E nossa viagem prosseguiu em absoluto silêncio. Nossas palavras eram sobre a música que tocava na rádio. Téo não falava nada e eu tinha vontade de quebrar aquela tensão e com a mente vazia, eu recordava de quando eu tinha abusado da bebida. Ele deve me achar uma bêbada descontrolada.
— Chegamos — avisei.
— Ok. É só me ligar e eu virei quando sair — ele disse e eu pensei na possibilidade dele me acompanhar.
— Tem algum problema para você sair do carro e me acompanhar para dentro do salão? Não vamos demorar e você se divertiria um pouco.
Ele comprimiu os lábios e pensou por um instante até aceitar.
— Bem, não gosto de entrar em festas como penetra — ele diz, saindo do carro.
— Não liga para isso. Não vamos demorar e estou precisando de um acompanhante, é um favor. Bem, hoje eu estou gastando a cota de favores seus.
Ele sorri e se aproxima de mim, oferecendo seu braço para mim. Sinto-me mais segura ao seu lado e entramos no salão. Entrego o convite e a moça chama Nana para nos recepcionar.
— Eu adoraria entrar na piscina de bolinhas — comento em voz alta, sem me importar como Téo reagirá.
— Se eu tivesse uns dez anos a menos, eu tentaria — ele diz em seguida.
Nana surgi alegremente e me dá um abraço caloroso.
— Nossa! Ainda bem! Minha heroína veio para a festa! — ela comemora com a minha chegada.
— Obrigada, Nana. Eu agradeço o convite. Este aqui é um amigo que veio me trazer.
— Se for algum problema, posso ir embora, não quero que me ache um penetra de festas — Téo se antecipa e estende a mão para Nana, que sorri.
— Jamais! Seja bem-vindo. Aliás, é um prazer recebê-los e entrem, por favor.
Téo segura minha mão e eu respiro aliviada. Não demora muito para avistar Christian sentado à mesa em companhia de Miranda. Nossos olhos se encontram e ele se mostra incomodado com a presença de Téo.
Escolho uma mesa vazia, a mais distante possível, e Téo abre um sorriso e tenta me frear, pois estou andando rápido demais entre as pessoas.
— Nossa, quanta euforia! — Téo percebe e eu me acalmo, sentando à mesa. Um garçom para em nossa mesa e nos oferece refrigerante. E penso em pegar só para jogar sobre o vestido de Miranda, que não perde a chance de querer se mostrar mais do que o normal. Ela estava aos beijos com Christian e aquilo me faz querer estapear seu rosto.
— Obrigado — Téo agradece ao pegar um copo e sussurra próximo de mim: — Está mordida de ciúmes, não é? Já fiquei com aquela garota ali. O que foi? Ela está com seu ex-namorado, por isso, você está os encarando?
Viro-me para ele, espantada. O mundo não pode ser tão pequeno assim a ponto dessa revelação ser verdadeira.
— Você a conhece de fato? Miranda?
— Sim, eu a conheci numa festa onde só tinha Influenciadores Digitais. Só ficamos uma noite e depois saímos algumas vezes, mas nada sério.
— Não vai me contar a história? Olha, Miranda é muito sedutora, só que nossas agendas eram divergentes e não deu tempo para nos conhecer melhor, entende? — continuava Téo.
— Eu gosto dele, mas sou uma burra — começo a falar sobre Christian e Téo se mostra interessado a me ouvir. — Ele queria conversar e eu tive medo, neguei o pedido de namoro dele. Ele sempre provou ser o cara mais fantástico, mas eu sou uma idiota e estrago tudo— finalizo, sem saber como explicar com mais clareza.
— Sei como é. Já passei por isso. A paixão nos domina e não é possível encontrar as palavras certas para se declarar ou até mesmo dizer o que se sente. Eu já me senti um idiota uma vez e foi embaraçoso — ele diz, tomando mais um gole de refrigerante.
— Foi com Miranda? — pergunto.
— Não. Foi com a minha melhor amiga — ele acrescenta.
— Alana? — pressuponho.
— Bingo — ele confirma.
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Ficção AdolescenteLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...