A dor era latejante e olhei ao meu redor, enxergando novamente o mesmo quarto de antes. Minhas mãos estavam amarradas para trás e eu estava sobre a cama. Passei meus olhos ao redor, ouvindo o choro de um bebê e não encontrando Bernardo. Gritei, chamei por socorro e não adiantava pronunciar o nome de Matheo. Ele estava caído no chão. Ele tinha sido morto.
— Socorro!!! — o choro do bebê se tornava mais alto e aquilo me agoniava. Eu jurei proteger Bernardo e agora eu não conseguia nem mesmo me proteger. Na parte de trás da minha cabeça doía demais e eu só gritava por ajuda, olhando para aquela porta aos pedaços fechada.
O choro se multiplicava e aquele barulho me tornava mais inútil e fraca. As lágrimas escorreram de meus olhos, mostrando a incapacidade de me mover. Pensei em Christian, Danúbia e Nana. Os três não me perdoariam nunca, se algo tivesse acontecido com Bernardo.
— Socorro!!! Bernardo!!! Matheo!!! Não!!!
Minha garganta não aguentava mais a pressão de minha voz rasgada e desesperada. As imagens, pensamentos que só resultavam em dor.
Tomei um susto quando alguém chutou a porta e a arrancou das dobradiças.
Uma pessoa de máscara branca surgiu e sua voz me fez recordar de Vini e de sua violência. Ele gargalhava e achava melhor permanecer usando aquela máscara sem sentindo algum.
— Agora você vai ficar aqui, quieta! Até eu decidir o que faço com você...deixe-me ver...você me deu um tiro e vou me vingar de você, sua desgraçada!
— Onde está Bernardo? Onde está o bebê? Por favor!
Ele se aproximou verozmente e me deu um tapa no rosto. Virei para o lado e soltei um grito de dor.
— Não verá mais ele. Agora somos apenas nós. E por sua culpa, meu amigo está morto. Matheo era um idiota e agora está morto. —Ele apertou meu pescoço e falava cada palavra com um ódio.
— Eu não queria machucar ninguém...por favor...aquele tiro saiu sem querer!
— Cala a maldita boca! Eu vou acabar com você! — ele soltou minha garganta e me desferiu outro tapa. O gosto de sangue era nítido em meu lábio.
— Você é um covarde! Mostre sua cara, seu monstro! — gritei, sem medir as próprias consequências.Ele me deu outro tapa mais intenso e caí para o lado, sobre o colchão.
— Lis!!! Seu Desgraçado!!! — Christian surgiu inesperadamente e avançou em Vini, socando seu rosto e o derrubando ao meu lado. — Nunca mais coloque essas mãos sujas em minha namorada, seu maldito! — os olhos de Christian emitiam uma raiva misturada com fogo. Ele não parava, socava o rosto de Vini; o sangue logo apareceu. A boca de Vini sangrava e eu me sentia estar no ringue de uma luta livre.
Miriam surgiu e tentou conter Christian.
— Chega, Christian! Deixe-o aí, leve Lisandra daqui logo! — ela o apressava enquanto desamarrava a fina corda que me mantinha com os pulsos unidos.— Vamos logo, garota! — ela me ajudava a sair da cama.
Vini gritava e se defendia, acertando o rosto de Christian, mas não conseguia ficar no domínio da situação e estava atordoado. Puxei Christian pelos braços e o chamei para irmos embora.
Ele me deu um abraço forte e depois apertou minha mão. Saímos do quarto apressados. Nosso foco agora era sair daquele lugar que me trazia péssimas lembranças.
Descemos as escadas alvoroçados e encontramos Gaby com Bernardo nos braços.
— Ele está bem, Christian — ela disse, sorrindo.
— Vamos logo! — Miriam estava do nosso lado e aquilo era surpreendente. A porta do casarão estava aberta e ouvimos um estrondo, semelhante a um tiro. E ele tinha vindo de fora. Acertou Miriam, que caiu no chão.
Vixi e agora? O que aconteceu com nossa querida Miriam? Poxa, na primeira versão ela tinha se dado bem, mas eu pensei bem e acho que sou má!
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Teen FictionLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...