Sai lá fora e ele estava na porta de casa com cara de triste. Eu me senti tão merda por ter beijado o Caio na frente dele.— Você voltou com ele. depois de tudo. — Ele falou meio baixo.
— Rafa, você sabe que eu gosto dele.
— E você sabe que eu gosto de você. Mas isso não significa nada né? — Ele falou e eu comecei a chorar. Ele esta triste e sou eu que choro.
— Rafael, eu perderia qualquer coisa menos as minhas amizades, o cara que eu gosto e minha família. Eu não podia perder vocês. Nenhum dos dois.
— Você tinha que fazer uma escolha. Era eu ou ele.
— Ninguém me avisou isso.
— Mas estava bem claro. E você escolheu ele. Você não queria perder nenhum, mas já perdeu. — Ele disse e eu fui abraçar ele. Sabe quando você abraça uma estatua? Foi essa a sensação.
— Rafa..
— Eu também não queria te perder mas olha só... — Ele me desencostou dele e entrou no carro de novo. Eu ia ir atras mas as meninas estavam ali então me seguraram.
— Amiga vamos entrar. — A Bi falou e eu entrei com ela.
— Eu só vim pra ver se estava tudo bem com você. Já cuidei da minha filha postiça. Agora vou cuidar do meu filho de verdade.
— Você vem outras vezes? — Perguntei limpando o rosto.
— Sábado eu venho. — ele beijou minha testa e saiu. Minha mãe estava ali olhando.
— Ele me contou tudo e acho que você sabe o que faz. E hoje você tem muitas conselheiras. — Ela falou e a gente riu um pouco.
— É, você foi ver o negócio do curso?
— Fui, e a mãe da Bi tava lá.
— Mas eu nem falei com ela.
— Bom ela estava. Vou pro meu quarto meninas sabem onde encontrar tudo de comer. — Ela falou bocejando e foi pro quarto dela. Eu fui pra cozinha e elas me seguiram.
— Agora conta tudo. — Elas falaram juntas.
— Ontem depois de eu voltar fui dormir. Dai o Caio apareceu e falou da aposta dai eu perguntei se meu beijo valia só dez reais e ele disse melhor dez do que dois. Eu fiquei brava e o Rafa apareceu. Os dois foram pra fora. Eu fui atrás, dai o Rafa disse que daria mil reais pra estar comigo e mandou ele embora. Ficou só nos dois aqui dai umas oito horas eu peguei um suco, ai ele falou: quero. Eu servi o suco. Ai ele largou o suco. Então ele veio me beijar mas meu deus que beijo — Falei rindo.
— E ai?
— Ai ele me soltou, comemos e dormimos. Hoje a gente acordou e o Carlos veio nos buscar, ai chegando na academia ele disse que tava apaixonado por mim e que eu era trouxa por estar gostando do Caio. Então brigamos mais, dai eu me demiti e vim embora. É isso. — Falei bebendo suco.
— Só uma coisa, você gostou do beijo. Você gosta dele. — A Bi falou.
— Claro que eu gosto. Ele é meu melhor amigo.
— Epa. — A Bi disse e eu deu risada.— E eu gostei do beijo porque ele beija maravilhosamente bem.
— Serio? — Elas perguntaram animadas.
— Super! Nossa meu de... — Eu ia falar animada também mas percebi elas me notando.
— Melhor que o seu amado crush?
— Não. Porque o Rafa beija bem mas o Caio é o cara, sabe? — Falei e elas riram.
— Vocês vão se entender. E olha, que pai é aquele?
— Bianca deixa de ser tarada.
— Mas ele é lindo. Beleza é de família porque meu deus. — A Clara, a mais descente de nós quatro falou. Então ele é bonito.
Fomos pro meu quarto e colocamos pijamas. Peguei um colchão de casal inflável no porão e elas encheram enquanto eu peguei sorvete na geladeira e quatro colheres. Sentamos na minha cama e a Bi foi a primeira a pegar.
— Então Bi, gostou do beijo? — Perguntei e coloquei a colher na boca.
— Meu deus, eu fiquei com raiva de vocês dois no começo mas depois eu notei que ele queria mas estava com vergonha e se não fosse vocês não ia rolar tao cedo.
— Bom, eu estou com o Caio. Bi com o Alex. Brenda, sei que você gosta do Fer. Porque vocês não conversam?
— Porque não Tori, a gente ficou ano passado e desde então ele não falou mais sobre o assunto.
— Não querendo forçar você amiga, mas alguém tem que tomar a iniciativa. Se quiser eu falo com ele. Dou umas indiretas.
— Virou cupido agora.
— E você clarinha?
— Ah nem vem.
— E o Paulinho? — Falei com voz estranha e ela me jogou uma almofada.
— Não tem nada com o Paulo.
— Mas eu sei que os dois estão de papinho.
— Estamos mas sei lá, ele parece não gostar de mim desse jeito.
— Então tem um jeito. — Falei e ela suspirou — Você gosta mas tem vergonha. Vou falar com o Caio. Vamos ver o que a gente pode fazer por vocês. — Falei pegando mais sorvete.
— Não Tori, isso é coisa minha.
— Um dia você vai me agradecer por isso. A Bi me agradeceu e um dia vocês vão. — falei e elas riram.
— Violão? Você toca?
— Não mas minha mãe contratou um professor pra vir aqui me ensinar. — Falei e elas bocejaram. Eu precisava mostrar o que fiz no meu quarto pra elas. Apaguei a luz e acendi os "pisca pisca". Tem em quase todo o quarto iluminado as fotos no mural e a volta da minha cama. — Legal né.
— Lindo. Precisamos de fotos novas. Essas são do ano passado. — A Brenda falou. Eu coloquei uma cadeira na frente da cama com um monte de almofada pra ficar na altura certa. Dai eu programei pra tirar foto sozinha. Liguei o flash e deixei as luzes apagadas.
— Com a luz apagada!
— Ta com flash sua anta. — Falei e a gente deu risada de verdade e na hora bateu a foto.
— Nossa que linda nossas risadas de focas — Bi falou antes de ver a foto. Eu fui ver e ficou bem legal.
Depois disso fui na cozinha deixar as colheres e o pote na pia. Ai eu fui ate a geladeira pegar uma água veio a voz do Rafa dizendo a visão aqui esta muito bela. E dei risada sozinha. Fechei a geladeira e praticamente a nossa imagem se beijando e fiquei com raiva de mim mesma por estar lembrando disso. Apaguei a luz e subi pro meu quarto. A Bi estava na minha cama e a Clarinha com a Brenda no colchão inflável. Me deitei e fiquei mexendo no celular.
"O que a Bi achou do beijo do grande Alex?" Caio me mandou
"Acho que você devia ter lido as outras mensagens e ver como o Caio escreve, Alex" mandei e ele mandou uma risada nada ver.
"Me pegou. Mas e ai. Ela gosto ou não?""Pergunta pra ela quando puder. Vou domir manda um beijo pro Caio".
"Manda um beijinho pra Bi" dei risada.
No outro dia eu acordei primeiro porque meu despertador ainda toca as seis horas. E eu acostumei com esse horário. Acordei e Vi elas dormindo. Fui até a cozinha, peguei chantilly e subi. Passei nas mãos das meninas. Ai peguei alguma coisa que fizesse cócegas, primeiro na clarinha e depois nas outras duas, as três enfiaram a mão na cara e eu dei risada.
— Chibata — Bi falou e eu coloquei chantilly na boca e engoli.
— Precisava fazer isso.
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Dreaming out loud
AdventureTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...