Capítulo 34 ☘

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Sebastian me esperou sair da escola para irmos ao parque próximo do colégio, e devo admitir que não foi fácil, estive o caminho inteiro com a barriga contorcendo de nervoso. Andávamos lado a lado e conversávamos sobre diversos assuntos, envolvendo faculdade, trabalho, futuro, e achei muito maduro pela parte dele.

A minha timidez me obrigava a iniciar conversas, pois o silêncio prolongado dele  piorava o meu nervosismo. Entramos no parque e alugamos bicicletas. Havia um local para guardar materiais e deixei minha mochila em um dos armários e entreguei a chave para a funcionária.

— Hoje está nublado e admito amar esse tipo de clima — ele confessou, subindo na bicicleta número 43.

— Eu também prefiro — incentivei-o mesmo sentindo um medo danado em pedalar em uma daquelas bicicletas. Meu cerebelo já estava com o meu equilíbrio armazenado, mas a minha falta de prática seria capaz de vacilar e me fazer cair e ralar joelhos e braços.

O parque não era muito frequentado numa quarta-feira, e demos longas voltas, e o vento contra meu rosto chegava a dar um certo frio. Paramos para descansarmos e sentamos no chão, lado a lado.

— Você sempre vem aqui? — perguntei, pois estávamos quietos admirando a caminhada de algumas pessoas.

— Sim. Eu gosto muito de vir aqui principalmente com meus amigos. Nos finais de semana marcamos sempre um jogo de futebol.

— Já trouxe sua namorada para cá? — perguntei sem ter a mínima ideia de como não consigo me censurar diante daquela pergunta idiota. Como eu sou idiota, mas já que perguntei, estou nem aí, se ele estiver livre, não vou pensar duas vezes para me aproximar dele.

— Não tenho namorada e você?

"E você?", bem, era isso que eu queria ouvir, ele é bonitinho e não vou completar dezessete anos sem ter beijado. Ele pode ser a minha saída, até mesmo para parar de fazer papel de trouxa.

— Eu também não tenho namorado.

Ele sorriu e olhou para mim, como se pedisse para eu me encostar nele. Passei uma de minhas mãos em seu ombro  e agradeci pelo convite.

— Obrigada por me chamar até aqui, estou adorando o passeio.

— Quer sorvete? Eu pago para você.

— Eu quero sim — respondi e me levantei com sua ajuda.

Encontramos um carrinho de sorvete e escolhi o sabor maracujá, e Sebastian escolheu o sabor limão e eu odeio esse sabor.

— Obrigada, Sebastian.

— De nada.

Devolvemos as bicicletas e decidimos sair do parque, mas eu parei na sua frente e me aproximei, encostando meu peito contra o dele. Ele era bem mais alto do que eu e não recuei, intimidando-o.

— Tudo bem? — Sebastian se surpreendeu com o meu avanço.

— Você me beijaria? — estou muito frustada com a minha falta de experiência e não vou aniversariar sem ter conhecido a sensação de beijar alguém. Chega de sonhar por Isaac, minha vida era real demais para se prende à videos de internet.

—Beijaria sim, você é uma garota linda.

— Beijaria uma garota que nunca beijou alguém?

— Se está falando de você, eu beijaria sim.

Sebastian colocou o picolé de limão entre os lábios e os encostou nos meus. Mesmo odiando limão,aquilo foi bem engraçado. 

Demos risadas e depois ele me pediu para ir com calma e sem medo.  Tirou o sorvete e me deu um beijo, depois pediu-me para entreabrir a boca. Depois disso, fechei os olhos e deixei meu picolé cair ao chão. 

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