Anjo caído

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  — Onde você vai doida? — Max perguntou quando me viu indo pra fora.

  — Eu vou atrás do cara que eu gosto. — Falei e ele riu.

  — Mas nem sabe onde ele está.

  — Onde ele está? — Perguntei voltando pra trás.

  — Ele foi em uma cafeteria aqui por perto acho. — Ele disse levantando. — Vai fazer frio, não acha melhor esperar ele voltar?

  — Não aguento mais. Preciso falar com ele.  — Falei e ele sorriu.

  — Pegue um táxi. — Ele mandou. — Esta levando celular? — Perguntou quando estava quase na rua.

  — Estou! Tchau! — Gritei e peguei um táxi. Pedi pra ele passar por algumas cafeterias aqui por perto. Começou uma garoa leve mas eu vou embora com ele. Eu vi o carro dele em frente há uma cafeteria pequena. Desci do táxi e o paguei. Fiquei na rua um tempo criando coragem. Então o vi se levantar e dar um meio sorriso sem mostrar os dentes. Mas eu notei uma garota indo até ele. Eu fiquei confusa então a chuva aumentou. Não dava para ver quase nada mas eu vi os dois se beijando. Não foi nada de mais mas ele de novo não fez nada para se separar dela. E de novo eu acabei ficando triste por causa dele. Eu tinha dado uns passos para trás querendo Me distanciar daquilo mas quase fui atropelada. Mas o carro parou e bozinou. Fui para o outro lado da calçada e comecei a andar por aquela rua. Estava tudo vazio por conta da chuva. A praça mais ainda. Então me sentei no banco e fiquei sentindo a chuva no meu rosto. Meu celular estava molhado em minhas mãos mas mesmo assim ele está tocando. É a Bianca. Nem faz tanto tempo assim que eu sai. Só uns quarenta minutos. Ignorei aquela ligação e não me incomodou mais. Fiquei ali sentada um bom tempo então a chuva passou. Com o fim da chuva a praça voltou a se movimentar. Não queria ficar ali então me levantei e fui andando pra sei lá onde. Então parei num carrinho de sorvete. Mesmo com aquele frio ainda tem uma menininha querendo um. Ela estava com o pai dela. Ele se agachou perto dela com a casquinha de chocolate. Eu estava perto o bastante pra ouvir a conversa.

  — Você divide com o papai? — Ele perguntou.

  — Ah não pai. — Ela pegou a casquinha e o pai dela riu. Então se levantou para comprar outro sorvete. Enquanto ele compra a menininha veio até mim. — Oi.

  — Olá. — Me agachei um pouco...

  — O que aconteceu? — Pensei que ela pergunta do meu ombro.

  — Eu sofri um acidente e machuquei meu ombro.

  — Não... Você está triste. — Fiquei em silêncio — Eu sou Katy.

  — Eu sou Tori. É um prazer te conhecer. — Falei e o pai dela chegou.

  — Katy! Não saia de perto de mim assim.

  — Desculpa pai. — Ela falou — Tchau Tori. Não fica triste. — Ela falou e eu me despedi também. Se uma criança nota que eu estou triste então estou bem mal. Continuei andando. Já estava voltando a chover quando meu celular tocou de novo. Já eram três e meia da tarde. Sai de casa às uma então já era pra eu ter voltado ou dado notícias. Mas não queria atender. Desliguei na cara dela. Fiquei andando e notei que cada vez mais estava mais longe de casa. Começou a ficar um pouco escuro mas ainda eram cinco da tarde. Ou eram cinco da tarde. E de novo meu celular tocou. Dessa vez é o Rafael. Eu tenho o direito de ficar brava com ele. Então joguei o celular no chão. Meu celular novo. Depois de cinco minutos pensei: que merda eu fiz? Então respirei fundo e pensei de novo: está na hora de ir embora. Tenho que ir para algum lugar. Então começei a procurar um táxi mas eu estava suja e molhada então pensaram que eu não tinha dinheiro. Realmente não tinha mais. Então fui fazendo o caminho de casa.

  Eu estava com fome, com frio e os meus pontos estavam doendo um pouco mas apesar de tudo eu estava chorando sem nem ao menos perceber. Mas quando estava bem próxima de casa eu comecei a ficar sem forças. As minhas pernas estavam bambeando. Então eu cai há uns quinze passos de casa. Eu fui me escorando nas grades das casas com o braço bom até chegar no portão de casa. Eu ia apertar o botão para poder pedir pra alguem abrir. Mas quando ia apertar eu cai e apaguei do nada.

*Rafael*

Quando cheguei em casa estava todo mundo contente de mais. Entrei correndo por causa da chuva e o Max veio pra cima de mim e procurou alguém. Quando não achou mudou de feição.

  — Cadê ela? — Ele perguntou e eu fiquei com o coração na mão. Pensei que ele estava falando da Candace mas estava feliz de mais.

  — Ela?

  — A Tori! — Então veio todo mundo atrás de mim da mesma maneira que o Max. E do mesmo jeito ficaram frustrados.

  — Ela não está comigo. Por que a pergunta? Vocês viram eu sair sozinho.

  — É, nós vimos. E ela foi atrás de você pouco depois. Ela ia falar pra você que gosta de você. — Eu ficaria feliz mas se ela não chegou a falar comigo alguma cosia aconteceu então também fiquei preocupado.

  — O que? Não! Eu não a vi. — Falei e pensei. E se ela viu a ceninha da Candace? Ai meu deus. — Max por que deixou ela ir?

  — Cara pensei que era isso que você queria. Que os dois voltassem. — Ele falou e eu respirei fundo. — Liga pra ela. A gente tem que encontrar essa cabeça oca. — Ele falou e eu tentei. Nada. Quando ia tentar de novo deu como se o telefone não estivesse disponível. Ela provavelmente desligou. Ficamos esperando um tempo.

  — Quanto tempo a gente vai ter que esperar? — Perguntei quando eram cinco horas e meia mais ou menos.

  — Se ela não voltar até as seis a gente vai atrás dela.

  — Não é melhor a gente avisar o Ryan? — Andrew cala boca.

  — Não! Se o Ryan souber que a gente deixou ela sair nesse estado sozinha ele vai querer porque e mesmo sem querer saber estaríamos aniquilados. Vamos tentar ver como serão as coisas até de noite. Se não encontrarmos ela então ligamos pro Ryan. — Max falou e eu impaciente. Esperei estourando mais meia hora então me levantei.

  — É culpa minha, ela foi atrás de mim e viu o que não devia. Vou atrás dela. — Todo mundo ficou confuso então sai de casa. Ainda não tinha parado de chover mas via tudo com clareza. Eu vi um corpo na frente do portão. Tenho que achar a Tori mas não posso deixar de ver quem esta ali. Abri o portão e era o mesmo vestido que a Tori estava usando. Ai meu deus é ela. — Ai meu deus Tori. — A chuva aumentou de novo e eu coloquei meu casaco em cima dela. Ela está desacordada mesmo, com os joelhos meio arranhados, vestido  sujo e cabelo desarrumado. Fria de mais. A peguei no colo com delicadeza e a levei pra dentro. Eu estava tremendo e nervoso mas estava com muita adrenalina dentro de mim. Eu cheguei na porta e com um dedo apertei a campainha. Enquanto eu estava ali esperando na chuva fiquei olhando pra ela. O rosto dela estava inchado e a boca dela branca. Então a Bianca abriu a porta e ficou mais nervosa que eu.

Dreaming out loudOnde histórias criam vida. Descubra agora