Capítulo 41 ☘

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Clarisse e Nana estavam desaparecidas fazia horas e com o anoitecer, a agonia de ficar sem notícias das duas me deixou com o peso da culpa. Ainda não completara um dia, portante não sei se a mãe de Clarisse havia entrado em contato com a polícia, que com certeza pediria para esperar mais tempo. Danúbia estivera cuidando de Bernardo sem ter ideia do motivo de sua filha demorar tanto.

— Meu filho, será que é bom a Nana dormir na casa dessa colega?

— É, mãe, deixa a menina, ela só fica presa aqui em casa e precisa se divertir um pouco — disse Christian, com os olhos aflitos.

Estava na casa de Christian há um tempo suficiente para Danúbia falar a qualquer momento:"E você menina? Não tem casa não?". Como eu não estava pensando em mais nada além do sumiço de Nana e Clarisse, se Danúbia me expulsasse agora, eu pediria para ficar.

— Quer que eu a leve para casa, está ficando tarde — ofereceu Christian, desanimado.

— Eu vou chamar o motorista pelo aplicativo ou pegar o ônibus, não precisa se preocupar comigo — respondi, querendo ser útil a ele.

— Não vou ficar em paz se você sair daqui.

Ele pegou minha mão e eu senti o calor de sua pele e seus olhos lindos compenetrados nos meus. Eu não queria incomodá-lo, mas ele precisava de mim e Danúbia subiu as escadas com Bernardo no colo; Christian e eu estávamos sentados no sofá da sua sala de estar, um olhando para o outro, aflitos.

— A polícia precisa saber disso ou eu vou ficar louco, se não fizer nada — supôs Christian, apertando minha mão.

— Eu queria ser útil, mas eu tenho medo de acontecer alguma coisa ruim com elas, caso façamos isso.

Christian levantou-se, afastando sua mão da minha e a percorrendo em seu pescoço, suspirando de nervoso. Ele andava de um lado par ao outro, sem alternativas, sem saídas.

— Eu vou entrar em contato com esse louco e quem sabe ele me diga algo — levantei-me do sofá abrupta.

Christian não disse nada, nem ele mesmo saberia se era o certo a se fazer. Eu o fiz.

  — Como minha irmã permitiu que tirassem aquelas fotos dela?— Christian se perguntava e odiava a ideia de saber que sua irmã estava de caso com alguém. —  Ela só tem quinze anos, como eu vou lidar com isso? Ela dormiu com um cara louco, disposto a estragar a sua vida.  

Tive de escrever alguma mensagem para o capa voadora:

" Por favor, devolva as garotas com vida, devolva Clarisse e Nana, eu faço o que você quiser, por favor, me leve no lugar delas"

Aguardei cinco minutos em total silêncio, observando Christian de costas para mim, olhando para o chão, de braços cruzados.

O celular apitou e meu coração disparou, quase saindo pela boca.

" Você duvidou de mim e eu odeio pessoas teimosas..."

Nada de relevante, então enviei outra mensagem:

" Eu faço o que você quiser, pare com isso, por favor"

Já eram dezoito horas  e Christian me trouxe um copo com suco de limão. Aceitei mesmo não gostando do sabor, minha vida já estava azeda o suficiente.

"Entra na conta de seu instagram e tire uma foto de seu rosto"

Primeira ordem sem nexo do psicopata. Tive de acatar e não contrariar. Posicionei a câmera de meu celular e tirei uma foto inexpressiva, ou melhor, tensa.

"Agora, dê um sorriso"

Segunda ordem do psicopata. Um leve sorriso em meus lábios presos.

" Tire uma foto com a língua para fora".

Isso era demais para a minha paciência quase inexistente. A vontade de xingá-lo era grande, mas a vontade de ver Nana e Clarisse era maior e mais importante. Tirei a maldita foto e Christian franziu as sobrancelhas.

— Que está fazendo?

— Estou obedecendo ao sequestrador. Ele está me mandando tirar essas fotos, o que eu posso fazer?

" Isso é só o começo, minha querida. As meninas foram liberadas, viu como é fácil? Eu provei do que sou capaz e você provou do quanto é obediente e assim não machucaremos ninguém, ainda..."

  Em quinze minutos, Nana apareceu surpresa com a minha presença e a alegria de seu irmão, abraçando-a e a erguendo do chão.

— Onde esteve, por que não me atendeu?!

— Meu celular descarregou e estive conversando com um menino lindo e nem venha brigar comigo, ele me apresentou aos pais dele.

Christian me olhou de esguelha e quis saber de imediato.

— Cadê esse cara? Eu quero vê-lo e se negar, eu vou contar tudo à mamãe.Me dê o celular, Lisandra — ele me ordenou, estendendo a mão, queria perguntar quem havia tirado aquelas fotos comprometedoras dela. Eu balancei a cabeça negativamente e falei:

  — Agora não, Christian. Deixa para depois. 

— Vai ser agora mesmo, então vou perguntar sem as fotos. 

—  O que foi? —  Nana deu um meio sorriso, entre achar curioso e engraçado.

— Quem tirou fotos suas com sutiã? E ainda deitada numa cama?

Nana foi pega de surpresa e gaguejou, sem conseguir iniciar uma palavra legível. Levantei-me do sofá e sussurrei ao pé do ouvido de Christian.

— Não vamos insistir agora, ela tá sem condições de falar...

Christian engoliu em seco e pareceu concordar, pedindo para sua irmã ir ao quarto e dormir. Nana consentiu com a cabeça e me agradeceu, apertando levemente meu braço enquanto passava ao meu lado.  

— Esse psicopata é o tal do garoto? — Christian olhava para mim, querendo  resposta. 

— Esse psicopata é próximo do garoto e não vamos conseguir chegar até ele — respondi. 

Meu celular apitou e era mensagem de Clarisse, avisando ter ido a uma sessão de fotos e se divertido bastante. 

"Amiga!!! Estou ótima, para de loucuras, garota! Ganhei o dia! Estava num ensaio babado e adivinha quem encontrei na agência? Ela mesmo, a Gaby, a minha Deusa! Minha mãe quase arrancou minha pele por não ter avisado, mas valeu a pena, vocês são muito dramáticas"



Quem tá gostando da historia, levante a mão! Muito obrigada pelo carinho de todos!!! Hoje eu estou meio borocochô e as leituras e comentários de vocês sempre me alegram e me faz querer continuar! Muitooo obrigada!!! 

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