Isso não é uma missão

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  — Mas isso não é uma missão. — Falei tirando ele de cima de mim a força. Pra mim aquilo não era uma missão. É como se ele fosse obrigado a fazer aquilo quando diz isso. Me levantei da cama um pouco triste. Desci as escadas rapidamente até chegar na cozinha. Ele veio atrás de mim depois de um tempo.

  — Tori, desculpa, não quis te deixar magoada meu anjo. — Ele falou parando na porta da cozinha sem camisa e com cabelo bagunçado. Eu não disse nada então ele se aproximou. — Desculpa amor.

  — Eu odeio o efeito que você tem sobre mim Rafa. — Falei e ele sorriu ao me beijar. Ficamos assim por um tempo então a campainha soou pela casa. — Quem será que é esse horário? — Me perguntei então me direcionei até a porta. São meus pais. Eu fiquei vermelha e fechei a porta rápido. O por que? Bom estou tecnicamente seminua na casa do meu namorado sozinha com o próprio.

 — Sinto em lhe informar filha mas a gente já te viu com esses trajes. — Ai Ryan, fique quieto por favor.

 — Ahn, eu já abro. Espera um pouco. — Falei nervosa.

 — Quem é amor? — Rafa perguntou e bebeu um pouco da água que estava em suas mãos.

 — Meus pais. — Ele se engasgou. Então a gente subiu correndo. Eu coloquei a primeira roupa que eu vi na frente enquanto o Rafa entrou num banho rápido. Eu desci antes e abri a porta. Os dois estavam se beijando. Eu quase a fechei novamente mas não o fiz pois eles pararam ao me ver.

 — Bom dia filha. — Minha mãe falou com um toque irônico. — O que aconteceu entre vocês dois?

 — Nada mãe. Quer dizer... — Eu não sabia como dizer aquilo com meu pai me encarando com aquela cara séria dele.

 — Vocês dois...? Ai meu Deus. — Ele falou se dividindo entre a surpresa e o nervosismo.

 — Ryan, é natural. Não tem o porque de tanto espanto. — Ela falou calma e o Rafa desceu cheiroso colocando a camiseta.

 — Mas isso era pra ser depois do casamento.

 — Ah claro, até porque vocês dois são casados. — Falei e ele me encarou. — Relaxa Ryan.

 — Na hora certa eles vão casar amor. Mas eles acabaram de começar a namorar. —  Minha mãe disse.

  — Bom dia. — Rafa falou então, depois de um tempinho.

  — Vim pegar vocês pra irmos tomar café fora. — Ryan continua sério. Entramos no carro atrás e ficamos quietos

 — Ahn, acho que deviamos ir embora de novo. Agora que a minha memória voltou quero voltar pra perto dos meus amigos e do meu trabalho.

 — Agora que eu e sua mãe nos reencontramos?

 — Leva ela com a gente. Que mal tem vocês dois ficarem juntos? Você com a minha mãe, o Chris com a tia Debora. — Ele ficou quieto um tempo.

  — Se elas quiserem. Quem sou eu para proibi-las. — Ele falou e minha mãe ficou contente. Então os dois se beijaram e eu revirei meus olhos. — Avise a Débora. Ela também vai amar a notícia. — Então paramos em uma cafeteria. Nos sentamos e parecíamos, visto de longe, uma "familia feliz" intitulada como tal pela sociedade.

  Ao terminarmos de tomar café a Bianca me ligou.

  — O Ryan vai levar nossas mães pra Atlanta?

  — Sim. Irá.

  — E quem teve a brilhante ideia?

  — Eu.

  — Você está bem?

  — Estou.

  — Esta estranha.

  — Eu só não estava acostumada com a ideia de ter uma vida normal e eu senti isso por cinco minutos aqui. — Falei quando estava distante de todos ao ir para o carro. — Mas então tudo veio a minha cabeça me lembrando que a vida que tenho em Atlanta esta longe de ser uma vida normal. — Falei e a gente se estabilizou em um silencio demasiado.

  — A gente vai fazer as malas e iremos para sua casa o.k.?

  — O.k. — Falei e desliguei. Estavam nos três a minha frente rindo de algo que o Ryan contou. Então ele olhou para trás e os dois continuaram a andar conversando até o carro. Ele me chamou e eu andei normalmente até ele.

  — Tudo bem?

  — Sim.

  — Isso não pareceu uma afirmação.

  — Eu estou bem.

  — Quando chegarmos a gente conversa pode ser? — Ele tocou meu rosto com os olhos semi fechados por conta do Sol e sorriu. Eu afirmei e fomos pro carro juntos. Entrei atrás com o Rafa e fomos em direção a casa. A minha mãe foi arrumar as malas e pediu a ajuda do Rafael para poder pegar algumas coisas. Mas sei que ela quer deixar eu e Ryan a sós. — O que foi? — Ele perguntou sentando ao meu lado no sofá. Contei a ele a mesma coisa que disse a Bianca há alguns minutos.

  — Eu só imaginei uma vida diferente da que eu tenho agora quando eu era adolescente. — Falei olhando pras minhas mãos.

  — Filha, as vezes o destino nos reserva coisas inesperadas pro nosso futuro. E pro nosso o destino nos reservou a missão de salvar a vida das pessoas, de investigar e proteger. Nós podemos não ter a vida mais normal de todas mas podemos ter orgulho da nossa profissão. O.k.? — Ele falou me abraçando.

  — Obrigada... Ryan. — Falei irônica e ele riu.

  — Quando vai me chamar de pai?

  — Não sei. Eu nunca tive um pai presente e não me acostumei com essa palavra. Pra mim você sempre foi só o meu progenitor. Mas então eu te conheci. — Fiquei em silêncio por um tempo. — Eu me apeguei a você senhor Backer. — Falei e ele sorriu.

  — Bom ouvir isso. Agora vai lá se despedir do seu quarto de alguns anos. — Ele falou e eu subi. Ele continua intacto como há alguns anos. Eu entrei e fiquei parada na porta relembrando as altas coisas que aconteceram ali. Então o Rafa me assustou.

  — Espero que esteja lembrando de mim olhando esse quarto. Se disser que a Barbie foi a primeira coisa que lembrou olhando esse quarto não sei do que serei capaz. — Ele disse então eu me virei pra ele e encarei aqueles belos olhos azuis.

  — Esquece ele. Eu esqueci.

  — Mesmo? — Ele deu um meio sorriso que à mim vem ser como um gesto provocativo por sua sensualidade natural.

  — Acho que vou levar algumas coisas daqui pra Atlanta. Lá tenho muito mais espaços para minhas lembranças.

Com sua ajuda empacotei todas minhas coisas. Então levamos para o carro quando as meninas chegaram com a tia Deb. Eu a abracei e entramos todas para tomarmos um café. Eu me sentei com as meninas e o Rafa na sala de estar enquanto os outros estão na cozinha.

  — Vai demorar para podermos ir para Atlanta?

  — Por que Bi?

  — Estou com saudades do Justin. Você está com seu namorado aqui, eu não.

  — Iremos em breve. Seja paciente. — Falei e tomei um pouco de meu café.

  Pouco depois de uma hora já estávamos dentro do jatinho para irmos para voltarmos pra Atlanta.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora