Ela estava certa

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Depois de algumas horas o jatinho nos esperava. Eu liguei pro meu pai avisar que eu, Tori, Bi, Clara e Brenda iríamos para o Brasil.

  — Vocês o que?

  — Pai, ela está mal. Precisamos fazer a vontade dela por enquanto.

  — Vocês não vão. Pelo menos não sem mim. Ela é minha filha e eu vou junto. — Disse Ryan se intrometendo na conversa. — Me esperem que eu encontro vocês lá. — E então desligou.

  — Vamos? — A Tori está animada.

  — O seu pai quer ir com a gente.

  — O.k. Vai ser bom pra eu conhecer ele melhor. — Conhecer ele melhor? Antes de perder a memória ela não gostava da ideia do Ryan ser grudado nela. Então eu fiquei quieto. Alguns minutos depois eu peguei as minhas malas e as delas e desci. O Jus e o Max nos levaram pro aeroporto. — Esse carro é de quem? — Era o carro dela mesmo. É triste ver isso.

  — Seu.

  — Impossível. Eu não sei dirigir.

  — Sabe. Só não lembra. — Falei e ela ficou confusa. Então chegamos no aeroporto.

  Entramos no jatinho e ela com os os diários em mãos. Eu sentei do lado dela mas o Ryan parou do meu lado e ficou me olhando. Eu respirei fundo e me sentei em sua frente. As poltronas são de frente uma pra outra então fiquei olhando pra ela lendo seus diários. Ela leu o resto do primeiro e abriu o que eu dei. Então a carta que eu dei caiu e veio parar no meu pé. Eu peguei e fiquei olhando pra minha letra nela. Chega a ser hilário. Devolvi a carta pra ela.

  — De quem é a carta? — Ela se perguntou antes de abrir inteira e ler.

  — Minha. — Falei e chegamos em um ponto que o céu fica muito lindo e o pôr do sol começou. Ela olhou pela janela e se sentiu estranha parece. — Que foi?

  — Não sei. É como se eu quisesse registrar isso. — Eu dei risada e peguei meu celular. Eu o desbloqueei e a entreguei.

  — Você ama tirar fotos. Uma das coisas que passou a amar depois de quebrar o tornozelo. Pode tirar. — Ela olhou pro meu celular. Ela não lembra a evolução dos celulares. Mas tirou a foto que ela queria.

— Celular legal. — Ela me devolveu e fechou o diário. — Vou ler no Brasil. Já li coisas de mais aqui. E estou bem confusa. — Ela falou os deixando no "chão" do jatinho. — Como, quem é Carlos? Eu entrei para uma academia dele. E conheci você? É o mesmo Rafael?

  — Carlos é o meu pai. Você viu ele hoje quando saiu do hospital. — Falei. Então ela assentiu e respirou fundo.

  O Ryan ofereceu o celular dele à ela para que ela pudesse se distrair. Já que o dela sumiu na mata aquele dia. Eu fiquei olhando pra ela o tempo inteiro e parece que sempre tem um detalhe novo para admirar. Então logo chegamos em São Paulo. O Ryan ficou ansioso, até mais que a Tori. Saímos do jatinho e tinha um carro esperando por nós. Fomos direto pra casa da Jen. O Ryan olhou pra casa e pra casa ao lado com um sorriso no rosto.

                                 *Ryan*

Até antes de chegarmos no Brasil eu estava apenas nervoso com a situação da Tori. Ela esqueceu de mim e logo agora que estávamos quase chegando na intimidade que eu queria. Então pousamos em São Paulo. E novamente estou a passos da Jen. Eu posso ter abandonado ela aos olhos de todo mundo mas eu nunca tive nada com nenhuma outra pessoa. Primeiro por falta de tempo e segundo porque eu amo ela mesmo tendo passado esse tempo fora.

  Assim que paramos na frente da casa da Jen parece que tive uma sensação de déjà vu. A Tori foi na nossa frente e abriu a porta sem apertar a campainha e entrou desesperada chamando pela Jen.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora