Capítulo 57☘

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Só faltava o toque do perfume adocicado e em poucos minutos estaria pronta. Claro que depois de uma lista extensa planejada por minha mãe, tive de responder todas suas dúvidas para autorizar o meu namoro. 

Isaac convenceu minha mãe a autorizar meu namoro com ele. Ela parecia preocupada e sem dizer muita coisa, despediu-se de nós com aquele olhar aflito.

Fomos em direção ao seu carro, estacionado do outro lado da rua. Ele usava uma jaqueta preta brilhosa  e seus cabelos estavam impecáveis.

O toque da sua mão sobre a minha causou-me uma imensa timidez e, aos poucos, com sua mão me trazendo mais para perto dele, consegui entender como era namorar.

— Vamos aproveitar cada momento juntos. Depois do show, haverá uma festinha para algumas pessoas e quero você bem ao meu lado, tudo bem?

Lembrei-me do quanto minha mãe ficaria preocupada se eu inventasse de ficar muito tempo fora. No aniversário de Gaby, cheguei cedo e não pretendo ultrapassar a meia-noite fora de casa.

— Vamos demorar muito? Não gostaria ter de ficar depois da meia-noite — comentei, com a cabeça baixa, olhando para o meu colo.

Isaac sorriu e beijou minha têmpora esquerda.

— Sem problemas, amor...

Chegamos à casa de show e fiquei acompanhando a preparação de Isaac, que fazia alguns exercícios de respiração e aquecimento de voz no camarim.

Foram duas horas de show e em algumas vezes, eu o filmava com meu celular e em outras, eu preferia admirá-lo e cantar suas músicas, orgulhosa por ver seu crescimento profissional.

Após o show, uma festa para pessoas. E lá, todos usariam mascarilhas. Um guarda me entregou uma pequena caixa retangular e a abri, vendo a pequena para  colocar em volta dos olhos. O meu era azul com algumas pedrinhas.

Quando entramos definitivamente, o local era bem mais escuro do que eu imaginava e algumas luzes com formatos de estrelas eram projetadas em nós. Só a área das bebidas era mais iluminada.  

Isaac e eu sentamos em um sofá aparentemente volumoso e vermelho. Minhas costas aliviaram ao serem encostadas em algo tão macio e a música tocava alto.

Inclinada em seu ombro me fez querer dormir lá mesmo e ele sorriu, abraçando-me.

— Vamos ficar por pouco tempo, eu prometo a você — ele disse e depositou um beijo em meus lábios. Pude ver alguns vislumbres de sua mascarilha.

A música "Almas Unidas" de Isaac começou a tocar e antes de eu me dar conta, ele se levantou e me puxou para dançar com ele.

Ele mesmo colocou meus braços em volta de seu pescoço e me olhou; as estrelas brancas iluminavam pouco, mas dava para entender que ele estava curtindo a noite.

Às vezes, a realidade nos surpreende e  se torna melhor que em muitos sonhos.  Estou dançando com Isaac ao som de sua própria música.

— Vou pegar uma bebida para nós, tudo bem? — ele disse, afastando-se no momento que sua música finaliza e uma batida forte se inicia.

As estrelas artificiais desapareceram e círculos surgiram segundos depois, projetando luzes brancas sobre nós.  

Na minha percepção, o ambiente era pequeno para o número de pessoas que enchiam a pista de dança. 

— Você está linda neste vestido, flor — alguém sussurrou no meu ouvido e sem saber a quem pertencia aquela voz, virei- me para o lado de onde ela tinha saído e só vi duas garotas pulando com o ritmo da batida da música.

O sussurro perto do meu pescoço foi tão real que tenho certeza de não ter inventado aquilo. Isaac apareceu depois, segurando dois copos.

— Vamos arrumar um canto para nós, aqui está cheio, hein! — ele exclamou, me chamando para sair da pista.

Eu estava tão assustada com aquela voz grave desconhecida que demorei a sair do lugar. Fui andando vagarosamente até porque as pessoas estavam muito próximas uma das outras e eu não encontrava espaços como antes.  

Encontrei Isaac num canto mais vazio e me aproximei ainda assustada.

— Está tudo bem? — perguntou Isaac, oferecendo um copo de bebida gelada com canudos enfeitados.  

— Se tiver álcool eu não poderei beber, amor.

— Pode ficar tranquila. Não tem álcool, pedi especialmente para você .

Agradeci e peguei o copo sem firmeza na mão direita. Isaac percebeu e não me entregou o copo.

— Você está bem? — ele perguntou e preferi não comentar sobre a voz misteriosa.

— Estou bem sim, aliás, vamos curtir, não é verdade? — ergui o copo e brindei, tilintando-o contra o dele e bebendo um gole.

Isaac se aproximou mais  e sussurrou:

— Se quiser ir embora, não tem problema.

Eu o abracei e arrisquei alguns passos de dança, querendo me esquecer daquela voz e das palavras semelhantes à  mensagem do capa voadora quando estive na festa de aniversário de Gaby. 

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