Noite com o papai

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  — Eu simplesmente tratei eles como eles estavam me tratando. Mas só fiz isso porque todos eles estavam me tratando daquele jeito sem razão. Não tinha porque de tanto drama por causa de quinze dias entende? Eles vão cair na real alguma hora e perceber que estavam errados.

  — Tomara. Por que eu odeio tratar eles assim sem nenhum motivo.

  — Tenta arranjar uma outra amizade. Assim eles voltam mais rápido.

  — Você fez isso?

  — Eu não porque eu nunca fui bom em amizades. Nunca mesmo. — Ele disse rindo.

  — Eu também não. Então prefiro esperar mais um tempinho. — Falei e comecei o meu trabalho.

  Depois de mais ou menos meia hora pesquisando quem eram aquelas pessoas com o Ryan do lado me ajudando eu descobri que não era nada para se alertar. O irmão, Jack, internou o outro, John, em uma clínica psiquiátrica porque ele estava com alguns distúrbios. Então o John fugiu e foi atrás do irmão com uma arma que ele roubou do segurança e matou o Josh, para não ter uma prova ele matou a cunhada Danielle. Mas com culpa se matou logo após. Então quando o caso estava resolvido entreguei os papéis com meu relatório ao Ryan e ameacei me despedir.

  — Tori, já que você está nesse meio pé de guerra com seus amigos vamos pra minha casa.

  — Uau. Você tem uma casa. Pensei que morasse no trabalho.

  — Não. Óbvio. Vamos? A gente janta, conversa. Eu quero saber mais de você. — Eu concordei e fui com ele até a "garagem". Ele tem uma Ferrari preta. Eu dei risada. — Que?

  — Uma ferrari?

  — Por que não? Era meu sonho adolescente.

  — Entendo. — Entrei e ele dirigiu um bom tempo até a casa dele. Chegamos e é grande. Do tamanho da nossa, só que bem mais estilosa e no quase no meio do nada. Ele estacionou e saiu. Segui ele ate a porta. Quando ele abriu eu olhei a casa. Cada detalhe. Ele tirou a arma da cintura e colocou em cima da mesa do abajur junto com o celular e as chaves. Eu imaginei ele fazendo isso na nossa casa do Brasil. E gritando um cheguei lá de baixo. Eu fiz a mesma coisa enquanto ele subia as escadas.

  — Eu vou me trocar, se quiser alguma coisa. Sinta-se em casa. — Ele falou subindo. Eu vi um piano e fui até ele. Tem várias fotos ali. Mas não são qualquer fotos. São fotos minhas de quando eu era criança. Fotos minhas adolescente. Mas fotos que nem mesmo eu tinha visto. Eu peguei uma foto em que eu estava voltando a escola com quinze anos. E eu lembro que hora foi isso. Foi quando eu virei pra ver se o Caio estava olhando pra mim e ele estava. Nessa hora o Ryan voltou e viu eu com a foto na mão.

  — Isso parece um memorial.

  — É que eu nunca estive presente fisicamente para você e era melhor assim pra sua segurança. Mas você sempre estaca presente aqui. Pelo menos em fotos.

  — Mas como conseguiu essas fotos?

  — Eu tenho meus métodos — Ele disse rindo. Eu empurrei ele de leve e voltei a foto no lugar. E logo ali ao lado tem uma foto que eu também tenho. Mas nessa foto tinha ele. A foto que tiraram no hospital quando eu nasci. Ele estava com um sorriso enorme e estava tao diferente mas ao mesmo tempo tao igual. Então tinha outras minha com ele assim que eu nasci e a cara de pai coruja bobo ao ver a filha. — Eu achei melhor me afastar de você de todos os jeitos possíveis para garantir sua segurança. E sempre tinham alguns agentes lá, pra te proteger se alguma coisa parecesse errada. Até o Carlos, de certa forma, te protegeu. — Ele disse se sentando no sofá. Eu fui ate ele e me sentei ao seu lado.

  — Sabia que nunca me passou pela cabeça a imagem de um pai com a sua feição? Eu imaginava alguem mais feio ao julgar pela minha cara. — Falei e ele deu risada.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora