Quando entrei no quarto peguei minhas roupas e fui tomar banho pra poder ir ao refeitório. Quando nós jantamos eram sete horas. Max Justin e Bi ficaram conversando. Então Max disse que ia rolar uma fogueira do lado de fora com alguns agentes. Ele convidou eu e o Rafael mas eu não quis, nem ele.
— Eu estou com sono... — Falei.
— Quero ficar de boa. To cansado. — Eu levantei e fui pro meu quarto. Ele me seguiu. Deixei a porta entreaberta pra eles entraram sem ter que abrir e me acordar. Me deitei e logo estava dormindo.
... Minha mãe tinha sumido. Literalmente. Ela não me ligou nem me mandou uma mensagem. Então o Ryan chegou até mim meio triste. Chorando.
— Que foi?
— Sua mae... Ela se foi.. — Ele falou e eu comecei a chorar. Desesperadamente.
— Como?
— Mataram ela... — Ele falou e do nada apareceram alguns caras com armas e mataram o Ryan. Depois miraram em mim e eu gritei...
Levantei correndo com meu grito e me sentei na beirada da cama enquanto eu chorava. Então o Rafael entrou no meu quarto correndo. Ele se ajoelhou na minha frente.— Ei o que foi...
— Eu sonhei que minha mãe morria e que meu pai morria depois eu ia morrer. Ai meu deus foi horrível. — Falei chorando mais ainda. Ele pegou minhas mãos e eu olhei pra ele.
— Sua mãe esta ótima. O Ryan esta ótimo. Você esta segura. Comigo. — Ele falou. — Eu sou real, acabou.— Ele falou e passou a mão no meu rosto.
— Mesmo assim foi horrível.— Falei. Ele me abraçou e levantou. Parece que eu estou revivendo cada segundo do momento que nos despedimos. Ele me apertou acariciando minhas costas. — Obrigada. — Eu disse apertei ele e aquele cheiro maravilhoso fazendo eu me acalmar. Ele me soltou e ajeitou meu cabelo atrás das orelhas.
— Senta aqui, vou pegar uma água com açúcar. — Ele falou me sentando na cama.
— Não precisa. Eu já me acalmei. — Falei e ele sentou do meu lado. A cama é grande então coube nós dois e um espaço ainda restou entre a gente.
— Você chamou o Ryan de pai. — Ele lembrou e eu dei uma risada falha.
— Foi o desespero. Eu não considero ele como meu pai mas não quero o mal pra ele. Não quero o mal pra ninguém. Não consigo desejar o mal pra ninguém. — Falei e olhei pra ele.
— Bom você dormiu por duas horas. Agora são dez da noite. — Ele falou olhando o relógio.
— Você pode ficar aqui? Ate eu dormir. Me fazer companhia — Pedi e ele pensou.
— Olha, vai pro meu quarto. Eu vou colocar uns travesseiros aqui e vão pensar que você esta dormindo. Tem quatro camas então o Justin dorme aqui pra ninguém saber. Assim se você precisar de algo eu vou estar lá. — Ele disse e eu fui. A cama dele estava bagunçada e com um livro jogado ali perto. Eu me sentei e peguei o travesseiro dele. Não sei porque raios ou por qual eventualidade eu peguei o travesseiro e comecei a cheirar. Incrível como qualquer coisa que ele toca fica com cheiro dele. Soltei o travesseiro e ele entrou no quarto e pegou um papel e caneta. Ele escreveu algo e pegou uma fita adesiva.
— O que escreveu ai? — Perguntei.
— Estou de mal humor. Se vira mas me deixa. — Ele falou e colocou o papel na porta, fechou e trancou. Ele ficou me olhando. — Essa cama é minha folgada. — Ele falou brincando. Eu me joguei na cama e ele do meu lado. — Estava com saudades desse pijama. Mas só uma dica, melhor não usar ele agora que você tem um companheiro de quarto. Ele vai ficar doidinho. — Ele disse se deitando do meu lado. Ficamos os dois olhando pro teto. Eu respirei fundo e coloquei a mão na cama. Estava com o coração acelerado e quando ele encostou em mim eu fiquei gelada. Senti que o Rafa apertou minha mão. Me senti sem ar e tive que levantar e ficar respirando devagar.— Tudo bem? — Ele perguntou ficando atrás de mim. Eu dei cinco passos pra frente e me virei pra ele.
