Teimosos

14 0 0
                                    

Os meus pais saíram para assinar alguma coisa lá fora e o casal prodígio também saiu.

  - Finalmente a sós.

E então aquele beijo magnífico que só ele sabe dar.

  - Como está se sentindo? - Perguntou ainda com as mãos no meu rosto.

  - Muito melhor. - E ele riu.

  - Estou falando sério. - Olhei em seus olhos e eu sentia sua preocupação.

  - Eu me sinto melhor. Acredite em mim. - O beijei novamente e o Ryan entrou no quarto tossindo propositadamente.

  - Vamos? Trem Backer está saindo. - Nos levantamos de mãos dadas e andamos até o estacionamento. O Ryan correu no estilo que eu gosto e que minha mãe odeia. No sinal vermelho ele pegou a mão de minha mãe e a beijou. Então aquela troca de olhares e a felicidade estampada em seus rostos.

  - Que nojo. - Falei baixinho. Eles apenas riram e o sinal abriu. Em pouco tempo estávamos em casa. Assim que entramos tinha uma enfermeira ao lado de uma cozinheira nos esperando na sala.

  - Crianças, - Crianças? - essas são Nadia e Katerina, elas vão cuidar de vocês. - Crianças?

  - Crianças? - Perguntamos.

  - Vocês entenderam.

  - Então. Onde é o nosso quarto?

  - O seu quarto é o mesmo de sempre. O Rafael vai ficar no quarto de hóspedes.

  - Está de brincadeira? - Perguntei.

  - Não. Melhor irem cada um pro seu quarto e descasarem. Daqui a pouco a Nadia vai levar um almoço pra vocês. - Ryan falou se sentando no sofá. Eu subi pro meu quarto e realmente descansei. Um hospital é cansativo.

Depois de uma semana eu já via diferença na minha feição. Eu parecia mais forte, mais corada e sem dor, definitivamente. Ainda estou na casa do Ryan por precaução. O Rafael está radiante como sempre e mais ainda por me ver bem desse jeito. Por causa dele.

E então, depois de um tempo naquele dia entediante, veio a chamada para uma missão. Fiquei animada, queria voltar logo para a ativa.

  - Você está louca? - Ryan disse quando estava saindo de casa logo atrás dele.

  - Desculpe? - Fiquei sem ação.

  - Vocês não vão. Acabaram de passar por uma cirurgia completamente complicada.

  - Mas eles vão ficar desfalcados. - Rafael disse nervoso.

  - Não vão. Temos substitutos. - Abriu um sorriso cínico em sua cara. Substitutos? Sério?

  - Quem? Aposto que não são melhores que nós.

  - Eu não diria isso. - Ele me olhou e então percebi como seus olhos são claros e que ele estava falando dele mesmo.

  - Deixe-me adivinhar. Você e Carlos? - Perguntei mesmo já sabendo.

  - Sim. Nadia, Katerina, não deixem eles saírem. Use força bruta se necessário. - Ele falou sério mas com um toque de piada em seu tom. Então a porta fechou e a chave foi passada. Minha mãe foi na casa dos pais da Bianca para se entreter um pouco. E nós estamos aqui, presos.

- Eu não aceito. Ficar aqui trancado. Eu me sinto bem. Muito bem, por sinal. - Rafael está inquieto.

  - Ele tem razão Rafa. Estamos nos recuperando.

  - O.k. sobre a missão. Eles dão conta sem dúvidas mas sobre ficar aqui trancado. Não faz meu gênero. Eu quero minha casa, minhas coisas, minha liberdade. - Ele falou e as meninas apareceram. Então Rafael levantou e foi até a cozinha. As meninas estavam me perguntado como eu me sentia, se precisava de algo então ele voltou. Com algo nas mãos, uma seringa de anestésicos. Havia outra no bolso de Katerina. Entendi o plano. Ele aplicou a que ele tinha na Nadia e quando Katerina resolveu agir eu fui mais rápida e apliquei nela. Havia uma chave em sua calça. Abrimos a porta, trancamos e deixamos a chave embaixo do tapete. A Ferrari de meu pai esta ali.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora