As minhas caminhadas noturnas já haviam se tornado rotina, mas levando em conta de que elas eram intercaladas com garotos diferentes, sempre poderiam existir surpresas a cada novo passo.
– Você não vai me contar o seu grande plano, Einstein?
Jonas segurou em minha mão.
– Tudo bem. Não entre em pânico, não discorde, não fuja. Você prometeu que aceitaria as minhas condições.
– Tentarei.
Respirei fundo, vomitando todas as palavras depois.
– Eu vou te esconder embaixo da minha cama.
Ele riu alto até demais, mas a rua era deserta mesmo.
– Boa ideia. Podemos aproveitar e chamar o Senhor Willy Wonka para preparar nosso café da manhã.
Eu parei de andar. Minha mão – presa à dele – continuou um pouco, o que fez com que eu estendesse o braço.
– Estou falando sério. – percebi que ele iria surtar. – Lembre-se: Sem descontrole, fugas repentinas ou discórdia.
– Você é louca. – ele falou com calma.
– Eu também sei disso. Mas vai dar certo, você precisa confiar em mim. Será só durante a noite. Quer dizer, eu estou de férias, não tenho nada para fazer, posso passar o dia todo ao seu lado. E quando o sol se esconder, você entra debaixo da minha cama e fica lá até a manhã chegar.
Ele pensou um pouco, ainda achando tudo muito complicado.
– Acho que você esqueceu da parte em que me descobrem, te expulsam de casa, e viramos dois desabrigados.
– Eu ainda vou ter você do mesmo jeito. – dei de ombros.
Jonas aproximou-se de mim, grudando o seu rosto ao meu. Testa a testa, face a face. Era agora. O nosso primeiro beijo. A sua mão gelada encostou-se à minha nuca, mexendo um pouco em meus cabelos, e quando eu estava pronta para beijá-lo, uma pequena flor apareceu, obstruindo nossos lábios. Pelo jeito os truques de mágica haviam voltado.
– Como você consegue me convencer tão facilmente? – ele perguntou sussurrando, com sua voz rouca que me deixou paralisada.
– Simples, você é facilmente manipulável. Acredita em tudo que eu falo. – brinquei.
– Ah é? Então não devo acreditar em nada que você falar? – perguntou.
– Você saberá quando eu estiver falando a verdade.
– E porque parece que você acabou de falar várias delas?
– Porque eram verdades mesmo.
As luzes do poste acima de nós piscaram.
♦
– Teremos que entrar pela janela. – anunciei.
Jonas olhou-me surpreso.
– Por quê?!
– Alguém pode estar acordado e nos ver entrando. Se usarmos a janela, entraremos direto em meu quarto. Há essa hora Cecília já está dormindo. – falei, olhando para o relógio em meu pulso. – Eu espero.
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O Menino debaixo da minha cama
Teen FictionSophia é uma garota de dezesseis anos comum, diferentemente de seus problemas. Sua irmã está grávida do namorado motoqueiro, o bebê que a sua mãe teve durante o segundo casamento a faz acordar todas as noites, e o irmão caçula... Bem, ele é o caçula...