Amigos prodígio

10 1 0
                                    


  Me sentei no balcão após pegar um copo de suco. Sentia saudades daquilo.

  — Ahn, o que houve com seu celular? — Ele perguntou encostando na parede.

  — Eu estava lutando com o Max ai caiu no chão, eu não vi, então quando coloquei minha bota e pisei nele sem querer.

  — Faz quanto tempo?

  — Uns dois meses.

  — Como sobreviveu?

  — Eu fiquei esse tempo inteiro tentando fazer o Luke atirar certo. Foi um desafio. Não tive tempo pra pensar em celular. — Ele ficou de boca aberta tentando digerir o que eu contei.

  — Luke? O cara da Rússia? — Ele está meio surpreso.

  — Não sabia?

  — Não! Ninguém me contou.

  — Ah. É, treinamos o Luke. Por isso só quatro meses. Ele tinha feito oito mas o Stefan tirou ele de lá. Mas ele era muito ruim em atirar. Só não é pior que a Bianca. — Ele riu.

  — Mas você fez ele atirar certo? — Ele perguntou se aproximando.

  — Tentei. — Respondi. Ele chegava cada vez mais perto. — Cadê a Bi, falando nela?

  — Ela foi com Jus e Sara pegar uns amigos do Jus no aeroporto. Dois. O Max foi até lá. Mas o vôo atrasou por causa da chuva. Então vão demorar um pouco. — Ele ficou na minha frente. Seus olhos lembram o mar num dia quente de verão. Tem uma imensidão lá dentro, nos traz calma e tem uma cor maravilhosa. É como ir pela primeira vez visitar a praia. Nós ficamos paralisados olhando pra tudo aquilo, sentido a areia nos pés e a brisa no rosto. Mas nesse caso estou sentindo o toque dele em mim, de leve. O aroma dele vindo naturalmente até mim. E não consigo parar de olhar para aqueles par de olhos azuis parados em minha frente. Então acordei do quase transe e ele estava me olhando tentando entender o que estou pensando. — Tudo bem?

  — Tudo. Só quero assistir alguma coisa. Lá é como um exílio de tudo. Preciso de um filme. — Falei terminando de beber meu suco.

  — Uma comédia romântica? Ou só comédia. Hmm. Sei que ama ação. Sem saída? — Um filme bom. Legal.

  — Pode ser. Vamos. — Desci do balcão com ele na minha frente. Eu senti o calor dele de tão próximos que estamos. Desviei e fui pra sala. Nos sentamos e ficamos assistindo sem saída. Ele estava bem do meu lado com os pés em cima da mesa de centro. Então na parte em que os dois personagens principais se beijam o Rafael olhou pra mim de canto. — Queria muito ser essa garota.

  — Por que?

  — Ele é um gato e é um gato. Deve beijar bem, sei lá.

  — Melhor do que eu? — Ele perguntou me olhando.

  — Só beijando pra saber. — Falei rindo.

  — Só se for agora? — Falou ele convencido.

  — Você não idiota. O Taylor. Mas sinceramente acho difícil.

  — O que?

  — Alguem beijar melhor que você. Mesmo eu não querendo, tentando negar a mim mesma, você beija muito bem. — Ele estava me olhando quando se acertou no sofá.

  — Pena não poder dizer o mesmo de você. — Ele falou mais convencido ainda. Eu dei um empurrão nele de leve rindo um pouco. A gente se olhou no meio da nossa "conversa". Ele estava olhando pros meus olhos então olhou pra minha boca. Inocentemente olhei pra dele também. Rafael se aproximou lentamente e quando notei ele estava na minha frente. A boca dele encostou na minha de leve então a porta abriu e a luz acendeu. Me levantei e vi a Bi entrando. Corri abraçar ela. Então vi os prováveis amigos do Jus. Meu deus como são maravilhosos. Abracei o Jus e a Sara.

  — Quem são os gatos? — Perguntei no ouvido dela. Ela riu. Então o Rafael parou do meu lado.

  — Gente esse são meus amigos. — Jus falou.

   — Eu sou Jeremie. — Um menino loiro, bonito, se apresentou. Ele me deu um abraço normal.

  — Prazer. — Falei no ouvido dele. Então o moreno. Ele sorriu pra mim.

  — Eu me chamo Andrew. Pros íntimos Andie. — Então me aproximei. Ele me abraçou pela cintura.

  — Prazer Andrew.

  — Andie. — Me corrigiu. Eu me soltei e voltei pra perto do Rafael.

  — Eu sou Tori como devem saber provavelmente. E ele é o Rafael. — Falei por ele porque ele parece estar meio bravo não sei.

  — Prazer em conhecer vocês. — Jeremie disse sorrindo.

  — Prazer em conhecer você. — Andrew falou olhando diretamente pra mim.

  — Gente, eles vão ficar com a gente a partir de hoje. Então... Sintam se em casa. — Justin falou e eles estavam com as malas. — Sara, Tori mostrem os quartos pra eles. Nós vamos beber alguma coisa. — Concordamos. Subi primeiro com o Andrew.

  — Você esta a quanto tempo na CIA?— Perguntei.

  — Um ano. Me tornei Agente junto com o Jus. E você?

  — Cinco meses. — Falei e ele riu.
Levei ele pra um quarto, nunca tinha entrado ali. Era um quarto de hóspedes mas agora não é mais.

  — Bom, vou deixar você se hospedar. — Falei saindo do quarto dele. Fui na direção do meu quarto. O Rafael apareceu e trombou comigo no corredor. Ele me olhou sorrindo. Por mais que Andrew me chamasse muita a atenção não consigo olhar pro Rafael e não ficar com coração acelerado.

— O Jus está pensando em uma balada hoje de noite. Pra comemorar a volta de vocês dois e a vinda dos amiguinhos prodígio. — Ele falou e eu ergui uma sobrancelha.

  — O.k. Nos vemos às sete. — Falei me desviando entrando no meu quarto. Quando me sentei na cama voltei ao meu estado normal. Fui procurar algo para vestir. Quando finalmente encontrei já eram cinco e meia. Entrei num outro banho rápido e fui me trocar. Coloquei minha calça jeans rasgada cinza, uma camiseta preta, suporte pra arma e uma jaqueta. Deixei meu cabelo solto e desci. Como sempre, tem só o Rafael ali embaixo. Mas como agora tem dois novos membros por aqui, Andrew também esta ali. Os dois estão quietos sentados em lados opostos na sala. Pensei uma vez em descer antes que alguém mais descesse mas o Rafael me viu e deu um sorriso tortinho. Terminei de descer naturalmente as escadas e me sentei no "sofá do Rafael". Mas longe dele.

  — Vocês dois são namorados? — Rafael ia abrir a boca para dizer alguma coisa mas parou, fechou e fez sinal negativo com a cabeça. Ele negou rápido de mais. E ele negou. Geralmente sou eu quem nego. — Bom saber. — Ele falou recostando na poltrona sorrindo. Fiquei bem vermelha. Rafael ia falar alguma coisa mas a Sara com o Jeremie desceram conversando. Depois o casal do ano e por ultimo o Max. Me aproximei do Max e ele me abraçou de lado.

  — Que foi pequena?

  — Nada. Só que os dois no sofá estão me secando. — Falei e ele riu. Estávamos prestes a sair quando a campainha tocou. — Fala sério. Agora? — Fui até a porta e abri.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora