Acordei novamente com a visão embaçada e a boca seca. Eu estava meio sentada e olhei pro lado devagar. O Rafael está deitado no sofá com uma perna no chão e outra em cima do sofá. Ele ainda está com a roupa da missão, com sangue mas nunca desarrumado. Eu tentei não acorda-lo mas não deu certo. Ele me ouviu e se levantou.— Oi... — A voz dele era completa de sono.
— Oi... Eu estou com sede. — Falei e minha voz conseguiu sair pior que a dele.
— Ahn, okay. Espera. — Ele foi procurar um copo com um canudo e quando voltou tentei rir.
— Obrigada. — Respondi depois de ter bebido água. — Há quanto tempo eu estou...assim.
— Um bom tempo. Você sempre tem algumas complicações. No caso você teve que receber sangue de novo. — Procurei por algum curativo nele mas nada. — Não pude fazer transfusão. Estava de jejum. Então seu pai se ofereceu.
— E cadê todo mundo?
— Foram embora. Ficou só uns seguranças aí. Ryan é meio protetor. — Ele se sentou na minha cama e passou a mão no rosto. Depois bocejou..
— Então que horas são?
— Meia noite e meia. — Falou ele olhando no relógio. Fiquei um bom, realmente bom, tempo desacordada.
— Do que me chamou? Mais cedo?
— Você ouviu. — Ele falou sorrindo.
— Eu juro, que não lembro de muita coisa. Só de vocês atirando neles. Mas depois tudo passa como um borrão. Eu lembro de ter brincado com o Scooter... Mais nada. — Falei e ele assentiu ao me olhar.
— Eu te chamei de anjo. — Ele falou sem graça. Eu dei um sorriso e ele notou aquilo. — Isso aí foi um sorriso? — Ele perguntou rindo.
— E se foi? — Deus, estou cedendo?
— Pensei que não ir ver mais um assim. — Ele riu e pegou minha mão. — Como está se sentindo?
— Como se tivesse levado um tiro.
— Está com dor?
— Está preocupado?
— Se não estivesse eu provavelmente não ficaria aqui. Diz logo. — As palavras parecem estar saindo da boca dele impacientemente mas a feição dele é de preocupação mesmo.
— Estou ótima. Queria ir pra casa. — Falei erguendo a cama ficando sentada. Coloquei meu cabelo para trás da orelha. Ah meu cabelo. — Eu estou horrível. — Falei passando as mãos no rosto.
— Você nunca fica horrível mas já teve dias melhores. — Demos risada enquanto ele colocava outra mecha de cabelo atrás da minha orelha. Depois de um tempo ele olhou diretamente pros meus olhos sem piscar então quando piscou olhou pra baixo. Então voltou o olhar pra mim.
— Por que você faz essas coisas comigo? — Perguntei pegando sua mão.
— Pra provar que ninguém resiste ao meu charme. — Ele se aproximou rindo e quando eu olhei pra boca dele se aproximando eu fiquei trêmula. Pensei realmente que meu coração ia pular dali dançando quando ele me beijasse. Como se não tivéssemos nos beijado antes de ontem. Então a gente foi interrompido pelo médico.
Ele me examinou, viu se estava tudo certo comigo e disse que trariam alguma coisa pra eu comer. E depois disso descansei por que se eu estiver bem amanhã vou ter alta. Então o Rafael se levantou pressionado os lábios. Ele ficou parado na frente da cama um tempo. Então recebeu uma mensagem. De uma pessoa subliminar que não sei quem é mas sinto ciúmes.
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Dreaming out loud
AventureTori pensava que sua vida já não era normal quando era adolescente. Mas quando conhece seu pai e sabe da sua verdadeira linhagem sua vida muda completamente e então nota que sua vida antiga era mais do que normal. E Rafael faz parte dessa loucura in...