Famigerado

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  - Caso eles conseguissem fugir ou o carro capotasse... Como capotou, não queria que se machucasse. - Falei e o Max me abraçou. Chamamos a FBI. Esperamos eles chegarem e a Clara ficou mexendo no celular. Ia pegar o meu mas provavelmente antes de sairmos eles destruiram. - Meu celular ainda está sendo rastreado?

  - Hm, não. - Ele disse depois de procurar.

  - Já perdi a conta de quantos celulares eu já perdi ou quebrei. - Falei e a FBI chegou pra levá-los. Entramos no carro e fomos para uma casa. - Essa casa é da CIA? - Perguntei quando sai.

  - Não. É Pittsburg. - Rafael disse e Max riu. Entramos na casa e Luke correu e me abraçou. Fiquei sem ação mas retribui de leve.

  - Senti como se meu plano tivesse ido descarga a baixo. - Ele falou me soltando. Então rolou o famigerado abraço em grupo. Menos o Rafael como sempre.

 Então um celular tocou. Da Bianca. Ela atendeu e eu ouvi de onde estava a voz do Ryan gritando:

  - Como assim vocês perderam minha filha?! - Eu dei risada.

  - Calma rapaz, estamos bem. 

  - Obrigada, Deus. - Os três, Scooter, Chris e Carlos. - Pensei que hoje alguém ia dormir sem cabeça. - Carlos.

  - Não hoje. - Respondi. 

  - Voltem! Agora! - Ryan mandou.

  - Desculpa, Senhor, mas elas acabaram de serem salvas de um sequestro e é melhor para elas terem uma noite de descanso antes de voltarem pra Atlanta. - Rafael disse.

  - É Ryan. - Carlos. - É melhor elas passarem essa noite por lá e descansarem. Amanhã sua pequena garota volta e você pode acabar com a raça do meu filho.

  - E o que eu tenho haver com isso mesmo? - Rafael perguntou.

  - É, não foi culpa de ninguém. Podia ter sido qualquer um, Ryan. - Meu "Ryan" foi com um ênfase e ele entendeu o recado e suspirou.

  - O.k. Tentem não ser sequestradas nem baleadas. Voltem logo que amanhecer. -  Ele mandou então desligamos. Subi tomar um banho e fiquei surpresa de ter algumas peças ali.

  - Lembraram de trazer roupas. Uau. - Falei pro Rafael que continua com uma cara de poucos amigos. 

  - Não queria que certas pessoas te vissem nua, perdão. - Quanta ironia.

  - Nossa. Nota-se no seu tom de voz a felicidade ao me ter aqui.

  - Eu estou feliz, mas parece que o senhor estratégico está mais. - Mais ironia.

  - O.k. Vou comer alguma coisa. - Quando me troquei fui para cozinha e preparei um sanduíche. E então o senhor estrategia chegou no lugar de quem eu esperava realmente ver.

  - Você já parece melhor. - Ele se sentou do meu lado. - Tori, eu sinto muito, devia ter ficado de olho em vocês duas e não deixar nada acontecer. Sério me desculpa, foi culpa minha. - Ele pegou minha mão e acariciou olhando diretamente nos meus olhos. Ele tem olhos bonitos. 

  - Não foi culpa de ninguém. Foi apenas descuido. - Disse e tirei a minha mão dali para comer. 

  - Mas então, o que rolou nesse tempo? - Ele perguntou realmente interessado.

  - Ahn, de muito importante... Eu tive câncer, no fígado. - Ele me olhou surpreso. 

  - E como conseguiu sair dessa?

  - Rafael me doou uma parte do fígado dele e estou melhor. 

   - Uau. Ele realmente gosta mesmo de você. - Ele nunca me pareceu tão sincero. - E, sinceramente, ele tem muita sorte mesmo de ter alguém como você. - Ele sorriu sem mostras os dentes e acariciou minha bochecha com seu polegar e se levantou. 

*Rafael*

 Desci atrás da Tori depois de um tempo e acho que vi o que não queria. Ele estava pegando na mão dela. E olha, sinceramente ela não pareceu se esforçar pra mudar a situação. 

 Sai dali e fui dar um mergulho. Apesar de não estar em um dos climas mais agradáveis do mundo ali, meu sangue estava fervendo de ódio então tinha que fazer alguma coisa pra não enfiar meu punho na cara daquele desgraçado ladrão de namoradas. 

 Quando sai da piscina molhado e com frio eu vi ela me observando da janela. Entrei irritado e fui pro meu quarto pra dormir e tentar esquecer tudo. 

 Acordei com alguém batendo na minha porta. 

  - Chora. - Falei.

  - Vem jantar. - Max. 

  - Sem fome. Me deixa. - Ele realmente saiu, esperava mais insistência. E quem sabe uma voz feminina.

 No outro dia de manhã acordei as cinco e preparei minha pequena mala, tomei um banho e me arrumei colocando meus jeans Levi's preta e uma camiseta do mesmo tom. Coloquei meus óculos escuros e um boné de beisebol para os meus dias ruins e desci. A sala estava vazia e então todos desceram juntos. 

  - Ao amanhecer. - Repeti as palavras do Ryan e fomos todos ao aeroporto pegar nosso jatinho. Me sentei sozinho e fiquei mexendo no celular com os fones mas nada tocando. Balancei a cabeça algumas vezes pra parecer convincente. E então ouvi uma voz de fundo.

  - Vocês brigaram? - Era a Brenda. 

  - Quem? 

  - Você e o mais novo gótico da CIA.

 - Não que eu saiba. Ele apenas teve uma crise na noite passada e eu não havia feito nada. Mas ele não veio falar comigo depois disso então não fui atrás também. - Ela falou baixinho. Havia um tom de tristeza em sua voz.

 - Crise?

 - Ciúmes do Luke. Ridículo. Se fosse pra eu ter algo com o Luke já era pra ter acontecido. - Não sei se fico feliz ou mais bravo.

 - E você sabe o que eu acho? Seu namorado é um sem vergonha, ridículo, sem noção total... - Eu me virei por impulso com uma cara brava e ela estava olhando pra mim. - Ha! Sabia. - Ela falou e a Tori riu. Voltei a sentar e desta vez coloquei uma música. Cai no sono e quando dei por mim estávamos pousando. 

 Sai do jatinho pegando minhas coisas e entrando na van. Sentei na frente e fiquei calado esperando o resto. 

  - O Senhor Ryan mandou eu traze-los pra cá. - Acordei do meu transe e estamos na casa do Ryan. Meu pai também está aqui. Todos desceram e eu fui atrás,bem atrás, por último. Cheguei lá e o Ryan estava checando se todos os ossos dela estavam ali depois da Jen. 

  - Que bom que estão todos bem. Agora sentem-se eu vou mandar servir um café da manhã pra vocês. - Me sentei na poltrona bem longe, não fisicamente, mas minha mente estava vagando em algum lugar que não poderia explicar onde. 

  - Terra chamando Rafael. - Meu pai falou passando a mão na frente dos meus olhos. 

  - O que. - Respondi. 

  - O que? Chegou um SMS... - Ele falou, liguei o celular e não tinha nada. - é a educação mandando lembranças. - Ele disse e me levantou pelos braços me levando pro escritório. Me soltei e arrumei minha camisa.

  - Sim, senhor. - Falei sarcástico. 

  - Vocês brigaram de novo? 

  - Quem?

  - Você e a Tori.

  - Não.

  - Você não trocou uma palavra com ela desde que você chegou, sentou longe... Tem algo acontecendo.

  - Sério? Não sabia que era da sua conta.

  - Olha aqui, Rafael, eu sou seu pai mas também sou seu chefe, certo? Você me deve respeito. Agora saia. - Sai e fui pra sala novamente batendo a porta.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora