Rasga mesmo

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*Rafael*

  Eu me responsabilizei de ficar sóbrio pra poder ficar de olho em quem beber. Então estava de olho na Tori. Ela está bebendo estupidamente. Ela bebia cada vez mais. Desci até a pista e chamei a Sara de canto.

  — Leva a Tori pra fora. Acho que está na nossa hora. — Falei no ouvido dela. A Sara concordou e foi falar com a Bi. Elas chamaram a Tori ate lá fora. Eu chamei os meninos e saímos de lá.

  — Ei, não, eu quero beber mais. Me deixa. — Ela ia entrar mas eu a segurei pelo vestido. Ela voltou pra trás com o impulso. —  Rasga mesmo Rafael! — Ela gritou no meio da rua. O carro estava meio longe. Eu coloquei ela em cima do meu ombro — Me solta! — Quanto mais ela gritava mais a rua inteira olhava pra ela. — Eu te odeio! Me larga! — Chegamos no carro e eu a coloquei lá dentro. Mas do meu carro.

 — Está na hora de ir embora. — Eu falei fechando a porta.

 — Leva ela cara, a gente vai com a Bi. — Os meninos disseram e eu entrei no carro.

 — Valeu pela força meninos. — Falei irônico.

 — Você sabe cuidar dela como ninguém. — Bianca falou e se virou com os outros. Eu dirigi até em casa. Ela estava inquieta. Então se levantou e ficou com os braços erguidos enquanto gritava. Eu peguei a barra do vestido dela e puxei um pouco.

  — Me solta, deixa eu me divertir! — Ela falou. Eu puxei mais forte e rasgou. Ela me olhou pasma e eu com um pedaço de vestido. Ela se sentou e chegamos em casa. —  Você rasgou meu vestido! — Ela gritou e saiu do carro. Ela parou e colocou a mão na cabeça. Corri até ela e fiquei na sua frente.

  — Que foi? Tudo bem? — Perguntei.

  — Dor de cabeça. Muita tontura... — Ela piscou devagar e caiu em cima de mim.

  — Isso só acontece comigo. — Falei sozinho.

 A peguei no colo e fui pra dentro de casa.

  — Tori acorda por favor. — Pedi e quando estava na frente do quarto dela ela acordou. — Graças a deus. Tudo bem? — Perguntei pegando o rosto dela.

  — Tudo. Eu só fiquei muito tonta. — Ela ainda esta falando como bebada. Eu levei ela pro banheiro a força. Coloquei ela debaixo do chuveiro na água gelada. — Filho da mãe. — Ela falou de olhos fechados. Então tentou tirar o vestido mas não dá certo. — Essa coisa... ta me apertando.

  — Ahn. Não tem zíper? — Perguntei meio perdido.

  — Não. Tira isso de mim por favor. — Ela pediu desgrudando o vestido do corpo e soltando de novo fazendo ele espirrar agua. — Você já rasgou metade, rasga o resto. — Ela mandou. Eu virei ela e rasguei aquele vestido. Ela tirou e eu fiquei vermelho naquela hora. Ela ficou só de roupas intimas e eu não conseguia parar de olhar para aquilo na minha frente. — Melhoraria muito as coisas se você não ficasse me olhando desse jeito. — Ela parece estar mais sóbria. Eu coloquei uma mão na cintura e uma na cabeça.

  — Eu não consigo. — Eu falei e entrei debaixo do chuveiro com ela.

  — O que está fazendo aqui iss... — Ela não conseguiu completar a frase porque inocentemente eu a beijei. Ela brigou comigo no início mas depois ela se entregou a tentação chamado Rafael. Eu peguei ela no colo e a imprensei na parede.Ela colocou as pernas em volta da minha cintura e eu sentindo aquela água gelada bater nas minhas costas. Ela começou a abrir os botões da minha camiseta mas parou. — Não, nã-nã-nã-não, me solta. — Ela pediu. Eu a soltei e ela respirou fundo várias vezes.

  — Me desculpa... Tori me desculpa. Eu... — Dessa vez ela não deixou eu terminar.

  — Sai do meu quarto. — Ela pediu olhando pro chão.

 Eu assenti e sai de lá. Eu estava molhado e com a camiseta quase aberta. Abri a porta e dei de cara com a Bianca e a Sara.

  — Pensei que iam ficar mais tempo por lá.

  — Pensei que vocês dois estavam de mal ainda. — Sara falou.

  — E estamos. — Falei.

  — Seu pescoço está marcado de unhas e sua boca esta cheia de batom. Não negue que rolou alguma coisa e tinha água. — Bianca disse e eu não disse nada.

  — Não importa. Isso não fez a gente voltar a ser o que eramos. — Eu disse e elas se calaram. Fui pro meu quarto e fui me trocar de roupa. Fiquei deitado lá um tempo, mandei uma mensagem pro Max então depois de um tempo o mesmo gritou.

  — Gente! A pizza chegou! — Ótimo, estou precisando comer. Saímos do quarto todos juntos. Eu olhei de lado a Tori. Ela estava com a minha camiseta então parou fechou os olhos e se virou pra mim.

 — Não tem problema. Ela fica melhor em você. — Falei antes que ela desse alguma explicação.

 — Eu não acho...

 As palavras saltam da boca dela como rosas, pétalas delas, soltas. Meigas e sensíveis. Ela ficou sem graça e se virou. Desci atrás dela e as meninas atrás de mim.

  — Como adivinhou que eu estava com fome? — Ela perguntou.

  — Uma pessoa com uns olhos encantadores me disse que você estaria com fome então... — Eu dei um sorriso e peguei um pedaço de pizza. — Ele também disse que gostava dessa. — Ele abriu a de frango. Ela deu um sorriso enorme.

  — Faz muito tempo que não como isso. Acho que a últim...  — Ela pegou uma fatia e ficou olhando pra ela. — A última vez foi no Brasil. — Ela me olhou de canto e eu sabia qual dia ela estava falando. Era o dia que a gente se pegou na cozinha que ela esta se referindo. — Não foi um dia legal. — Ela gosta de me provocar.

  — Mesmo?

  — Já tive melhores. Aquele dia um carinha brigou com meu ex, eu estava gripada... — Ela falou e comeu um pedaço da pizza.

— Eu gostei daquele dia.

— Vocês estão falando do mesmo dia? — Bianca perguntou olhando pra gente.

  — Estamos. Lembra do meu primeiro beijo? Na escola? — Ela disse e eu engasguei.

— Para de mentir que seu primeiro beijo foi comigo na academia. — Estava todo mundo de olho na nossa conversa. Ela ficou vermelha.

  — Então, quando fiquei doente, Caio apostou no nosso beijo, foi nesse dia que eu comi pizza pela última vez.

  — Foi, eu te beijei aquele dia também. De novo.

  — É, já que não tinha escolha.

  — Como assim?

  — Já beijei bocas melhores. — Ah agora ela ultrapassou os limites.

  — Nossa menina pegadora, passa o rodo... Você só beijou o Caio e eu. — Eu disse e a Bianca riu.

  — Não precisamos falar disso agora não é mesmo? — Ela disse e eu arqueei as sobrancelhas.

— Como assim?
 
— Não se faz de indefeso. — Bianca cala boca.

 — Não pergunto como assim porque vi com meus próprios olhos. E porque nada impede. Nunca tivemos nada. — Tori disse bebendo refrigerante — Carlos vai matar nós dois se souber dessas pizzas e desse refrigerante.

  — Nada estraga esse corpo.— Falei.

  — Convencido.

  — Tava falando de você. — Ela ficou vermelha e todo mundo fez um "uuh".

  — Vão pro quarto. — Max disse e eu dei risada.

  — Nem pensar. — Ela falou e comeu mais um pedaço. Ficamos ali até uma da madrugada quando as meninas, menos a Sara, dormiram no sofá assistindo filme. Descobrimos que nossa amiga Sara fica completamente elétrica ao beber refrigerante de mais.

  — Quer que eu ajude? — Max perguntou em relação a Tori.

  — Não... Eu do conta. — Falei e peguei ela no colo.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora