Capítulo 48☘

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Chegamos à casa de Eduarda, amiga de Nana. Ela nos recebeu, apreensiva. Sussurrava mais do que falava, seu semblante não escondia o medo de me ver novamente. Entrei em sua casa e me deparei com seu irmão, seu nome era Enzo e tinha dezoito anos. A garota nos conduziu ao seu quarto e passamos pela sala da casa e avistamos seus pais, assistindo televisão pela manhã. Parecia um casal amigável e a mulher acenou a mão, convidando-nos para tomar café. 

  — Não, muito obrigada. Peço de antemão desculpas por aparecer tão cedo, é que um trabalho está atrasado... —  Nana arrumou a desculpa enquanto Eduarda e eu balançávamos a cabeça em concordância.  

  — Que isso, meninas. Podem ficar à vontade —  a mulher sorriu e voltou a olhar para a televisão.

Quando sumimos de vista do casal, o irmão de Eduarda nos seguia, sua irmã tinha dado a sentença. 

Entramos em seu quarto e ela o trancou. 

— Então, eu já havia comentado para Eduarda e parece que o irmão tarado dela tirou fotos minhas de sutiã —  falou Nana, com raiva do garoto. 

—  Eu não sou tarado! —  protestou Enzo, juntando as sobrancelhas e sentando desleixadamente na cadeira giratória. 

— Por que tirou aquelas fotos?! —  Nana pegou o menino pela gola da camisa e ergueu sua mão cerrada para desferir-lhe um soco. Enzo foi mais rápido e tirou a menina de cima dele, tentando se esquivar.

— Eu não tirei sua foto! Eu juro! —  ele beijava os dedos cruzados, jurando. 

— Quem tirou as minhas fotos, moleque?! Eu vou para a polícia, isso é crime, crime! —  Nana gritava e dei um beliscão em seu braço para falar mais baixo. 

— Ai, caramba! —  ela olhou para mim, brava. — Tá louca?

— Fala mais baixo, Nana, senão os pais deles vão querer saber...

Enzo ajeitou a touca cinza em seus cabelos e ajeitou a gola da camisa de mangas compridas. 

— Olha, meu amigo estava aqui naquela noite e estávamos jogando video-game lá no meu quarto e na hora que eu estava tomando banho, o maluco aproveitou e foi para o quarto de vocês. Depois ele me falou que o quarto estava com a porta entreaberta e aproveitou para entrar e achou você muito...

—  Quero que ele morra! Como ousa permitir isso?!

— Briguei com o maluco, doida! Segura essa e me escuta...eu achei um absurdo, até porque tinha a minha irmã, mas ele falou que a Eduarda não estava no quarto. 

—  Eu estava fazendo pipoca e brigadeiro, eu até levei para você e seu amigo.

Enzo deu de ombros e enfiou as mãos nos bolsos da calça de moletom. 

  —  Então...eu mandei o moleque apagar as fotos e ele fez, só que aí, ele deve ter mentido. 

Nana olhou para mim e esperava mais atitude, mais interrogações, só ela estava o fazendo e precisava de minha ajuda. E observando tudo atentamente, aproximei-me de Enzo e perguntei. 

— Eu gostaria de ver uma foto do seu amigo. Eu queria saber mais sobre ele, porque se não disser, vou agora mesmo para a sala e falo tudo para seus pais e aí a polícia vai investigar, porque o pai de Nana é advogado e ele ainda não sabe das fotos, imagine se souber...

—  Seu pai é advogado? Ele não era professor? —  questionou Eduarda. — Você me disse que seus pais se conheceram no colégio e...

— Eu sei, mas ele decidiu fazer direito e já terminou, apesar na inexperiência, ele tem amigos influentes — Nana soube continuar o jogo, sem me deixar na mão.

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