— Eu estou meio com falta de ar... — Falei e ele assentiu.
— O.k. — Ele disse — Tem certeza que é só isso? — Ele perguntou.
Eu senti uma vontade enorme e indescritível de correr pra ele e beijar aquela boca maravilhosa. Então foi o que eu fiz. Eu fui ate ele e pulei nele beijando-o. Foram quatorze meses pensando naquilo e em como era bom quente e suave. Ele pegou minha cintura e eu fui pro chão. Mas fiquei na ponta do pé e ele me colocou contra a parede enquanto me erguia. Ficamos uns três minutos nessa situação e ouvimos barulho na porta. Eu soltei ele e mandei ele fazer silencio colocando nosso dedo nas nossas bocas e olhando nos olhos dele. Ficamos respirando rápido na frente um do outro. Então eles desistiram e ouvimos a outra porta fechar. Ele tirou as mãos de mim e eu a mão da nuca dele. Eu dei um sorriso e ele também.
— Melhor a gente dormir. Temos um dia cheio amanhã. — Ele falou e eu concordei. Deitamos na cama do lado um do outro e nos viramos pra direções opostas. Eu dei um sorriso, sozinha, por estar feliz por ter feito o que meu coração mandava. Então dormi.
*Rafael*
Quando ela me beijou aquela hora eu fiquei me sentindo realizado mas como se estivesse quebrando as regras. Não podemos mais fazer isso. Uma hora ou outra o Ryan vai ficar sabendo e vai ficar bravo comigo e com ela. Então quando amanheceu eu acordei pra poder falar com ela. Antes mesmo daquele sino ridículo tocar. Ela estava dormindo perfeitamente do meu lado. Então ela acordou e me viu olhando pra ela. Ela sorriu do jeito mais lindo e inocente que alguém poderia sorrir. Eu Fechei os olhos tentando não cair nessa tentação.
— Tori, quando meu pai disse que nós nunca poderíamos ficar juntos ele estava certo. Não me pergunte porque, mas só não podemos. Vamos fingir que isso aqui não foi nada alem de dois amigos dormindo juntos porque uma das partes estava abalada psicologicamente.
— Mas aconteceu mais do que só uma divisão de cama. Você sabe. — Ela disse se sentando e prendendo o cabelo.
— Foi só um beijo. — Eu falei.
— O.k. Nos vemos no treinamento. — Ela disse normal mas sei que ela esta se sentindo mal de alguma forma lá dentro. Ela se levantou e saiu do quarto devagar. Eu me joguei na cama e passei a mão no rosto.
— Garota, você não me faz bem. — Falei sozinho olhando pro teto. Então fui me arrumar. Quando estava pronto passou uns dez minutos e o sinal tocou. O Justin entrou no quarto com cara de sono.
— Melhorou o humor?
— Han?
— Estou de mal humor. Se vira mas me deixa. — Ele falou mostrando o papel.
— Ah é. Estou melhor agora. — Bem melhor. Ele se arrumou e nos saímos do quarto. A Tori esta estonteante como dizem. Hoje ela está com mini saia. Ela se sente desconfortável com esse tipo de roupa. Ela sempre disse isso pra mim.
— Bom dia Rafael. — As duas disseram juntas. Fomos andando à frente. Justin Max e Bi conversando e tori atrás comigo.
— Sei que não gostou dessa roupa certo? — Perguntei perguntei e dei uma tossida.
— Não. Prefiro mil vezes a calça.
— Prefiro mil vezes a saia. — Eu falei e ela me olhou. Eu dei um sorriso e pisquei.
— Tenta usar!
— Melhor não tirar isso na minha frente.
— Não te entendo. Uma hora você diz que é melhor a gente se distanciar e ficar só na amizade e outra você começa a flertar comigo. — Ela falou me parando no caminho.
— Disse pra não tirar porque não quero ter pesadelos. A gente voltou a um ano e meio atrás. Só amigos. — Falei naturalmente.
— O.k. Então vamos que não aguento olhar pra essa sua cara. — Ela falou e a gente foi pro refeitório.
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Dreaming out loud
AdventureTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...