Dreaming out loud

Dezessete Horas

  Fiquei ali mexendo no meu celular até ele sair do banheiro de toalha de novo. Eu fiquei em pé e me virei.

  — Pode se trocar. — Falei e ele riu. Fechei os olhos para não ter a tentação de olhar. 

  — Pode olhar. — Ele falou e eu me virei de olhos fechados. — Abre os olhos, como vai trocar meu curativo Baker?

  — Ah é desculpa. — Ele estava meio deitado e eu andei ate ele e me sentei ao seu lado. Coloquei a mão no curativo e ele gemeu. 

  — Brincadeira. — Ele disse rindo.

  — Eu vou fazer doer se não parar. — Falei e tentei arrancar. — Jesus Cristo. — Falei e ele riu. — Para. — Mandei. Consegui arrancar e ver a cicatriz. — Estamos quites. — Falei limpando o lugar e colocando outro curativo. 

  — O que o "se controla" quis dizer? — Ele perguntou me olhando. 

  — Não te interessa. — Falei levantando. Ele me segurou e me abraçou pelas costas colocando o rosto no meu pescoço.

  — Onde você vai?

  — Pro meu quarto. Fica quietinho, nada de bourbon por um tempo, nem abusar ouviu? Lê um livro. — Falei virando pra ele.  

  — Eu quis por tanto tempo estar com alguém como você, alguém pra fazer o que você faz comigo e agora que tenho você ... — Ele parou de falar.

  — Alguém pra fazer o que você faz... Então você procurou alguém..

  — Esquece. — Ele disse me soltando e eu fiquei desconfiada. Quando ia perguntar algo o Jus veio ate mim com o telefone na mão.

  — Tori, pra você. — Peguei e atendi.

  — Pois não.

  — Agente Tori, é um prazer falar com a senhorita novamente. É o Stefan.

  — Senhor Wilson, a que devo a sua ligação?

  — Queria convidar a senhorita para vir jantar em minha casa. O jantar vai ser em sua homenagem. 

  — Senhor Wilson...

  — Não aceito não como resposta. Poderia trazer dois de seus amigos. Soube que voltou para seu país, então te coloco a disposição duas passagens. — Ele falou e eu olhei pro Rafa. 

  — O.k. 

  — O voo da senhorita sai de seu país amanhã às oito da noite. Espero vocês aqui. Ate mais senhorita. — Ele desligou e eu respirei fundo. Quero levar a Bi, ela é minha melhor amiga mas sei que sem o Justin ela não vai. Então o Rafa fica. E ele esta pré operado. Não pode se esforçar.

  — Quem era? 

  — O que ele queria? — O Jus ainda esta ali.

  — Era o refém. Stefan Wilson, ele convidou dois amigos e a mim para um jantar em minha homenagem. — Falei.

  — Por que só dois?

  — Ele disse só dois e não vou levar seis pessoas pra casa do cara. — Falei.

  — E quem você vai levar. — Rafa perguntou e eu me virei pro Jus.

  — Fala pra Bi, ela vai comigo — Falei e ele assentiu.

  — Vai levar o Jus certo?— Ele falou se sentado de novo.

  — A Bi esta grudada ao Jus. E você está assim..  Olha, eu vou, como com ele e volto. Em uns três dias mais ou menos. — Falei e ele concordou. — Não beba, não se esforce... — Antes de eu terminar ele me deu um beijo.

  — Sei me cuidar. Já tenho dezoito. — Ele disse e eu sorri.— Vai arrumar sua mala. E nada de roupas curtinhas por favor. — Dei risada e sai do quarto dele passando no quarto da Bi. Ela estava falando com o Jus.

  — O Jus me disse, mas eu não vou sem ele. — Ela disse enquanto ele olha pra ela que nem um besta.

  — O que eu não faço por vocês. Ele vai. — Falei e fui pro meu quarto.

  Desfiz minha mala tirando as roupas curtas e as roupas do Rafa. Então coloquei roupas de frio e estilosas. Entrei na banheira de novo e relaxei. Fiquei cerca de uma hora ali até a Bi entrar no meu quarto e me ver ali.

  — Obrigada por deixar o Jus ir com a gente.

  — O Rafa não pode ir mesmo, e vocês são boas companhias — Disse irônica.

  — Besta. 

Passou um dia e logo já eram oito horas. Às sete horas eu, Bi e Jus fomos nos arrumar. Eu passei no quarto do Rafa e ele esta lendo um livro que eu mesmo emprestei pra ele. 

  — Você está linda. — Ele disse de olho no livro.

  — Gostou do livro né.

  — É. — Cheguei perto dele e beijei a testa dele.

  — Até daqui três dias — Falei saindo do quarto dele.

  — Tori espera. — Ele falou e levantou. Entrei de novo no quarto e ele me agarrou. Depois eu pensei: "meu deus, uau" mas olhei pra ele e sorri. — Até daqui três dias meu anjo. — Ele falou pegando meu rosto e beijando minha bochecha demoradamente. 

  — Até daqui três dias...anjo — Falei sorrindo e dando mais um selinho nele. Desci e eles estavam me esperando.

  — Eu vou levar vocês. — Max disse e entramos no meu carro. Fechei a capota porque esta meio frio. Chegamos no aeroporto e eu me despedi dele. — Se cuida lá, se cuida mesmo. Vai saber. Mas se diverte isso é fruto só do seu trabalho você merece. Estou orgulhoso de você. 

  — Obrigada Max, e por favor, cuida daquele cabeça oca. Não deixa ele beber, nem se esforçar. Fica de olho pra ver se ele vai fazer o curativo direito, se ele não vai comer coisa errada o.k.? Estou contando com você. Qualquer coisa me liga. — Falei.

  — Pode deixar babá. — Eu dei risada e o abracei de novo antes de entrar no portão de embarque. Pela primeira vez era um avião com pessoas normais. Me sentei ao lado de uma garota que provavelmente esta com os pais ali ao lado. Peguei um livro e comecei a ler. Lá vamos nos, mais dezessete horas dentro de um avião. 

  Depois de ter dormido, acordado, escutado música, lido mais um pouco do livro chegamos ao aeroporto. No portão de desembarque tinha um rapaz segurando uma placa com meu nome. Cheguei perto dele e  lhe me olhou dos pés a cabeça.