Frio dos Infernos?

12 0 1
                                    


  — O que foi? — Perguntei.

  — Meu pai decidiu que eu vou pro Alasca, pro fim do mundo naquele frio dos infernos, para resolver uma missão. Sozinho. — Ah não é possível.

  — Alasca? — Perguntei incrédula. Ele não pode ir pro Alasca. Já é ruim ele estar aqui com a gente nesse clima mas prefiro ele aqui do que no Alasca.

  — É. Ele pediu... Ou melhor, mandou. Não vou desobedecer ele. — Rafa falou me olhando. — Ele disse que meu vôo no fim da tarde.

  — Ele deu mais detalhes de que tipo de missão é? — Max perguntou. Eu estou quieta e pensando em muita coisa.

  Quando eram quatro horas o Rafa estava no quarto "arrumando" as coisas dele. É engraçado ver ele jogando as coisas na mochila.

  — Rafa, pega uma mala, lá é frio, tem que levar roupas mais grossas. — Falei me intrometendo no quarto dele. — Desculpe-me entrar assim mas sabia que iria estar fazendo essa bagunça que você chama de arrumar as malas. Agora pega uma mala de verdade lá. — Falei e ele foi pegar. Eu a arrumei corretamente e estava tudo pronto.

  — Obrigada pela ajuda. — Ele me olhou sorrindo.

  — Magina. — Falei e ficamos quietos. Eu ia sair do quarto mas ele pegou minha mão e respirou fundo de novo. — Eu te levo pro aeroporto depois.

  — Eu prometo... Que assim que eu voltar a gente resolve nossa situação. — Ele disse.

  — Não se preocupe. — Eu parecia neutra mas eu queria sim que ele falasse aquilo. Queria mais ainda que ele me desse um beijo naquele momento. Mas a segunda parte não se concretou. — Vou pro meu quarto. — Avisei me soltando. Entrei no meu quarto e fui arrumar uma roupa para poder tomar um banho e arrumar-me em seguida.

  Quando eram seis horas mais ou menos eu estava pronta a tempos e esperava pelo Rafael para que pudesse leva-lo ao aeroporto. Ele desceu com sua mala todo arrumado e todos se despediram do mesmo. Menos eu.

  — Vamos? — Perguntei.

  — Vamos. — Fomos para a garagem. Pensei que eu iria dirigir mas ele insistiu. — Eu dirijo e na volta você traz o carro. Por favor. — Ele pediu e eu concordei. Estávamos no meio do caminho quando pegamos um trânsito bem desagradável para a situação. Ficamos quietos então decidi colocar alguma música. Estava no modo aleatório mas parece que não tinha uma música que não falasse na letra algo relacionada ao "amor". Ele tirou minha mão do aparelho e olhou pra mim.

  — A gente só não esta se pegando, mas não precisamos ficar nesse clima estranho toda vez que nós ficarmos separados. — Explicou ele.

  — Eu só não tenho o que falar. — Disse depois de um tempo olhando pra cara dele. Então o transito passou. Chegamos no aeroporto. Fomos direto ao jatinho. Estava ligado esperando o Rafa. — Bom é isso. Quando você volta?

  — Por que? Vai sentir saudade? — Meu cabelo esta voando pra cima do meu rosto então ele o tirou dali e me viu rindo.

  — Quando vai voltar?

  — Em dois dias no máximo. — Ele falou e me puxou para um abraço. — Eu te amo. — Ele falou baixinho no meu ouvido.

  — Ninguém está vendo. Acho que você podia se despedir de mim como gente. — Falei olhando em seus olhos tremendamente claros.

  — Quando eu voltar. Assim tenho uma motivação pra voltar mais rápido. — Ele sorriu. Deu um beijo na minha bochecha e entrou no jatinho. O vi na janela e dei um tchau com a mão. Quando o avião decolou eu tinha uma foto perfeita então peguei o celular e a tirei. Preciso me desapegar desse meu vício. Entrei no carro coloquei meus óculos para me defender do pôr do sol. Ao chegar em casa eu estava brava e triste. Subi pro meu quarto e estava tudo quieto e anoitecendo. Fiquei mexendo no celular até a Bianca entrar no meu quarto.

  — Sabe bater na porta? Se sim, por favor pratique. — Falei e ela se sentou.

  — Como foi lá?

  — Normal. Ele se despediu e foi. Ele falou que daqui dois dias ele volta.

  — Então porque essa cara?

  — Não queria nem que ele fosse pro Alasca. Queria que ele estivesse aqui.

  — Ele foi pro Alasca e não pro céu. Vem, vamos jantar. — Ela levantou e descemos.

  Era muito cedo quando eu me deitei para dormir. O sono de ontem ainda não tinha passado então logo apaguei. Eram sete e meia quando deitei. Mas isso teve consequências porque por fim as quatro da manhã estava de pé como uma múmia na cozinha com uma caneca na mão cheia de café. Então meu celular vibrou. É o Rafa. Dei um sorriso.

  "Sei que está dormindo mas queria avisar que eu cheguei."

  "Estou acordada por incrível que pareça." assim que ele leu isso me ligou pelo facetime. Fazia tempo que ele não fazia isso.

  — Que bela visão aos meus olhos. — Falou ele sorrindo. Eu sorri com ele e o vi num iate.

  — Onde você está?

  — Esperando para ir para a nossa casa... Da CIA. Aqui. — Ele explicou e o iate começou a andar.

  — Uau. Vê se não demora.

  — Não vou. — Então ele desligou. Fiquei lá fora com os olhos fechados sentindo o vento meio morno bater em meus cabelos junto com o sol nascendo batendo em meu rosto.

  Eu entrei e procurei algo para assistir. Tudo que tinha passando eram desenhos animados. Então foi aquilo que comecei a assistir. Depois de dez minutos o Max desceu com cara de sono. Ele está completamente com sono.

   — Tori, são quatro e meia da manhã. O que esta fazendo aqui? — Ele perguntou parando do lado do sofá.

   — Assistindo desenho. Sente-se comigo. — Falei. Ele dormindou sentou do meu lado se deitando no meu peito. — A Clarinha não vai gostar disso, Max.

  — A gente não tem nada, Tori.

  — Mas você não gosta nem um pouco dela?

  — Claro. Eu gosto dela. É incrível como eu consegui gostar dela tanto assim em tão pouco tempo. Mas ela é meio difícil.

  — A Clara nunca namorou ela só está amedrontada. Você precisa conseguir com que ela confie em você então pronto.

  — Já dei provas de que ela pode confiar em mim. Passou uma semana mas a gente se fala como se fossemos amigos de longa data... Amigos. — Ele deu ênfase em amigos.

  — Eu posso conversar com ela. Nós sim somos amigas de longa data.

  — Você não é cupido.

  — As vezes eu posso ser. Eu faço isso pelos meus amigos mas ninguém fez isso por mim. — Falei. Ele ficou em silêncio. Nós ficamos assistindo até alguns descerem um de cada vez. Então logo estávamos todos na sala assistindo desenho. Então o nosso amado amigo Scooter deu o ar da graça.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora