Capítulo 79☘

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O arrependimento nos contorce até ficarmos exprimidos, sem condição alguma de nos defender. Mas por outro lado, construímos nossa flexibilidade para lidarmos melhor com nossas novas atitudes.

Se é errado vir até a casa de Christian sem avisar, não tenho a menor dúvida, entretanto, acho que sua mãe vai gostar da ideia de me ver. Não fui muito  agradável na ultima vez que estive lá, então vai ser interessante me desculpar e visitar o Bernardo.

Apertei a campainha e aguardei alguém abrir o portão de ferro.

A demora me fez estranhar e pensei que não tivesse ninguém em casa. Apertei a campainha novamente.Minha nuca começou a coçar e um bocejo atrás de outro bocejo surgia e me fazia ficar estressada. Todos estavam fora de casa e eu insistia em permanecer ali, querendo muito reencontrar Christian.

Desisti de ficar e achei melhor voltar em outro momento. Virei de costas e caminhei para atravessar a rua quando escuto o rangido de um portão sendo puxado.

Giro minha cabeça até ver o portão entreaberto; Nana estava em casa, seus olhos me pareciam me pedir socorro e seus lábios tremiam com a minha aproximação. Ela terminou de abrir a portão e vejo Matheo atrás dela, apontando-lhe um revolver. Engulo em seco e a vontade de me desesperar dar o lugar ao medo de fazer algum movimento brusco.

— Entre Lisandra — diz Nana, implorando-me pela sua vida.

Em um segundo, meus pés começaram a pesar mais de dez quilos e eu começo a arrastá-los, em vez de caminhar .

A minha respiração começa a pesar e um frio passa pela minha espinha dorsal e tento imaginar em coisas ruins.

Nana se afasta e eu entro, perdendo completamente a voz, sentindo uma agonia, sufocando-me.

Nana recua e Matheo empurra a garota para o lado, onde Danubia estava sentada em uma cadeira, abraçando seu filho pequeno.Nana abraçou sua mãe e as duas começaram a chorar em forma de grunhidos e soluços.

— Pois é, não sei se você chegou na hora certa ou errada — disse Matheo, apontando a arma para mim.

— Onde está Christian?

— Não está em casa— ele informou.— A sua decisão será a minha decisão- sua voz se transformou num sussurro alto.- Eu pedi para ele não ousar a falar com você, mas ele costuma ser desobediente e não vou mais ser um cara de boas índole.

— O que eu devo fazer para você deixar essa familia em paz? Preciso esquecer completamente de Christian, como se fosse fácil? É assim que deseja? Controlar meus sentimentos, meus passos, você deseja ser o meu controle sobretudo?

— Eu gosto de você, Lisandra e estou foragido da policia por sua causa. 

—Você se sujou porque quis. Não vai me obrigar a gostar de você, só porque está com uma arma.

Matheo deu um passo a frente e baixou o revólver, abrindo um sorriso em seguida.

— Pegue a criança— ordenou calmamente.

— Quê? — não compreendi.

—Pegue a criança! — ele aumentou a voz e foi mais incisivo.

— Seu problema é comigo— recuso-me.

— Pegue o bebê agora! Merda! — ele esbravejou, erguendo a arma e apontando na direção de Danubia, Bernardo e Nana.

—Pare! Pare, Matheo! —  toco em seu braço e ele me olha, alterado.

— Se encostar em mim novamente, eu atiro! Pegue a criança agora e me siga, sem questionar— ele finalizou, enfatizando cada palavra. 

Fui até Danúbia, que estava com o Bernardo, dormindo em seus braços.

— Posso? — falei, hesitante e com os braços trêmulos. — Diga para Christian que vou cuidar dele, eu juro.

Os olhos vermelhos e marejados de Danubia me causavam uma dor quase explosiva.

— Eu juro — repeti, pegando Bernardo em meus braços cuidadosamente.

— Bem, vamos sair daqui, meu carro está próximo e nada de chamar a policia, senão eu mato esse garoto — ameaçou Matheo, olhando para Danubia e Nana.

A dor de ver uma mãe desesperada, entregando seu filho foi uma das cenas mais terríveis de se presenciar e chorei, calada, engolindo cada lágrima para não contrariar Matheo.


AHHHHHHHHHH QUANTA COISA ACONTECENDO!!! E o final está chegando!!! AGUENTA CORAÇÃO!!!

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