Capítulo 52

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'Meredith afastou-se de Sebastian, por mais que houvesse uma certa irrefutabilidade de sua parte em continuarem próximos. A pobre moça do vilarejo custava acreditar nos pedidos de perdão do rapaz.

– Meredith, escute... – ele continuou.

– Não, Sebastian. Vós fizestes o que desejavas, então, por favor, peço-lhe para que não me procures mais.

– Estás enganada. Tudo que faço é para ver-te sorrir.

– Estava nos braços de outra.

O rapaz aproximou-se, retirando as mechas de cabelo sobre a face da mulher.

– Se acreditares em todas as palavras que voam por aí, nunca saberás quem realmente sou.

– E quem tu és? – a moça lançou-lhe seu olhar interrogativo.

– Aquele que agora deténs teu coração.

O abastado rapaz quebrou as correntes que separavam os dois e tocou o rosto de Meredith suavemente. Beijando seus lábios doces, os dois puderam escutar uma canção ao fundo.'

Fechei o livro. Não havia tempo para ler.

A minha entrada pela árvore havia sido feita com sucesso, mas ao deslizar até o chão de meu quarto, não pensei duas vezes ao olhar uma última vez para o local que havia abrigado Jonas. E fora lá onde eu havia encontrado o livro que fui obrigada a gastar alguns segundos o relendo. Eu havia ganhado 'Redenção' aos onze anos, como presente de minha avó. Ela já estava morta naquela época – há nove anos antes, para ser exata -, mas a cada aniversário, Mia presenteava-me com algo que minha avó tinha deixado para mim. Era uma espécie de tradição.

Ainda sobre o livro, aquele clima bucólico não me agradava, mas o li fielmente, para que não fizesse desfeita. No fim, apesar do mel que havia escorrido por dentre suas páginas, eu tinha gostado do mesmo. Essa parte, em comum, lembrava-me de meu momento com Jonas. No caso, eu era Sebastian e havia beijado um outro alguém. Meu namorado era a tal Meredith, traída e facilmente manipulável. Bastava você ter controle sobre suas palavras e um pouco de determinação. Você poderia conseguir o que quisesse a partir de seus objetivos. E o meu, era recuperar um simples anel.

Alguma porta bateu forte. Era uma do primeiro andar, pelo que pude reparar. O livro em minhas mãos caiu no chão, e eu desejei para que isso não anunciasse a minha presença. Comecei a procurar pelo anel como um rato corre atrás do queijo. Não estava ali, em lugar nenhum. Parei um pouco, tentando lembrar quando poderia tê-lo perdido. O pensamento redirecionou-me para a discussão com Mia. Passo a passo foi relembrado. As escadas.

Girei a maçaneta da porta de meu quarto lentamente, e, depois de averiguar que a general não passava pelo corredor, abri-a torcendo para que a mesma não rangesse. Fitei o corredor escuro, apenas observando um pouco de luz que vinha do primeiro andar. A voz de Mia apareceu, mas ela não estava falando sozinha.

– Cansei-me deles, os expulsei.

– E você pode fazer isso? – perguntou a segunda pessoa. – Você não está louca por causa daquela doença?

A voz desconhecida estava abafada, como se a boca estivesse coberta por uma mão.

– Sou a dona da casa. Farei o que quiser. – declarou a leoa. – Tomei meus remédios, mas agora preciso divertir-me um pouco. O efeito está me deixando zoooonza!

O Menino debaixo da minha camaOnde histórias criam vida. Descubra agora