Da escuridão lá fora, Matheo surgiu mais vivo e apontando a arma para nós. Miriam estava no chão e seu ombro sangrava. Agachei-me ao seu lado, ajudando-a estancar o sangue.
— Ninguém vai embora! — ele esbravejou. — Poxa, Miriam, nunca pensei que você fosse me trair dessa forma. Mas você agora está pagando pela sua traição. Assim como Lisandra está fazendo comigo, com esse imbecil — ele encarava Christian e mirava nele.
— Por favor, Matheo. Pare com isso, eu pensei que você estivesse...
— Morto! — ele me interrompeu. — Para sua infelicidade estou mais vivo do que nunca.
— Eu não queria! Eu fiquei exasperada quando eu o vi jogado no chão! Jamais desejaria o mal que você está fazendo comigo, Matheo — levantei-me, encorajando meus passos e minha postura.
— Não, Lis, não...— Chritian dizia com medo e eu preferi não ouvi-lo, muito menos me virar para trás. Minha conversa agora era com Matheo e eu só pararia quando todos saíssem salvos. Nem que isso custasse a minha vida.
— O que você quer? Diga tudo para mim. Nós não voltaríamos para casa e seríamos amigos como antes?Prefere me forçar a gostar de você? Quer viver uma paixão doentia? Não percebe ao seu redor? Matheo você é melhor que suas atitudes, por favor...
Eu continuava andando em sua direção e ele vinha ao meu encontro, diminuindo nossa distância. Ele segurou meu rosto com suas mãos e dentre elas, estava a arma.
— Por favor, solte isso, você vai acabar atirando em mim — ele estava transtornado e minha preocupação estava em Miriam, que precisava de uma ambulância com urgência. — Miriam vai morrer, senão fizermos nada. Você a feriu, por favor... — implorei, chorando em desespero em suas mãos.
Foi a minha vez de tocar seu rosto com as minhas mãos.
— Se você se entregar às contrariedades ao seu redor, você vai entregar sua fraqueza à sua impulsividade e vai acabar matando alguém, por favor, diga que não quer machucar ninguém. Se quiser, eu fico aqui, somente eu. Deixe todos em paz. Deixe Miriam ser levada ao médico — falei, calmamente.
— Eu estou com medo. Eu gosto de você. Eu acho que eu te amo demais e acabei me envolvendo nisso tudo. Estou raiva e eu vou matar ele! — seus olhos foram sobre meus ombros e sem precisar pensar muito, o referido de suas recentes palavras era Christian. —Me dá um beijo, Lisandra, por favor — ele pediu, com seus olhos marejados de tantas confusões emocionais.
— Sim. Eu vou lhe beijar e nós vamos conversar, só se você me prometer que Christian vai sair daqui com vida. Porque eu não vou te perdoar, se ele for machucado.
— Me dê um beijo, Lisandra...
— Abaixe ou guarde essa merda de arma... — pedi, mordendo meus lábios.
Ele guardou a arma dentro do bolso de seu paletó e com as mãos livres, ele tocou meus ombros e me aproximou dele. Nossos lábios se tocaram e eu escutei um sussurro de Christian longe.
— Não, Lis...
Eu o beijei e o abracei. Tente fazê-lo esquecer da situação ruim. Ele estava entregue ao nosso beijo e o silêncio dos outros facilitava. Minhas mãos foram diretos para a altura de sua cintura e eu só precisava encontrar a arma quando ele foi mais rápido e me impediu.
— Não, Lis, não sou trouxa — ele disse, apertando minha mão e me empurrando para trás. — Você tentou me enganar e agora vai pagar.
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Fiksi RemajaLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...