Capítulo 21 ☘

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Fui erguida à força e jogada contra a parede de dentro de um quarto mal iluminado. Aquelas velas amarelas tremeluzentes só aumentou os arrepios de meu corpo. Minha cabeça doía após ser puxada pelos cabelos. Eu me arrastei, juntando as minhas pernas e as abraçando, olhando para o cara da minha frente. Ele não segurava nenhuma espécie de arma e me deu um alívio momentâneo. Seus punhos seriam suficientes para ferir qualquer pessoa que estivesse sob seu domínio. 

Meus olhos baixaram para o chão e só enxergava seus pés, calçados em tênis branco, aproximando-se de mim e me fazendo encolher de medo. Seu corpo inclinou para mim e ele começou a falar:

  — Vai funcionar do seguinte jeito! Eu quero Gaby, por isso, se você colaborar, poderei trocar você por ela — ele falou, aproximando-se de mim e me erguendo pelos ombros, encarando meus olhos através de sua máscara sem sentido, sem expressão, sem nada.

  — O resgate vai chegar e ninguém vai entregar Gaby para você —  falei, temendo o pior. 

Ele riu e apertou meus ombros para eu sentir a sua força e a dor se assemelhando a que eu sentia na minha cabeça. 

— Se não me entregarem, então você vai pagar caro, muito caro. Eu poderia usá-la como meu escudo para evitar que invadissem, e então eu aproveitaria para fazer a troca, mas sua vida vale menos do que da Gaby— ele me soltou e se afastou, virando-se de costas para mim.

Aquele seria o momento de atacar, mas a coragem não vinha e ele já estava novamente na minha frente, aproximando-se.

Ele esticou um de seus braços e me pediu o celular. 

— Me de a merda do celular —  ele ordenou. 

Hesitei em entregar o único objeto para me salvar. 

  — Entrega o celular!—  ele repetiu e me deu um tapa no rosto. Rapidamente, tirei o aparelho de minha jaqueta e estiquei o braço, tremendo. 

Ele digitou algumas palavras no celular e depois voltou a me encarar e entregou o celular, como se nada tivesse acontecido. 

— Pegue logo, sua otária!

Eu obedeci e guardei meu celular de volta à jaqueta, sentindo repúdio daquele cara. 

Ele avançou novamente e me pegou pelos cabelos e me conduziu grosseiramente para porta.

  — Vamos ver se você vale o dedão do pé divino de Gaby.

Ele destrancou a porta e fomos para o corredor obscuro. Só sentia a dor intensificar quanto mais ele repuxava meus cabelos. 

Fui empurrada até conseguir avistar Christian, acompanhado por Jonas, Nana, Eva e Clarisse. 

— Vou falar uma vez, seus babacas! Ou me entreguem a Gaby, ou eu mato esta garota! E se alguém invadir, como já disse na mensagem, eu acabo com esta menina que não vale nem metade de Gaby, mas tenho certeza de não vão querer deixar uma pobre coitada morrer, não é verdade?

Eu olhava para Christian e sua imagem me acalmava. Ele estava alterado, raivoso através de testa franzida e suas mãos cerradas, com uma perna à frente. 

  — Ninguém vai invadir, cara. Conversarmos com a Gaby e ela garantiu —  disse Christian, querendo avançar, mas hesitando. 

—  E cadê ela? —  perguntou o psicopata. —  Ela não está com vocês, por quê?!

Ele não estava gostando da demora de Gaby e nem eu. Meu estômago começava a doer de nervoso e senti minha alma esvair do meu corpo. 

Ele só estava puxando os meus cabelos —  o que já era suficiente para sentir doer e ser incapaz de fazer alguma coisa para se defender —, porém meus braços estavam livres e não deu para esperar; Gaby não apareceria.  

Encostada contra o peito do agressor, dei uma cotovelada em cheio com coragem e sem técnica alguma; pisei no pé dele antes de correr.

  —  Christian! —  gritei, voando sobre seus braços. Ele veio ao meu encontro e me abraçou, dando meia volta para ficar na minha frente e evitar de ser pega pelo piscopata. Christian avançou e socou o mascarado, tirando sua máscara. 

Era um jovem rapaz de cabelos castanhos lisos, com franjas e nariz alongado. Foram as únicas características físicas marcantes que pude visualizar sob a pouca luz do ambiente.  


"E aí pessoal, o que acharam do capítulo de hoje? Muito obrigada pela leitura! "


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