- Então dispensa. Viu você não quer voltar uns dias antes pra cá?

- Não. Estou bem aqui. Vou ir no dia 30. E voltar no dia seguinte.

- Fala sério. 

- Muito sério. 

- Então promete uma coisa.

- Claro. - Respondi.

- Pega uma bronze aí na Califórnia. Santa Monica é um ótimo lugar. - Abri a boca e fiquei sem fala. 

- O que...

- Você é boa. Mas eu sou melhor. Nós somos. Sem ofensas. - Senti o Carlos levantando os lados dos lábios dele. 

- Que merda.

- Pois é. Se quiser que eu mande seu carro... ou alguma coisa sei lá.

- Não, Ryan eu estou bem. Relaxa. E vou voltar com uma corzinha, quem sabe.

- Sua mãe te mandou beijos. E disse que está com saudades. - Ele falou. - Todos estão, na verdade. Menos...

- O Rafael. Entendo. - Falei e respirei fundo fechando os olhos. - Te vejo dia trinta então?

- Não vem para o aniversário dele? - Fiquei quieta. - Vamos fazer uma festa surpresa pra ele no dia vinte e cinco. - Carlos.

- Acho melhor não. 

- Certo. Caso queira aparecer... 

- Certo. Vou desligar. Tem belas paisagens por aqui e eu tenho uma bela câmera. - Eles riram. - Amo vocês.

- Te ligo amanhã de novo. - Ele disse e eu desliguei. 

Liguei a câmera e fui ver as fotos que estão por ali ainda.Paisagem, paisagem paisagem, Bianca, Max... Rafael. Confesso que, novamente, meu coração errou uma batida e eu estremeci. Só uma foto me causa sintomas que eu queria me livrar imagine quando eu vê-lo. Dei um zoom no sorriso e admirei aquilo por alguns segundos então fui pra próxima. Ele de novo. Apenas três palavras: Piscina, camiseta colada. Quando eu tirei essas fotos? Possivelmente no Brasil? Não lembro muito bem mas que bom que as tirei. Fui indo em diante e tinham várias. Saí da galeria e distraí minha cabeça tirando outras fotos. Então aproveitei o lugar deserto e fiquei de biquíni. Deitei sobre a areia e fiquei um tempo tomando sol. Na hora do almoço decidi sair para comer em algum lugar. Parei em um restaurante e fiz meu pedido. Comi e estava voltando pro píer. Senti alguém me seguindo. Deixei minha bicicleta encostada em uma árvore perto do mercado do Josh.

Estava indo em direção á loja quando senti o tal cara chegar por trás de mim. Com tédio, eu o joguei à minha frente chutando seu estômago e o imobilizando. 

- O que você quer? - Perguntei baixinho. 

- Nada.

- Queria só uma surra? - Nada. Estava quase quebrando o braço dele quando ele falou.

- Só ia te assaltar. Só isso. - Eu o soltei pegando-o pela camiseta e olhando em seus olhos. 

- Não chegue perto de mim novamente. Estamos entendidos? - Ele quieto. - Na próxima eu vou levar você para um lugar sem testemunhas e acabo com a sua raça, entendeu? - Ele saiu correndo e vi o Josh me olhando boquiaberto da porta. Entrei e peguei uma água. 

- Você... você bateu naquele cara? Você imobilizou ele. Você.. Como? - Ele perguntou e eu revirei os olhos.

- É chamada auto-defesa. Ou a garotinha nunca ouviu falar? - Falei deixando o dinheiro da água no balcão e saí. Bebi e dei uma caminhada pensando um pouco. 

- Aquilo não parecia só uma auto-defesa. 

- Mas era, Josh! - Me virei pra ele e eu poderia tê-lo matado logo em seguida pelo o que ele fez. Ele me beijou a força. Mordi a língua dele e peguei a mão que ele estava me puxando pela cintura o fazendo ajoelhar de dor. - Eu já te falei Josh, não gosto de você. E nada vai me fazer mudar de ideia. Na próxima pode doer mais. - Soltei sua mão e fui para casa. Ao chegar lá me sentei na escada respirando fundo depois de correr com a bicicleta. Fechei os olhos e a única coisa que me vem na cabeça é o Rafael.

A boca.

O corpo.

O beijo.

Continuo me perguntando se alguma coisa vai fazer eu deixar de amar dessa forma. Ou estou fadada à ele pra sempre? 

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora