Dreaming out loud

Serve eu?

  Eu me sentei e passei as mãos no rosto.

  — Aquela música ele praticamente dedicou a você e tudo que tem a dizer é desculpe?

  — Ele não dedicou a mim. Ele cantou e a casa inteira ouviu.

  — Mas eu perguntei o por que da música e ele olhou pra você garota.

  — De que lado você está?

  — Estou do lado em que meus dois amigos ficam felizes.

  — Estou feliz.

  — Mesmo? — Ela falou e levantou.

No início da noite estavam todos combinando que pizza iriam pedir. Eu passei pela sala indo para a adega. Peguei uma garrafa de vinho e uma taça do armário que tem ali indo para o lado de fora. Me sentei no chão me servi uma taça, depois outra, e outra...
  Me dei conta que estava bêbada quando acordei às sete e meia com meu celular despertando. Minha cabeça estava estourando de dor. Assim que eu me sentei na cama com a mão na cabeça fiquei dois minutos assim então entraram no meu quarto. É a Bianca e o Justin.

  — Bom dia bela adormecida. — Justin falou e os dois se sentaram. Como eles sabiam que eu estava acordada já?

  — Vai à merda. — Falei e peguei o café. Bebi muito café. Eles estão quietos de mais olhando para mim. Mas eu estava me sentindo estranha com eles me olhando. Mas é como se não tivessem só eles por ali.

  — Tudo bem? — Bianca perguntou me olhando.

  — Não. — Eu me levantei e fui até as almofadas na poltrona ali ao lado. Mexi nelas e achei uma mini câmera. — Eu não acredito que esse... — Eu parei e vi as iniciais dele na camera. Desgraçado. Sai dali e entrei no quarto dele sem nem bater.

  — Você anda invadindo muito meu quarto ultimamente sabia? — Ele falou guardando o celular e se sentando na cama.

 — Você colocou isso no meu quarto! — Afirmei mas saiu como pergunta.

 — Foi. Mas não foi na intenção de te ver... Ahn.. — Ele gesticulou com as mãos olhando pro meu corpo.

 — Nua?

 — É. Não foi pra isso.

 — Acredito. — Ironizei — Então para que colocou isso lá? — Joguei sua câmera na sua cama.

 — Só pra te ver dormindo quando eu estivesse sem sono. Mas deu só para uma noite. — Ele falou e eu fiquei meio vermelha.

 — Não tem mais nenhuma câmera certo?

 — Sem câmeras. — Ele afirmou. Voltei pro meu quarto e preferia não ter que ver minha amiga se agarrando com o Justin na minha cama.

 — Ah não. Na minha cama? — Perguntei.

 — Ela é bem confortável. — Justin falou se balançando um pouco nela.

 — Vocês sabiam né? — Perguntei pegando a bandeja da cama.

 — Se eu disser que sim eu vou receber um tapa? — Perguntou ela.

 — Não estou nas condições de bater hoje. — Falei rindo.

 — Onde vai?

 — Dar cinco minutos para vocês sairem do meu quarto. — Falei e desci. Quando cheguei na sala o Max se levantou e pegou a bandeja da minha mão.

 — Bom dia. — Ele beijou minha testa. — Como vai a ressaca?

 — Horrível. — Respondi e ele riu. — Vocês sabiam da câmera ? — Perguntei e todos eles fizeram aquele silêncio de "Sabia mas se eu disser apanho então mantenho silêncio". — Max!

 — Ele me fez prometer não te contar.

 — Sou sua melhor amiga!

 — Ele também!

 — E se ele me visse nua?

 — Ele ia gostar. — Ele deu risada. Eu me virei e subi as escadas. — Andrew, cara! — Max o repreendeu.

 — Andrew, alguma vez você pensou, cogitou, na possibilidade de apanhar de uma garota? — Perguntei de costas.

 — Não.

 — Então para com isso de olhar pra mim desse jeito. — Falei e o Max riu.

 — Também acho. — Max falou. Terminei de subir e os dois ainda estão no meu quarto.

 — Dei cinco minutos. — Lembrei. — Bi, preciso da sua ajuda. — Falei — Sai Justin.

 — Minha ajuda? — Ela falou como se aquilo nunca fosse acontecer. — Pra quê?

 — Preciso de um novo pijama. — Ela riu — Sério. Esse chama atenção de mais. — Falei.

 — O.k. Vamos então. — Ela se levantou e saiu do quarto. Fui me arrumar e depois de uns cinco minutos eu sai dali também.

  Nós fomos ao shopping e compramos algumas coisas a mais do que só pijamas. Então resumindo, quando voltamos tinha compras de mais para subirmos sozinhas. Os meninos ajudaram ela e eu ali.

 — Nossa meninos, não precisam me ajudar não. Eu consigo sozinha. — Falei sozinha. Então o Rafael apareceu.

 — Serve eu? — Ele perguntou levantando as mangas da camiseta. Assenti e ele pegou quase todas as sacolas sozinho. Quando subimos até meu quarto ele colocou minhas coisas no chão. — Só para você saber... — Rafael se colocou em pé de novo e ficou do meu lado — Vou sentir falta daquele pijama. — Ele riu e saiu do meu quarto. Eu não contei à ele sobre os pijamas.

 — Eu ainda mato esse menino. — Falei indo até seu quarto. — Você não disse que não tinham mais câmeras?

  — E não tem.

  — Então é o que? Uma escuta? — Perguntei.

  — Odeio o fato de você ser muito inteligente. Mesmo. — Ele me acompanhou até meu quarto e tirou a escuta que estava grudada na minha cabeceira. — Agora não tem nada. Fique tranquila. — Ele disse antes que eu perguntasse.

  Depois de eu ter arrumado meu closet inteiro, após quatro meses, já eram cinco da tarde. Fiquei mexendo no celular um pouco. Pensando em ligar para a minha mãe, ou para as minhas amigas. Mas sempre vem uma vozinha na minha cabeça dizendo que isso pode ser um pouco perigoso. Talvez muito perigoso. Pra elas. Se elas estivessem próximas de mim eu as protegeria acima de qualquer circunstância. Até por que agora não tem mais tanto perigo quanto quando nós começamos aqui. E mesmo minha mãe não sendo tão presente quanto eu queria ela é minha mãe e queria que ela vivesse perto de mim. E nesse momento, apesar de minhas amigas sempre acabarem recebendo conselhos meus do que ao contrário, queria elas aqui para tentar me ajudar de alguma maneira com isso que eu estou passando.

 Eu pensei muita coisa então quando notei já era a hora do jantar. Descemos todos juntos e nos sentamos à mesa.

 — Acho que agora os pijamas melhoraram certo? — Max perguntou.

 — Muito.

 — Infelizmente. — Rafael falou. — Eu gostava muito daquele.

 — E nosso novo amigo, companheiro de casa Andrew também ama.— Max falou e a gente ficou quieto. Por um longo tempo. Então fomos para sala como de costume. Agora tudo parece menor por termos mais dois elementos por aqui. — Ah não. Vamos lá pra fora. Ar. Puro. — Disse Max pausadamente.