BÔNUS XIII - Christian narrando...

1.3K 250 55
                                    

Droga!

Fechei a porta como um verdadeiro covarde. Lisandra quer conversar comigo e eu faço um papel de ordinário para ignorar a menina. Cerro minhas mãos, sentindo uma raiva penetrar na minha mente, como se eu estivesse tentando me controlar. 

Não sei como posso estar perdendo a minha paz por causa daquela garota, isso é loucura. Não vou ficar no encalço dela, como se eu tivesse alguma obrigação de protegê-la daquele cantor idiota de Internet. Eles dois se merecem e ela vai se arrepender depois e virá correndo para mim e não tenho essa vocação. 

Só não compreendo por que ela terminou com ele para voltar depois; ela devia ter terminado antes de vir falar comigo, só pode ser isso. Ela queria conversar comigo, mas eu não tinha nada para falar, eu não queria relembrar daquele beijo. Talvez, ela quisesse saber como me senti após beijá-la e a verdade é que não sei explicar. Ao mesmo tempo que sinto vontade de me aproximar, tenho um certo receio e me afasto. Gosto de conversar com ela e fico indeciso quando ela insiste em ficar com Isaac e beijá-lo naquelas fotos do Instagram. 

Não sinto raiva, sinto uma perturbação interna; ela finge ser sensível e ingênua quando na verdade está mais confusa do que todos.  Não quer machucá-la, muito menos me machucar. Ela ama Isaac e apenas queria voltar a ser minha amiga como antes. 

É uma situação desagradável quando não me dou bem com Isaac. E se eu perceber que gosto de ficar com ela mais do que o normal e depois me machucar e fazer papel de trouxa. 

Não estou num momento para me apegar a ninguém, ainda mais com uma menina tão frágil emocionalmente. Não quero me envolver com ninguém e não estou disposto a ver aqueles dois juntos. É uma relação muito falsa, não vai dar certo.

Sento em minha cama, sem ter certeza se devo fazer alguma coisa para impedir daquela tonta de se machucar novamente. Não sei qual é a do Isaac, porém tenho a certeza de que ele não sente nada por ela. Isso está tão na cara. 

As costas relaxam sobre o colchão frio e fico pensando se devo ou não tentar alertá-la pela última vez. Suspiro e dou um soco na cama, sem ideia da coisa certa a ser feita e como ela disse, eu não costumo me intrometer na vida dos outros. 

Agora, se ele pretende dar um passo maior do que o limite, eu vou acabar com ele. É melhor ele nem se atrever a querer usar Lisandra e depois largá-la, senão eu vou socá-lo sem pensar duas vezes. 

Levanto-me da cama e abro a porta para ver se alguém está no corredor e a porta de Lisandra está fechada. Penso em falar com ela, aconselhar a não deixar ser seduzida por aquele garoto. Não confio nele e quero evitar qualquer precipitação.

Preciso beber alguma coisa, minha boca está seca e nem sei se foi uma boa vir para este lugar. Estou um pouco cansado disso tudo. 

Antes de fechar a porta do meu quarto, avistei Miriam sair do elevador, quase tropeçando nos próprios pés, como se tivesse bebido álcool demais. Ela estava de vestido de pedraria e os saltos altos, gargalhava sozinha.

Ela me avistou e veio ao meu encontro, quase caindo na minha frente, se eu não tivesse a ajudado a se manter em pé. 

  —  Há quanto tempo você está aqui? — perguntei, estranhando o fato dela aparentar ter vindo de uma festa e bebido demais. 

— Ah, estou desde ontem. Vim de uma baladinha do outro bloco e quando soube que Isaac estaria aqui, não pensei duas vezes para dar uma olhadinha nele. Qual é o quarto dele mesmo?

— Volte em outro momento. Está bêbada e  sinceramente, não fica bem em uma moça vir atrás de um cara comprometido desse jeito —  falei, segurando seus braços.

Na Mira do INSTAGRAMOnde histórias criam vida. Descubra agora