— Tem alguma preferência de qual filme?
— Bem, não sei qual filme está em cartaz então... qualquer um. Contanto que não seja ação porque a gente já tem isso diariamente. — Ela pediu.
— Quando chegarmos lá nós escolhemos. — Falei enquanto saía da casa e dirigia até o cinema. Estacionei e olhei pra ela. —Vamos?
— Claro. — Saímos do carro e nos dirigimos a bilheteria. Ficamos na grande fila esperando vendo quais eram os gêneros de filme.
— Suspense? — A expressão dela foi não. — Terror? — Nem pensar. — Comédia? — Da pra pensar. —Romance? — Hmmm. — Comédia romântica.
— Isso. Pensei que não ia dar essa opção. — Ela disse pegando meu braço e rindo.
Compramos as entradas, passamos comprar pipoca, refrigerante e chocolate, claro. Entramos na sala cinco e nos sentamos no meio. A sala está meio vazia mas ainda faltam alguns minutos para começar.
— Não está assistindo esse filme só por minha causa não é? — Ela perguntou me olhando.
— Parece ser um filme legal. — Disse a encarando. — E acho que você já percebeu que eu faço qualquer coisa por você. — Ela ficou sem graça e desviou o olhar de mim.
— É, eu percebi mas da primeira vez que viemos no cinema você me fez assistir um filme de terror.
— Sério? Como foi?
— Não tinha muitas opções aquele dia então eu concordei. Mas fiquei o filme todo com os olhos fechados.
— Então você vê pessoas mortas quase todos os dias e tem medo de filme de terror?
— Quase isso. — Ela falou rindo e aqui estamos nós. Encarando um ao outro. — Tenho que pedir ainda? — Ela perguntou se referindo ao beijo.
— Você quer?
— Sim. — Fomos interrompidos pelo segurança.
— Sem gracinhas no cinema. — Ele falou jogando a luz da lanterna nos nossos olhos.
— Sim senhor. — Eu disse com meus olhos fechados por conta da luz e da vergonha.
— Que vergonha. — Tori cochichou se endireitando na cadeira enquanto ria. E isso, basicamente, estragou completamente o clima.
Então o filme começou, o segurança a cada cinco minutos aparecia dando uma olhada em todo mundo. A Tori aproveitando cada minuto daquela amostra de vida normal, comendo pipoca sem nem sequer olhar para o balde, vidrada na tela.
Após essas duas horas de filme saímos da sala jogando os lixos enquanto o segurança continuava me encarando. Saímos dali e a Tori começou a rir baixinho.
— O que foi?
— Acho que o segurança não foi com sua cara. — Ela disse parando de frente pro cinema, com a calçada vazia.
— É inveja porque eu estou com a garota mais linda daqui. — Um pouco demais mas ela gostou. Eu acho, pois ela sorriu e se aproximou. Na minha cabeça veio um finalmente. Afastei o cabelo dela de seu rosto com suas mãos passando meus polegares pela sua bochecha. As mãos dela vieram parar nos meus antebraços e eu a beijei.
Depois desses longos meses idealizando como seria beija-lá finalmente consegui tirar minhas próprias conclusões. Sei que já tínhamos nos beijado antes de eu perder a memória mas parece que pra ela também foi como a primeira vez.
— Senti saudades disso. — Ela falou quando paramos.
— Pensei que esse dia nunca chegaria.

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Dreaming out loud
AventuraTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...