Christian empurrou Eva, que acabou tropeçando para trás e caindo na piscina. Clarisse se desesperou e Eva começou a me xingar e socar a superfície da água.
Minha reação foi apenas ignorar e me virar, pronta para voltar ao quarto do hotel. Meus passos foram pesados até chegar em frente ao elevador; os gritos de Christian atrás de mim soavam e meu corpo tremeu, só de imaginar a vergonha e a raiva que eu sentia.
— Para! Lisandra! — ele exclamou, sua voz ficava mais grave, como se ele tivesse o direito de gritar comigo.
Eu apertava o maldito botão do elevador e nada de me livrar daquela voz, numa mistura de raiva e arrependimento.
— Chega! Agora você me escuta! — ele se colocou na minha frente, impedindo-me de entrar no elevador das portas abertas.
— Não me provoque, Christian, eu sou capaz de derrubá-lo mesmo com esse braço quebrado — ameacei.
Ele não deixava o elevador se fechar mas também não permitia minha entrada.
— Ok. Fique aí, eu vou para outro lugar — eu estava tão confusa que meus pensamentos se embaralhavam e me sentia perdida naquele lugar.
Ele não desistiu e seguiu meus passos até eu tomar a decisão de ir pelas escadas. As luzes se acendiam com a nossa chegada e eu subia cada degrau, escutando a respiração e o silêncio dele.
— Isso é uma idiotice — digo, sem me virar para trás e ter de encarar seus olhos.
— Você é uma idiota, aliás, nós dois somos idiotas. Quando estou disponível para você, sou escorraçado e você arruma várias desculpas. Quando eu estou tentando me dar bem com alguém, você aparece como um furacão e destrói tudo.
— Não queria ter estragado seu beijo com Eva. Mas não sei se Miranda aprova essa ideia.
— Eva me pegou de surpresa, não tenho e nem quero nada com ela. Nosso lance foi passageiro e você sabe disso.
Tive vontade de chorar, gritar e bater em Christian. Queria jogá-lo pelas escadas, aproveitar um pouco de sua vulnerabilidade.
— Sente vontade de me jogar pelas escadas, não é? — ele diz e eu acabo mordendo a língua.
— Ai! Virou vidente agora?!
Decido enfrentar minha raiva e medo. Paro de subir os degraus e me viro para ele, observando aqueles olhos escuros e brilhantes; cabelos curtos e pretos, penteados. Seu rosto, seu cheiro e a vontade de tocar sua pele só me enfraquece.
— Se eu quisesse Eva, estaria lá com ela. E antes que diga alguma coisa, a piscina não é funda, então não me preocupo. E em relação à Miranda, não vou mentir, ela é muito especial para mim.
Estico meu braço e toco seu ombro, apertando-o docemente. Ele sorri e minha vontade é de beijá-lo.
— Por que está atrás de mim? — pergunto.
— Porque eu estou cansado disso tudo. Estou cansado de mentir para mim mesmo. Eu sou louco por você.
— É mentira! Não quero sofrer por você, Christian! — interrompo-o, gritando e fazendo minha reverberar naquele ambiente. — Eu preferia estar sofrendo pelo Isaac, acreditando que um dia nós casaríamos e eu ouviria a sua doce voz durante os nossos anos de casados. Eu preferia viver como uma adolescente que sonha o impossível. Que se apaixona por um cantor, sabendo que sequer vai vê-lo na sua frente. Mas você apareceu e me fez amar como ninguém.
Ele subiu o degrau onde eu estava e sem me tocar, encostou seus lábios nos meus. A mão que não estava na tipoia apertou minha cintura e me puxou até encostar em seu peito. Estremeci e alisei seu rosto.
— Não quero mais brigar com você, Lis, por favor...só me deixe amar você. Não podemos ficar assim. Seja a mulher da minha vida.
— Você me trata como se eu fosse uma garota boba, Chris. Não podemos mais ficar juntos.
— Nunca ficamos juntos — ele retrucou. — Andei lendo as mensagens de suas fotos e não sabe o quanto me dói ver a maldade daquelas pessoas.
— Não ligo para elas. Não me conhecem para julgar. As mulheres morrem por você e muitas me odeiam por causa de Isaac.
— Lis, fica do meu lado, pelo amor de Deus.
— Eu não quero mais ser como antes. Me larga, por favor... — eu dizia enfaticamente.
Seus dedos saíram da minha cintura e percorreram minhas costas até tocar minha nuca e levantar meu cabelo. Beijou minha testa, beijou meu nariz e beijou minha boca. As lágrimas escorreram de meus olhos e sentei no degrau, conduzindo-o. Ficamos inclinados entre os degraus.
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Genç KurguLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...