Capítulo 31 ☘

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Mais um dia de escola, e estou indo em direção à cafeteria do meu amigo Jonas. Fazia tempo que não conversávamos depois daquele sábado sombrio. Era só preciso atravessar uma rua e já estaria lá. A sonolência insistia em pesar minha cabeça, apesar de ter dormido pouco depois de rolar tantas fotos de instagram, essa rede social está me deixando louca.

Acenei para Jonas e dei o primeiro passo para atravessar a rua, e quando meu pé chegava ao meio da rua, só vi o vulto do carro passando como uma ventania na minha frente e mãos me puxando para trás ligeiramente.

— Opa! — disse o rapaz de boné, ainda me segurando pelos braços.

— Ah, obrigada — só consegui agradecê-lo, pois quase havia sido atropelada.

— Ainda bem que eu estava aqui, hein — ele deu um sorrisinho meigo e me soltou, convidando-me para tomar um café.

Concordei e andei ao lado dele, sentindo o corpo tremer de nervoso, não só pelo susto mas também por sentir vergoinha daquele rapaz.

Entramos na cafeteria de Jonas e ele logo soltou aquelas para me lembrar o quanto sou idiota.

— Menina, quase beijou o capô do carro, hein.

— Nem me fale — sentei-me na banqueta e apoiei meus antebraços no balcão.— Este foi meu herói, qual seu nome? — perguntei para descontrair o clima e esquecer do quanto eu sou idiota.

— Meu nome é Sebastian — ele respondeu, sorrindo.

Tomei meu capuccino de sempre e Sebastian optou por um café expresso. Depois de certo tempo sem se encontrar com Jonas, não podíamos falar de outro assunto.

— Ver Gaby de pertinho foi a experiência mais fascinante da minha vida — Jonas falou com os olhos cintilantes.

—Ultimamente suas experiências estão precisando de renovação, hein — comentei, alfinetando descaradamente.

— Ah, sua invejosa — ele riu em seguida.

Terminei de tomar minha bebida quente e Jonas voltou a falar do "Instagrality". Revirei os olhos e expliquei em poucas palavras para Sebastian o significado daquela palavra.Jonas continuou:

— Não havia câmeras nos quartos, como isso é possível?

Dei de ombros e comentei:

— Olha, ter ou não câmeras dos quartos pode ter sido decisão da própria Gaby ou do mascarado que sabia de tudo.

— Gaby não faria isso, estava valendo ir aos quartos —retrucou Jonas, defendendo sua Deusa do instagram.

— É...mas havia um quarto preferido e estou achando que é o que ela evitaria colocar câmera. Nem no corredor tinha, eu acho.

— Ah, vamos combinar, estava tudo estranho. Faltavam câmeras e o mascarado, aquele tal de capa voadora, sabia disso.

— Quem é esse? — perguntou Sebastian, curioso.

— Um sárdico, sequestrador, um cara que machucou Gaby e quase nos matou — Jonas explicou, sucinto.

Sebastian juntou as sobrancelhas, impressionado. Olhei a tela do meu celular e o sinal do colégio com certeza havia batido, pulei da banqueta, despedi-me de Jonas e fui acompanhada por Sebastian.

— Obrigada por me salvar, estou envergonhada por tanta desatenção.

Sebastian riu e me pediu para não esquentar a cabeça por isso.

— Isso acontece, o importante é não ficar abitulada com isso.

Ele alisou meu ombro e me acompanhou até a escola. Sebastian aparentava ter dezoito anos e se despediu de mim com um abraço.

— Me passa seu número — ele pediu antes de eu entrar na escola.

— Você tem instagram? — a pergunta foi inevitável.

— Não curto muito essa rede social, nunca fiz conta lá — ele respondeu, sorrindo.

Ainda bem que ele não tinha instagram. Não seria fúteis como aquelas pessoas. Ele me entregou o próprio celular para eu anotar meu número e nos despedimos em seguida.

Sebastian tirou o boné e mostrou seus cabelos curtos e bagunçados.

— Até! — ele acenou e eu retribuí, sendo puxada por Eva e Clarisse simultaneamente.

— Quem é aquele garoto lindo? — Clarisse foi a primeira a me perturbar.

— Ele evitou um atropelamento. O meu, na verdade.

— Amiga, ele é bonitinho, mas não precisava perder tanta atenção assim — Eva falou, rindo.

Nem quis dar muita atenção, paciência não era meu forte e explicar detalhadamente não iria mudar nada. 

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