As luzes amareladas me cegaram em um primeiro momento. Ainda com algumas lágrimas saindo dos olhos, eu tentava entender o que acontecia. Nós estávamos perdidos.
Greg parou o carro como o policial ordenou. Mia falou algum palavrão do lado de dentro do Mia Móvel, ordenando para que Gustavo colocasse o cinto de segurança rapidamente. Cecília (foi muito difícil tira-la daquele teatro, acredite) fitou-me com medo nos olhos. Eu e ela estávamos na caçamba da caminhonete, o que provavelmente seria mais um problema.
O guarda de trânsito aproximou-se com uma lanterna e uma expressão de cara malvado.
– Posso ver os documentos do carro? – ele pediu.
Mia abriu o porta-luvas, agarrando alguns papéis. Ela passou para Greg, que os mostrou para o policial. O homem analisou-os, e quanto a isso eu não tive dúvidas de que tudo estava certo.
– O senhor pode sair do carro?
O quatro dedos olhou para minha mãe. Ela balançou a cabeça, mandando-o sair. Greg deixou o Mia Móvel, fitando rudemente o guarda.
– O que as duas jovens estão fazendo ali atrás? – perguntou.
– A família toda não cabe dentro do carro. – disse o meu padrasto.
– Mas o senhor tem o conhecimento de que é proibido, certo?
Greg começou a rir do nada. O oficial não estava gostando.
– Eu vou ter que aplicar-lhe uma multa, meu senhor.
Mia suspirou dentro do carro, batendo sua cabeça contra o assento estofado.
– Está tudo bem, querida! – o quatro dedos gritou alterado.
O álcool estava entrando em cena.
O policial apontou a lanterna para os olhos do homem rapidamente.
– Ei, tire isso de mim!
O cara fardado acenou para um parceiro que se encontrava no carro de patrulha mais a frente. Este primeiro acabou de escrever a multa e foi até a porta do Mia Móvel entrega-la para a mulher de mesmo nome.
O segundo policial aproximou-se com um pequeno aparelho em mãos. Olhei para o céu estrelado, desejando que o pior não acontecesse.
– Senhor, por favor, faça o que eu mandar. – disse.
Ele ordenou que Greg assoprasse forte para realizar o teste de embriaguez. Ok, nós estávamos perdidos mesmo. Ao fim, o segundo oficial balançou a cabeça em afirmação para o outro.
– O senhor terá que nos acompanhar.
Quando ouvi as palavras, pulei da caçamba enquanto perguntei:
– Mas por quê?
Acho que o guarda assustou-se com meus movimentos rápidos, pois ele apontou a lanterna para mim. Não era a primeira vez que alguém fazia isso, você sabe.
– O seu pai está dirigindo embriagado, mocinha. Precisaremos ir até a delegacia.
Eu não sei o que me aconteceu. As lágrimas de antes transformaram-se em raiva enquanto eu pensava nas pessoas que já havia perdido. Primeiro o meu pai, que estava preso. Naquela noite Jonas, que havia visto o que não podia. E, muito provavelmente também, o jogador de basquete, que precisaria afastar-se um pouco para não causar mais problemas. Eu não perderia mais uma pessoa que amava naquela noite, nem pensar.
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O Menino debaixo da minha cama
Teen FictionSophia é uma garota de dezesseis anos comum, diferentemente de seus problemas. Sua irmã está grávida do namorado motoqueiro, o bebê que a sua mãe teve durante o segundo casamento a faz acordar todas as noites, e o irmão caçula... Bem, ele é o caçula...