Então volta

15 1 0
                                    


— O que você não pede chorando eu não faça sorrindo. — Falei me deitando do lado dela.

  — É ao contrário.— Ela se aproximou e ficou do meu lado de olhos fechados. Me virei ficando de frente pra ela. Arrumei seu cabelo atrás da orelha. Eu dei um selinho inocente nela mas logo ela recuou. — Rafa... — Foi como um apelo. Então ela abriu os olhos e me olhou.

  — Me desculpa? — Pedi. Mas não em relação ao beijo.

  — Só não faz mais isso.

  — Falo sobre a Janice.

  — Deixa isso pra trás.

  — Eu deixei. Então volta pra mim.

  — Não é tão simples.

  — Eu vi você e o Caio se pegarem mas mesmo assim depois de tudo eu não mudei com você.

  — Mas eu não estava pegando os dois ao mesmo tempo. Essa é a diferença. — Por que ela sempre tem que estar certa. — Ainda sou boa em calar sua boca. — Ela falou convencida.

  — Prefiro que você cale minha boca de outra maneira. — Ela apertou meus lábios com os dedos. Eu peguei a mão dela e beijei, depois eu beijei a boca. Sou mais forte. Ela não consegue se soltar tão facilmente. Então a coloquei em cima de mim e me sentei. Ela afastou a cabeça e continuou de olhos fechados.

  — Isso é assédio.

  — Não é assédio se as duas partes estão gostando. — Falei e beijei ela de novo. Então lembrei da conversa que ela teve com a Bianca antes de ir para a central. Eu parei o beijo e a gente ficou com as testas coladas uma na outra. — Desculpa. — Falei voltando ela pra cama. Ela respirou fundo passando as mãos no rosto.

  — Você não tem o direito de fazer isso comigo. — Ela falou me deitando e ficando com a cabeça no meu peito.

  — Eu não quero te fazer sofrer. — Ela me olhou. E fechou os olhos suspirando.

   — A conversa com a Bianca. — Concordei. — Tinha esquecido que você tinha escutado. — Ela voltou a deitar e a gente encerrou a conversa por aqui.

  No outro dia acordamos com um pouco de sol na nossa cara. Ela fez manha para acordar. Eu dei risada e abri os olhos. Não estávamos na mesma posição de ontem. Ela estava virada e eu atrás dela com a mão na barriga dela fazendo-a ficar grudada em mim. Beijei seu ombro e ela ficou arrepiada.

  — Está na hora de acordar. — A soltei e me levantei. Bocejei e ela levantou também. O pijama fica mais curto quando ela levanta as mãos para prender o cabelo.

— Não olha pra minha bunda. — Ela pediu se virando pra mim. Abri a porta do quarto e dei de encontro com o Andrew. Ela veio até a porta com uma blusa de frio grande. Só pra provocar eu peguei o pescoço dela e a beijei de leve.

  — A gente se vê lá em baixo. — Falei e ela com cara de quem estava gostando mas ao mesmo tempo não estava. Eu sai do quarto e bati no ombro do Andrew meio que de proposito.

*Tori*

Depois daquele beijo eu fui me trocar. Quando eu estava arrumada fui até o quarto do Rafael. Entrei sem bater e ele estava colocando uma camiseta.

  — Não faz mais isso. Me beijar na frente dos outros... Ou só me beijar. Pode ser?— Perguntei. Ele respirou fundo e concordou.

  Fui pra cozinha e me sentei junto com os outros para tomarmos café. Ninguém falou nada por um tempo então a Bianca falou.

  — Tori as crianças perguntam de você toda semana.

  — Ai, verdade, quem está indo ver eles? — Perguntei.

  — Eu e o Rafael. No começo só ele mas aí consegui uma autorização.

  — Hoje eu vou lá ver eles. Você vem comigo? — Perguntei.

  — Vou ir falar com meu pai, o Rafa vai com você.

  — Vou sozinha. — Falei e ele riu.

  — O pai de vocês estão vivos? — Andrew perguntou.

  — Por que não estariam? — Rafael respondeu com uma pergunta mas o.k.

  — Ah sei lá, a maioria dos agentes tem os pais mortos.

  — Nossos pais estão bem vivos. E todo mudo conhece eles. — Falei.

— Quem são? — Jeremie inocentemente perguntou.

— Carlos Bennett, Ryan Baker e Christian Carter. — Falei e eles arregalaram os olhos.

  — Vocês são filhos deles! Nossa. — Não sei qual a surpresa.

  — Por isso você não me era estranha. Se parece com seu pai. — Andrew falou me olhando. Então ficamos quietos de novo.
                    
De tarde fui até o orfanato e as crianças vieram me abraçar. Passei a tarde inteira com eles ate aquela mulher chata dizer que o tempo acabou e estava na hora de eu ir embora.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora